Te quero de volta

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O advogado de Cinthia quis saber cada detalhe sobre cada uma das pessoas mais próximas a ela, a fim de investiga-los e depois disto, várias audiências foram realizadas e no dia da última, ela estava apreensiva.

- Não fique ansiosa, minha filha. A verdade irá ser descoberta e você irá ganhar este caso. – Roberto lhe acalmou antes da audiência começar.

- Estamos do seu lado. – Marta, sua mãe, completou.

- Obrigada por confiarem em mim. – Ela lhes sorri e sente-se um pouco mais calma.

A audiência começa e depois de mais de duas horas de depoimentos, pedidos de defesa aceitos e negados e muita tensão, Leonardo Barreto, advogado de Cinthia pediu ao juiz, quase no final, para mostrar-lhe um documento com todas as provas que apontavam o verdadeiro autor dos crimes.

- Nestes papéis estão declarados os antecedentes criminais de uma pessoa muito próxima a minha cliente. Eu investiguei a todas as pessoas que a mesma tem algum tipo de vínculo, seja de amizade, familiar ou outros. Com muito esforço em achar pistas, consegui o acesso a imagens exclusivas das câmeras de segurança do banco, onde mostra alguém entrando e utilizando o caixa eletrônico. Em parceria com a polícia federal, descobri o envolvimento de Michael dos Santos, como o principal responsável por clonagem de cartão, documentos falsos, entre outros crimes. Foi feito a busca e apreensão do suspeito e ele está aqui.

Dois policiais entraram na sala levando Michael algemado, causando admiração em todos os expectadores ali presentes.

- Michael?!- Cinthia não podia acreditar no que estava ouvindo e sentia-se profundamente magoada e traída.

Ao analisar as provas, o juiz entendeu que Michael era o verdadeiro autor dos crimes e fez saber a decisão final do processo.

- Diante do que foi apresentado neste tribunal pelo advogado de defesa da senhorita Cinthia e analisado o caso a fundo, aprovo e atesto a inocência da mesma. Caso encerrado. – Dá a palavra final e Cinthia foi abraçada por seus familiares e amigos do lado de fora do tribunal.

- Parabéns pela conquista, amiga! Eu sempre confiei em você e estou muito feliz por você ter vencido as acusações! – Pietro a abraçou alegre.

- Obrigada, Pietro. De verdade.

- Agora vou poder esfregar isso na cara da Samantha e todos irão saber que você é inocente!

- Estou aliviada por tudo ter se esclarecido. Agora só quero que tudo volte ao normal.

Ela ficou extremamente agradecida ao advogado que a defendeu e provou sua inocência e este, lhe disse que foi um prazer ter ajudado a sua cliente.

Cinthia olhou e viu William se aproximando dela e não pôde conter a emoção.

- Pelo visto, você conseguiu. – Ele falou a ela.

- William! – Ela chegou perto – Quero te agradecer por ter me ajudado, se não fosse por você eu poderia ter sido condenada injustamente.

- Não foi nada.

- É claro que foi! E prometo te devolver o dinheiro gasto nisso tudo.

- Não precisa, considere como um presente.

Cinthia ficou o observando por um instante e respondeu:

- Então tá. – Sorriu.

Cinthia voltou para casa e no dia seguinte, recebeu uma ligação de seu chefe, lhe pedindo perdão por tê-la acusado injustamente e informando que ela poderia voltar a trabalhar na empresa e ainda lhe pagaria uma indenização pelos danos.

Cinthia aceitou as desculpas e voltou para seu lugar e foi recebida com palmas por seus colegas de trabalho de forma honrada. A alegria tomou conta de seu espírito e ela pôde finalmente ficar tranquila. Por outro lado, Michael foi condenado à prisão por seus crimes descobertos, além de ter pagado uma multa à justiça.

À noite, Daphne estava em sua casa quando alguém tocou a campainha e ela foi atender.

- O que você quer? – Perguntou ao ver Erick.

- Vim te ver, gata.

- E a tal da Jennifer? – Fala o nome com tom de desprezo.

- Trabalhando na loja, então dá pra gente aproveitar.

- Sentiu minha falta? – Disse entrando na casa sem permissão.

- Ninguém me faz falta, nem mesmo você!

- Confesse que você me ama...

- Você é muito convencido!

- Não acho. Sou um tipo de homem inesquecível na vida de quem me conhece.

- Ah, é? Aceita um suco? – Ela oferece.

- Quero sim.

- Vou preparar pra você. – Vai até a geladeira e retira uma jarra com suco e pega um copo para servi-lo.

Daphne olha para Erick sentado no sofá com as pernas esticadas na maior folga, mexendo no celular e aproveita a distração dele para colocar algo na bebida dele.

- Aqui está seu suco. Aproveite bem. - Volta para ele, oferecendo-lhe o copo.

- Ah, obrigado. – Erick recebe e bebe.

Os dois sobem as escadas e entram no quarto, fechando a porta. Daphne só precisava de alguns minutos para que o efeito do remédio surtisse efeito em Erick.

- Ai, meu estômago... – Erick começou a sentir um reboliço.

Erick pôs o capacete e subiu na sua moto para voltar para casa. Daphne ficou apenas aliviada e riu por ter feito Erick ir embora daquele jeito.

Erick piorou do mal estar e foi levado ao hospital. Lá o trataram e ele foi liberado, mas falou à Jennifer que iria resolver um assunto, o que a deixou desconfiada.

Ele foi até a casa de Daphne e assim que ela abriu a porta, entrou sem permissão e foi logo a colocando contra a parede, perguntando bravo:

- Foi você não foi?!

- Eu o quê? Ficou maluco?

- Não se faça de desentendida, Daphne! – Gritou – Foi você que me intoxicou com aquele suco!

- Claro que não! Agora vá embora, se não quer que eu diga pra sua namorada que você é infiel com ela! – Ameaçou.

Erick se encheu de raiva e num gesto rápido, começou a enforcá-la com as mãos.

- Você não teria coragem! – Pressionava-a.

- Me solta!

Daphne tentava se soltar e gritar, mas não conseguia. Então pôs a mão dentro da calça e retirou um canivete, com o qual cravou nas costas de Erick com força, fazendo com que ele a soltasse e perdesse as forças até cair no chão sangrando.

- Acabou pra você, Erick. – Ela disse.

Anoiteceu e Jennifer estava ficando preocupada, pois Erick não atendia à suas ligações e nem as mensagens. O corpo de Erick só foi encontrado dias depois, carbonizado em um matagal distante e ficou arrasada, sem saber o que havia acontecido e quem havia o matado. A polícia começou a investigar o caso.

Jennifer ficou de luto pela perda de Erick e algumas semanas depois, a polícia descobriu que Erick tinha algumas amantes e que elas estavam sendo intimadas a prestarem depoimento. Elas foram ouvidas, mas não foram encontradas provas que indicassem algum envolvimento das mulheres no crime e por isso, todas foram liberadas.

Jennifer ficou mal por ter sido enganada por Erick e não sabia mais se continuava com o luto ou tentasse refazer sua vida sem ele, o que era difícil, pois ela o amava e não queria sentir rancor de alguém que já nem estava mais vivo.

Cinthia disse a ela palavras de ânimo para a amiga não ficar sofrendo tanto e a incentivou a enxugar as lágrimas e a manter a consciência tranquila, pois Jennifer era a mulher que todo homem gostaria de ter ao lado e que Erick não soube valorizá-la, mas ela iria se reerguer e superar o trauma.

- Você tem razão, amiga. Obrigada pelas palavras. Não vou ficar sofrendo por alguém que não me merecia.

- Essa é a Jenni que eu conheço!

Cinthia abraçou a amiga e a confortou.