NOVE

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"Que nojo me dava

Do amor

Virando posse, das

Pessoas virando cruas (...)

Seu amor por mim

Escorria

Virando

Ódio, virando

Ímpeto"

(O peso do pássaro morto)


ANY GABRIELLY

Alerta gatilho (TW): A partir daqui iniciará uma cena com gatilho de relacionamento abusivo e violência doméstica.  Quem for sensível ou não se sentir confortável,  por favor pule essa parte. Avisarei assim que acabar. Quem quiser conversar melhor comigo sobre o que acontece, por favor não deixe de me chamar no twitter (lizziepoems).

Ouçam com a música para uma melhor experiência.

Pisco os olhos, atordoada, e tento focar onde eu estou, em que cama eu me encontrava e porquê eu me sentia com o corpo tão fraco e debilitado. Parecia que eu havia sido atropelada, e, por isso, tento levantar-me o mais cuidadosa possível. Olho para o outro lado da cama, e vejo-o desarrumado, porém frio, deixando claro que quem quer que estivesse ali, tinha ido embora há algum tempo. Eu estava no meu apartamento, não é possível que eu tenha dormido com alguém e não lembrado. Eu não era esse tipo de bêbada e muito menos de pessoa.

- Sabina? - chamo pela minha amiga, mesmo que saiba que provavelmente ela dormiu com alguém noite passada e dificilmente me escutará, isso se sequer estivesse em casa.

- Sabina como a boa vadia que é, saiu ontem à noite com um cara e uma mulher - ouço uma voz do nada falar e pulo de susto, levando a mão ao peito.

Felipe estava encostado na parede próximo à porta do quarto de braços cruzados. Sua mandíbula travada era um belo indicador de que ele não estava em um bom momento, e seu olhar duro muito menos.

- Porra, Felipe, de onde você saiu? - franzo o cenho.

Então era ele a pessoa com quem dormi? Alívio é o que passa pelo meu peito, mesmo que ele ainda me diga que isso não é algo bom. Felipe não estava feliz e isso definitivamente não era bom.

- De onde eu saí? - ele meio que soletra, com o corpo tenso e dentes trincados. Ele vem se aproximado com passadas pesadas e para em frente ao meu corpo, puxando meu rosto com violência com uma de suas mãos. Minha cabeça, que já doía horrores, piorou com o contato abrupto - O que porra você estava pensando quando bebeu daquela forma? - ele aproxima seu rosto do meu, e consigo ver claramente sua pupila dilatada e íris mais escura. Ele estava com raiva, e eu com medo.

- Eu estava em casa com Sabina e alguns amigos, nada de mais iria acontecer - engulo em seco quando ele tenciona a mandíbula e aperta ainda mais minhas bochechas.

- Você estava querendo o que, participar das putarias da Sabina? - a raiva que emanava dele fazia meu corpo estremecer. Ele não me machucaria, ele não teria essa coragem, ele me amava. - Queria que fosse você no lugar da outra puta que saiu com ela e o cara? - ele torna a apertar sua mão, e sinto as lágrimas inundarem meus olhos.

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2021 ⏰

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