O Destino do Príncipe

• Capítulo 3 •

Haera POV

Já é de manhã e eu estou andando até a escola, tive que deixar minha mãe no hospital no meio do caminho. Parece que ela tinha esquecido algo importante lá, mas, acho que na verdade o médico está a fim dela. Quando ela ainda estava internada, ele sempre ia ver ela, mesmo quando estava de folga. Eu acho que mamãe merece ser feliz, papai sumiu no mundo já faz tantos anos...

Assim que chego na escola, vejo a minha melhor amiga, Jaeyul, ela sempre me espera quando chega antes de mim.

- Como está a sua mãe? Está melhor? - Ela pergunta enquanto passa seu braço pelo meu e caminha junto à mim em direção aos confins do inferno.

- Ela está ótima, hoje ela foi ver o medico. - Dou uma leve risadinha.

- Aquele médico? - Ela pergunta olhando pra mim e eu afirmo com a cabeça.

Após esse breve diálogo, seguimos até entrar na escola. Nós geralmente não conversamos muito, conheço Jaeyul desde que tinha 8 anos, depois de 10 anos de amizade a gente acaba perdendo o assunto e falando somente o necessário.

Assim que entro na sala de aula, pego o livro da primeira matéria e ponho sobre a mesa. Nunca fui uma aluna nota 10, por isso eu sempre tento me esforçar o suficiente. Os outros acham que sou antipática, mas eu sou somente fechada por conta de coisas que aconteceram comigo no passado.

A aula começa e, finalmente, o dia se transforma em um dia de paz. Aquele idiota não me importunou igual à ontem, não tive muitas pessoas pegando no meu pé, foi ótimo.

Ao sair da aula, sinto alguém cutucar meu ombro. Sem que eu me vire, já tinha como saber quem era, pelo simples fato de que TODAS AS GAROTAS estavam olhando para quem estava atrás de mim. Eu, sinceramente, não sei o que elas viram nesse garoto.

- Com licença. - Diz a voz estranhamente familiar atrás de mim.

- Sim? - Olho para ele por cima do meu ombro.

- Só queria pedir desculpas por ontem, não esbarrei em você por querer, sinto que passei uma má impressão.

- Tá. - Dou um joinha e saio andando como se nada tivesse acontecido. Quer dizer, eu não tava realmente brava com ele, acho que eu teria descontado meus problemas em qualquer um que tivesse tido contato comigo, exceto a Jaeyul.

Ao final do dia, vou andando pelo mesmo caminho que faço sempre. De longe, já posso avistar uma figura alta, me olhando fixamente com as mãos no bolso. Eu tento disfarçar mas, infelizmente, ele já tinha me visto. Haekyun, meu irmão mais velho, de tantas pessoas que eu poderia que encontrar, tinha que ser ele.

- Oi maninha. - Ele me olha, ainda com as mãos no bolso.

- Oi. O que você quer? - Respondo, na defensiva.

- Oh, não fale assim comigo, só queria te chamar para tomar um café. - Ele finalmente tira uma das mãos do bolso e gesticula enquanto fala. Eu apenas assinto com a cabeça e o sigo quando ele começa a andar. - Eu nunca fiz nenhum mal à você, fiz?

Ah claro, nunca fez mal pra mim. Quando eu era criança, assim que papai foi embora, a primeira coisa que você quis fazer era se aproveitar de mim. Achava que, por eu ser criança, eu não iria lembrar no futuro, do jeito que você me olhava quando mamãe não estava perto, do jeito que você fazia carinho em mim, enquanto todos achavam que era um toque de irmão, eu era quem verdadeiramente sabia o que aquilo tudo significada.

- Hum... Vamos tomar o café. - Corto a pergunta dele e digo isso, antes que eu me arrependesse e saísse correndo.

Depois de alguns minutos de silêncio que pareciam uma eternidade, nos sentamos na cafeteria. Eu, como sempre, pedi um latte duplo e ele, um macchiato. Meu irmão, apesar de tudo, é um homem de negócios, sempre foi. Desde que papai foi embora, ele que cuidou de nós e nos deu o que comer, talvez seja por isso que ele se achava no direito de fazer o que fazia.

- E então maninha, como você está? Não te vejo desde que...

- Desde que mamãe ficou internada e você sumiu e ficou sem visitá-la? - acabo interrompendo ele abruptamente.

- Você sabe que não é assim, eu estava trabalhando... tentando dar o melhor pra vocês. - Ele fala e eu dou um gole no meu café, fingindo não ouvir nenhuma parte de suas desculpas. Ele estica a mão e acaricia meu braço, eu apenas o olho e finjo que continuo tomando o café, caso eu realmente tomasse, certamente eu iria vomitá-lo. - Você sabe que eu sempre quis o seu bem... o da mamãe...

- Sei... - digo fingindo concordar com ele, só gostaria que aquilo acabasse rápido. Como se fosse um pretexto, ele se levanta devagar.

- Bom, vou ter que voltar ao trabalho, fique bem! Amo você. - Ele diz isso e sai da cafeteria.

Amo você... só de ouvir essas palavras me deu náuseas, não consegui fazer mais nada além de correr para o banheiro e vomitar a minha alma.

Enquanto eu vomito, sinto uma mão segurando meus cabelos delicadamente.

- Você está bem? Quer dizer, óbvio que não está, só quero saber se o enjôo passou... - Paro de vomitar em um passo de mágica, era inacreditável, será que esse menino está me seguindo???

- Estou bem sim, Eunwoo, obrigada. Aliás, o que você faz aqui, principalmente no banheiro feminino. - Normalmente eu o chamaria de idiota, mas como ele me ajudou, decidi deixar passar.

- Uau, você sabe meu nome. - Ele dá uma leve risada, mas quando ele ve minha cara séria o olhando, para instantâneamente e limpa a garganta. - Eu trabalho aqui de meio período. Venha, vou te dar uma água. - Ele diz me ajudando a levantar do chão.

- Não precisa, obrigada, tenho que ir, tchau. - Falo rapidamente e saio andando sem olhar para trás. Eu não sou acostumada com demonstrações de afeto vinda de qualquer homem, nunca tive um exemplo masculino disso na vida.

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Oii gente, desculpa a demora, eu não escrevo com tanta frequência aqui. Fiz esse capítulo pra deixar um pouco subentendido o que se passa na cabeça da nossa Haera.

Coloquei a Heyoon Jeong do Now United de capa para ser a nossa Jaeyul. O Sanha disse que a personagem era muito bonita, então eu decidi caprichar. Ainda não sei quem colocar para ser a Haera, se alguém tiver alguma sugestão eu adoraria ❤️ Até o próximo capítulo.