Darya— Oi Kate! — Cumprimentei, animada.
— Oi querida! Cadê aquele pedaço de mal caminho que anda com você? — A senhora brincou, eu gargalhei.
— Ele está na empresa hoje. — Expliquei.
— Entendi, fala que ele tem que vir aqui mais vezes. — Eu assenti sorrindo. — Querida, eu preciso da sua ajuda com algo. Há poucos dias chegou um menininho com deficiência, ele usa cadeira de rodas, mas ele não quer ninguém por perto sem que sejam os seus pais.
— Entendo...Me leva até ele? — Kate segurou meu braço e começamos a andar.
— Os pais dele estão tentando procurar um emprego, então ele tem que ficar aqui conosco durante o dia, mas ele não deixa a gente se aproximar. — Kate lamentou. — Aqui está ele. Milo?
— Vai embora! — Escutei uma voz exclamar. Ele parecia assustado.
— Eu queria apresentar alguém a você. — Kate ofereceu. — Está é a Darya, ela é uma pessoa muito legal.
— Não ligo. — Suspirei e senti Kate me guiar até o banco.
— Milo, seja bonzinho. Eu vou resolver algumas coisas...Boa sorte, Day. — Kate saiu e eu escutei um resmungo vindo do garotinho, que eu percebi estar a minha frente.
— Milo, quantos anos você tem ? — Questionei.
— Cinco...Por que você está de óculos sendo que estamos aqui dentro? — Eu sorri.
— Eu sou deficiente visual, eu não consigo ver. Eu perdi minha visão em um acidente de carro há alguns anos. — Expliquei, escutando ele arquejar. — Por isso os óculos.
— Seus olhos são brancos? - Ele indagou.
- Não, meus olhos são castanhos. - Retirei o óculos.
- Seus olhos são bonitos...- O garoto murmurou e eu sorri, agradecendo. — Como você conseguiu ? Aguentar isso.
— Milo, nossas condições são delicadas...Não nascemos dessa forma, então acho que fica bem mais difícil quando você está acostumado a andar, ouvir e até mesmo ver...Mas não devemos afastar as pessoas que se preocupam com a gente, eles são importantes para nós ajudar a passar por isso. — Expliquei, tateando a mesa até segurar sua mão.
— Papai, mamãe e eu moramos na rua...Um dia eu estava vendendo bala com eles e um dos carros avançou o sinal, eu não lembro de muita coisa. Mas eu sei que doeu muito, o homem fugiu e o papai disse que a polícia está atrás dele...Mas eu sei que não vai dar em nada. — Meu peito se apertou pela história. Me levantei e usei a bengala para ir até ele, quando me aproximei eu o abracei com cuidado.
Infelizmente, a nossa sociedade era assim. Pessoas sem dinheiro ou poder, também não possuíam voz. Agora uma criança de cinco anos vai pagar pelo crime de alguém que nem vai sofrer a justiça...Se a polícia se indignar a procurar pelo homem e ele tiver dinheiro, pode muito bem se livrar de um processo ou se livrar da cadeia.
— Vai ficar tudo bem, pequeno. — Murmurei, acariciando seus fios escuros e sentindo ele chorar.
Braden
— Oi Braden, que prazer ver você! — Evelyn exclamou, sorrindo.
— Olá Braden. — Chloe cumprimentou timidamente.
Evelyn e Chloe estavam em um relacionamento, era engraçado saber que minha sogra namorava a sogra do meu irmão. Mas a mãe do Lanan é uma ótima pessoa e elas parecem muito felizes.
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My Angel
General Fiction"- Eu estou aqui. - Sussurrei. - Promete não ir embora ? - Ela murmurou. - Você é o meu anjo, meu lindo e delicado anjo...Eu nunca irei embora. Sabe que eu não ligo para a sua condição, não é um defeito. - Garanti, fazendo carinho em seu cabelo. "