EXTRA - a good kisser - parte 3/4

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Eu sei! Eu sei! Deixei vocês orfãs por tempo demais! Mas eu estou de volta, e prometo que farei o possivel para atualizar rapidamente!

Tá ai Nayra! HAHAHA Espero que todas gostem!


-x-


"Zelda!"

É distante, dito em uma voz rouca que é quase suave demais para ser ouvida, mas apenas até soar novamente.

"Zelda, querida, acorde..."

Uma parte da ruiva se acalma pois o que ela ouve não é um "mamãe" nervoso e com a voz tremula. É um "Zelda" sussurrado de forma suave e doce em meio a um riso contido.

Quando seus olhos se abrem, os verdes encontram os azuis doces e, por apenas um segundo, Zelda acredita que não é mais capaz de respirar.

Mary esta acima dela, montada em suas coxas, seus cabelos formam uma espécie de cortina puxada ao redor de seu rosto pela gravidade e a luz amarelada do abajur ligado reflete quentura no lado direito do rosto da morena. Sua esposa sorri calmamente antes de morder o lábio inferior em excitação, como uma criança brilhando em euforia na manhã de Natal pois sabe que já pode abrir seu presente que descansa em baixo da arvore ornamentada.

"Querida, está chovendo!"

É quase teatral a maneira que os olhos da ruiva deixam a forma de Mary e correm em direção a janela, apenas para encontrar a chuva batendo levemente contra o vidro. Não é uma tempestade e também não é um respingo. É verdadeiramente chuva.

A chuva que ela tanto queria e tanto desejava.

Mas o que fazer agora?

"Por favor... Você me prometeu!", a voz de Mary soa mais necessitada do que Zelda já ouviu em situações não sexuais e os olhos verdes tremem em surpresa porque sim, ela meio que prometeu a ela. E sim, uma parte de si simplesmente esperava e desejava que isso acontecesse. Mas agora seu rosto estava vermelho e sua mente colapsando graças a todo aquele álcool, e para completar, ela não acredita ter pensado o suficiente sobre o desenrolar desse momento.

"Porque você está vestida desse jeito?", não era a pergunta que a Zelda planejava que escapasse por seus lábios, mas Mary estava com um vestido azul claro conhecido por baixo do robe verde escuro e, prestando mais atenção no rosto a sua frente, Zelda notou que a morena também estava com os lábios mais rosados do que o usual.

"Eu quero ter toda a experiência.", a morena se afasta ao se levantar do colchão, tira o próprio robe e gira os calcanhares, mostrando a fluidez do tecido azul de seu vestido antes de se apoiar novamente na cama, agora próxima as pernas de Zelda, com os olhos quase fechados e um sorriso no rosto que não vacila mesmo quando seu tom de voz se torna brincalhão, "Vamos lá, vai ser legal!"

"Vai ser molhado.", é como Zelda rebate, mas seu corpo apenas grita para que ela se levante do colchão e carregue Mary no estilo nupcial até a chuva.

Mas ela sabe que seria demais, tanto para o momento quanto para as suas costas, e por isso apenas faz a escolha salva.

Ela se levanta.

Os movimentos de Zelda são calmos, lentos e ela mantem seu olhar atento a dona dos olhos azuis. Talvez ela estivesse à procura de alguma hesitação, algum olhar que instigasse que aquilo era apenas uma brincadeira, ou qualquer coisa que mostrasse que Mary não queria beija-la.

Mas Mary continuava apoiada na cama delas, olhando em seus olhos do mesmo jeito que olhou quando a acordou alguns minutos atrás. E bom, se ela a acordou isso quer dizer que ela queria.

E quem era a ruiva para recusar a isso?

"É bom valer a pena."

"Eu beijo bem, e você já deveria saber disso... Afinal, você é minha esposa."

Quando as palavras escapam pelos lábios de Mary, ela está de costas para a ruiva, afofando os travesseiros da cama e esticando o lençol, algo que nunca consegue fazer sem seus óculos no rosto, mas por algum motivo desconhecido, hoje ela o faz. Graças a posição, a morena não vê as bochechas de Zelda esquentando. O som da voz da morena é leve e, mesmo com o susto tocando ritmicamente dentro de si, Zelda ri.

Mary beija bem. E em alguns momentos Zelda pensa que ela beija bem até demais.

Toda a vez que os lábios da morena tocam o da ruiva, os segundos parecem estacionar e é Zelda esquece do que estava fazendo. Desde os beijos de bom dia, ou os beijos antes de entrarem no trabalho, até beijos em meio a sorrisos, todos são uma distração impossível de ser ignorada para Zelda, e as vezes Mary se aproveita isso. Porque eles são verdadeiramente muito bons.

E ela realmente só espera que seus beijos sejam tão bons quanto os dela.

Zelda sabe que é bonita. Ela também é direta, sem medo e sem vergonha. Mas quando a alta quantidade de álcool que ela bebeu ainda está dançando em sua língua, sua mente transforma tudo o que é direto, inabalável e imbatível em dúvida.

"Qual vestido você quer que eu use Sra. Wardwell-Spellman?", novamente o tópico que a ruiva começa é desdenhoso, quase como se fosse feito para que elas tivessem outra coisa para focar do que o porquê de ambas estarem acordadas.

"Qualquer um. Você sempre está linda.", a voz de Mary é carregada de verdade, como se ela nunca tivesse mentido em toda sua vida, mas depois de alguns segundos ela morde os lábios e Zelda sorri enquanto espera pacientemente até seus olhos se encontrarem novamente.

Quando os verdes encontram os azuis, a ruiva ergue a sobrancelha direita em expectativa.

"Mas você sabe que eu realmente amo o seu conjunto vermelho."

E assim Zelda se arrumou. Ela não lembra bem como, mas sabe que foi de maneira rápida e quase teatral. Ela também não sabe como encontrou o conjunto na primeira gaveta do armário principal, mesmo que a ruiva não se lembre a última vez que tocou nas peças. Se a bibliotecária parasse para pensar, ela questionaria a si mesma em que momento Mary tinha visto o conjunto que vivia no fundo de seu armário no seu corpo. Mas a ruiva não pensou, não questionou, ela apenas pegou suas roupas, as vestiu e desceu as escadas com Mary ao seu lado.

Em todo o tempo que conhece a morena, Zelda sabe que Mary dificilmente desceria escadas de forma rápida sem seus óculos. Mas ela também o faz, e Zelda novamente não questiona.

As duas mulheres caminham rapidamente pela casa, em direção a porta da frente e elas sentem o toque da água gelada na pele.

Zelda não sabe exatamente porque ela para, mas seus tornozelos se recusam a se movimentar e ela não pensa muito, porque aquele é o momento.

Ambas estão encharcadas com suas roupas desconfortavelmente grudadas a pele, mas Zelda mal sente. Porque ela quer tanto isso.

Elas estão de frente uma a outra e as mãos de Mary correm as costas de Zelda. O sorriso de ambas é largo e a ruiva acredita que ela está engolindo água por causa disso, mas não se importa e ela mal sente. Nada importa porque é um enorme alívio apenas beijar Mary e ser beijada de volta.

E como se o toque fosse eletrizante, a ruiva acorda.

As luzes do quarto estão apagadas, ela ainda veste a camisola de ceda azul que colocou para dormir, o robe de Mary ainda está descansando no cabide, a chuva ainda cai lá fora e, o mais importante, sua esposa ainda está dormindo pacificamente agarrada a seu corpo.

A dona dos olhos verdes pisca algumas vezes, apenas para ter certeza de que agora é o momento que ela está acordada, e não a segundos atrás porque simplesmente parecia tão real!

Mas o sonho que Zelda teve, a memória que ainda brilha em sua alma, espelha um sorriso em seus lábios, é mais que o suficiente para despertar a ruiva por completo e instiga-la a levantar silenciosamente. O peso do álcool continua dançando em sua mente, mas ela não se importa nem um pouco, afinal, ela tem coisas a preparar. 


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Curtinho mas extremamente necessário! Eu prometo!!

Mal posso esperar para saber o que vcs acharam!

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2021 ⏰

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