Capitulo 6 😇

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Darya

- Eu não sei que roupa usar. - Bufei e me sentei na cama, irritada.

- Calma aí, deixa que eu escolho. - Raven disse e eu suspirei.

Hoje era o dia em que eu iria conhecer minhas sogras e o meu cunhado...Eu estava nervosa, para dizer o mínimo. Eu quase não estive com o Braden essa semana, ele estava ocupado com a empresa e eu estava ocupada com o meu trabalho. Eu já tinha tomado banho e me arrumado, mas eu não conseguia decidir uma roupa. Minha vontade era jogar tudo na cama, mas eu não conseguiria saber qual peça é qual se estragasse o sistema da Raven.

- Veste isso. - Ela me entregou alguma roupa. Eu a obedeci e vesti as peças. - Está perfeita!

- O que eu estou usando? Não sei quais peças você pegou. — Perguntei.

- Bem, é algo causal então eu separei aquela sua saia quadriculada de preto e branco, uma camisa preta do tipo que você gosta, uma bolsa também preta e um par de vans pretos...Você tem muita roupa preta. Eu coloquei uma camisa reserva para você na bolsa, caso o leite molhe essa.

- Eu gosto de preto

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- Eu gosto de preto. - Dei de ombros, imaginando o Look.

Raven tinha um ótimo gosto e se ela dizia que eu estava bonita, então eu estava.

- Posso te maquiar ? Só hoje, prometo fazer algo simples.

Suspirei e assenti, escutando um gritinho animado vindo da minha prima.

Muitas vezes me incomodava ter que perguntar para as pessoas como eu estava, pois não era capaz de ver minha aparência. Eu não lembro de como era meu rosto direito e muito menos sei como é hoje depois de tanto tempo...Eu consigo montar uma imagem na minha cabeça, mas ainda sim não sei se é real. Isso é frustrante de certa forma.

- Eu vou apenas realçar a sua beleza natural...É injusto que você seja tão linda assim. - Eu sabia que ela estava fazendo um biquinho e sorri.

Eu não costumava usar maquiagem, mas quando resolvia usar era sempre algo simples. Mesmo antes do acidente eu já não era boa nisso, mas eu aprendi a me maquiar nesta condição. Normalmente as embalagens tinham uma descrição em braille, as que não tinham eu colava o nome com um adesivo de relevo. Algumas empresas de cosméticos tinham o cuidado de incluir o braille e era um detalhe de inclusão muito importante.

Deixei ela fazer seu trabalho enquanto lia um livro que estava apoiado em meu colo. Meus dedos passavam suavemente por cima dos relevos, formando as letras e então as palavras em minha mente. No início era um pouco estranho ter que ler assim, mas eu me habituei e hoje em dia não me incomoda mais. Afinal, eu não me importo de qual forma estou lendo, apenas preciso ler.

Um dos motivos para que eu tenha a editora...É algo que eu amo. Eu não preciso realmente trabalhar, meus pais tinham uma boa condição financeira, mas eu não aguentaria ficar parada sem fazer nada. Eu todo mês separo uma quantia para ajudar os outros. Quase ninguém sabe que eu faço isso, mas não é algo que eu esconda...Apenas não saio divulgando por aí. Eu faço essas boas ações para me sentir bem comigo mesma e não para aparecer por aí. Por isso quase sempre faço doações anônimas...

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