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Cinthia chamou sua amiga Jennifer para conversar em seu quarto e poder desabafar tudo o que estava sentindo.

- Ele me abandonou, Jenni! Mesmo sabendo que estou esperando um filho dele!

- Ah, mas que desgraçado! E pra onde ele foi que eu quero enforcar ele?!

- Canadá. Ele só me enganou esse tempo todo e eu fui muito idiota em acreditar no amor falso dele!

- Ai, amiga... Tudo o que eu posso dizer no momento é que tudo isso que o William fez com você é lamentável, mas isso não vai te impedir de realizar seus sonhos e você pode contar comigo para o que precisar. - Jennifer a abraçou.

- Obrigada, Jenni. Você é uma grande amiga. - Cinthia lhe disse sorrindo de gratidão.

Em seguida, Jennifer tentou animar a amiga lhe dizendo:

- Não sofra mais por quem não merece um pingo das suas lágrimas! Você é linda e tem que se cuidar e amar-se mais! - Segura o queixo dela - Sacuda a poeira e bola pra frete, amiga! Seu bebê precisa de você!

- Você tem razão. - Sorri.

Nove meses depois, Cinthia já estava com um lindo bebê nos braços e Jennifer foi conhecer o filho da amiga.

- Ah, que lindo! - Ela disse ao carregá-lo nos braços. - Parabéns, amiga!

Cinthia lhe sorriu.

- Qual o nome dele?

- Eu ainda não escolhi, pois não sou boa em escolher nomes...

- Que tal William Júnior?

-De jeito nenhum! - Cinthia falou séria, encarando a amiga.

- Eu estava brincando! - Jennifer respondeu rindo e olhando para a expressão que Cinthia fizera- E que tal Kevin?

- É por causa daquele filme, não é?

- Realmente não ficaria legal. - Disse rindo - Deixe-me pensar... - Jennifer observou que o cabelo da criança era enroladinho, de um castanho claro, quase loiro e seus olhinhos eram verdes que nem os da mãe.
- Ele parece um anjinho...

- Que tal David? - Elas ouviram Martha dizer e viraram-se para ela impressionadas, gesto que a deixou um pouco constrangida.

Depois de um pequeno silêncio, Cinthia respondeu:

- Gostei do nome. - Cinthia falou- Será David o nome dele! - Cinthia sorri para a mãe, que também lhe devolve o sorriso.

Roberto chega a casa, pois havia saído e vai logo perguntando:

- Já escolheram o nome do bebê?

- Já sim! David é o nome dele. - Cinthia responde.

- Ah, é? Quem escolheu?

- A mamãe.

- Sério? - Diz olhando para a esposa, impressionado.

O neném sente vontade de chorar nos braços de Jennifer e Martha se levanta e vai até eles, fazendo um pedido que estranhou a todos.

- Quero carregar ele um pouquinho.

De tanto ela ter rechaçado a criança, agora queria tê-lo consigo, pois se sentiu atraída por ele.

- Claro! Pegue. - Jennifer o entrega nos braços dela.

Assim que segurou o neto nos braços, ele parou de chorar e Martha sentiu uma emoção, pois se lembrou de que Cinthia era do mesmo jeito, quando recém-nascida.

- Que adorável... - Falou encantada.

- E você não o queria aceitar... - Roberto disse sorrindo um pouco.

- Agora vejo que este bebê era o que estava faltando em nossas vidas. - Respondeu.

Ela ficou balançando ele, que acabou dormindo em seus braços e o entregou para a filha. Martha passou a ajudar Cinthia a cuidar do bebê e a cada dia, ela amava mais o neto. Quando Cinthia viu a mãe cantando para ele dormir, ficou emocionada por ver que aquele bebê estava fazendo-a mudar pra melhor.

O tempo foi passando e o bebê, crescendo. Cinthia levava seu filho para a universidade onde estudava e suas colegas ficavam falando mal dela por isso, mas Cinthia não lhe dava ouvidos e mantinha o foco nos estudos.

Foram longas noites levantando de madrugada com o choro da criança e ela tinha que dar a mamadeira ao neném, enquanto o carregava nos braços quase dormindo. A vida de mãe solteira não era fácil, mas ela amava os momentos com ele, a cada dia que se passava ela sentia-se mais corajosa e decidida a dar a volta por cima.

Os piores momentos eram quando o pequeno David ficava doente e ela tinha que lhe dar remédio para ficar bom. Mas sentia uma grande satisfação ao vê-lo com saúde brincando ou dormindo tranquilamente. Era nessas horas que ela olhava para o filho e pensava que não se arrependia dele.

- Como eu te amo. É a melhor coisa que já me aconteceu. - Ela falava acariciando-o.

O tempo passou, seu filho começava a dar os primeiros passos e a falar. David espalhava seus brinquedos pelo chão da sala e gostava de assistir desenho animado com sua avó, que não podia mais assistir suas novelas, enquanto Cinthia fazia seus estágios.

Desde que David nasceu, trouxe mais alegria à Cinthia e a todos daquela casa, que estava precisando da alegria e das risadas de uma criança. Ele era o combustível de Cinthia para os dias de tristeza.

Te quero de voltaOnde histórias criam vida. Descubra agora