Sair ou não sair?

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Pov Ohana

Cheguei à conclusão de que tenho uma espécie de atração descomunal a problemas. Nada pode explicar o fato de eu sempre estar envolvida em um. Quando tudo parece estar bem, a vida trata de jogar uma pitadinha de emoção, ou melhor, confusão para dar uma animada na maresia calma. Eu estava atrasada, o horário previsto para o ensaio já havia terminado e eu nem sequer estava dentro de um taxi indo para o apartamento de Larissa, já que há horas atrás eu havia marcado com ela que dormiríamos juntas. Por Deus, tudo que eu precisava nesse momento era estar nos braços da minha mulher.

- O que você pensa que está fazendo? – Mariana perguntou, segurando em meu braço impedindo que eu seguisse.

- Me larga. – Sibilei entredentes.

- Meu Deus, Ohana! Não seja idiota!

Franzi o cenho em sua direção, pensando em como ela tinha a ousadia. Ela revirou os olhos de forma tediosa e me puxou novamente para um canto mais afastado e escuro.

- Você pode parar e pensar?

- Eu estou pensando muito bem! - Esbravejei.

- Não, você não está! Acha que eu vou te fazer algum mal? Mesmo?

Eu parei por alguns instantes olhando nos olhos dela, e apesar de sua malicia evidente e seu jeito calculista, Mariana não era uma pessoa má. Eu a conhecia muito bem, sabia todas suas manias e seu jeito, suspirei pesado, deixando os ombros caírem.

- Você não entende que eu não quero problemas?

- Você não vai ter problemas, se fizer o que preciso. Ninguém vai saber de absolutamente nada.

- Eu já menti demais, Mariana. Como vou saber que está falando a verdade?

- E o que tem? Uma mentira a mais e outra a menos não faz diferença. Merda! Porque diabos eu iria mentir? – Exclamou ela se afastando, enquanto levantava as mãos para o alto.

Eu revirei os olhos, e bufei.

- É claro que faz, não vou dançar para você. Não vou mentir mais pra Larissa!

- Larissa, Larissa, Larissa! – Esbravejou irritada.– Por quê parece que o mundo gira em torno dessa mulher?

- Sabe de uma coisa? Eu sei uma maneira de resolver isso.

Ela virou em minha direção, com um olhar confuso.

- O que vai fazer?

Dei de ombros e fui em direção ao salão principal, seguindo rumo a sala de Paloma. Ouvi a mulher me chamar ao fundo, mas nem dei importância. Eu precisava colocar um fim naquilo.

Bati seguidas vezes na porta de Paloma, sentindo meu coração acelerar. Eu estava decidida do que ia fazer, porém estava nervosa o suficiente para abortar um filho, se eu tivesse um é claro.

- O que houve? Que desespero é esse?

Perguntou me fitando de olhos arregalados e surpresos. Adentrei sua sala com pressa, ficando de costa para a mulher.

- Luna? – Chamou.

Eu respirei fundo, sentindo o ar entrar com dificuldade em meus pulmões. Tomar a decisão que tomei, e dizer a ela não era uma tarefa nada fácil. Eu ia contra tudo que aconteceu durante todos esses anos. Mas já não tinha mais jeito, a situação não poderia continuar assim.

- Eu preciso te dizer algo muito importante.

Paloma ficou em silencio por alguns segundos, me dando a chance de ouvi-la respirar fundo. A mulher lentamente se aproximou, em passos visivelmente calculados.

The Stripper - Ohanitta VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora