Hiccstrid - O Oleandro Vermelho

A Noite do Ensopado de Robalo da Tia Hilde - Parte II

HEATHER sobrevoou o Domínio, pronta para pousar Tesoura-de-Vento na plataforma de alojamento de Soluço, porém viu Astrid encaminhar-se decidida porta a dentro, fazendo com que o coração dela ardesse. Pelos deuses, o que estava fazendo ali? Ia bater na porta de Soluço e o que? Puxou as rédeas de Tesoura-De-Vento e deu meia volta com a frustração a invadindo de maneira impiedosa. Ela sabia o que era isso e não queria ficar com aquele sentimento.

Pousou próximo ao alojamento de Perna-de-Peixe era realmente o lugar mais calmo do Domínio, as ondas do mar batiam levemente na praia e tinha um cheiro sensível de flores misturado com maresia. Ainda assim, aquela calmaria não parecia acalmar seu interior. Ela aproximou-se um pouco mais e viu que pequenas fogueiras iluminavam o redor da hidromassagem e de sua fumaça exalava um cheiro ainda mais adocicado. Sentado em posição de meditação, com olhos fechados e a respiração funda, porém, extremamente ritmada, estava Perna-de-Peixe, que repetia quase inaudivelmente como um mantra: "Não devo pensar nessas coisas. Não deve pensar nessas coisas."

Heather sorriu, por um momento, esquecendo a comichão em seu ventre. Não podia fazer isso com ele, não com o coração acelerado por outro. Respirou fundo e se afastou.

Estava se sentindo horrível e pior ainda quando se viu pousando na plataforma de Melequento. Encontrou a porta aberta e nenhum sinal do viking. Ela sabia que amanhã seria imensamente grata por isso. E quando pensou que vizinho ficava o alojamento de Cabeçadura odiou-se, sentiu vergonha de si mesmo, e tornou para o alojamento de Astrid.

Jogou-se na cama sentindo todos os sentimentos agonizante se misturando. A frustração era o maior deles e ela sabia do que precisava para aplacá-lo. Sempre se virou bem sozinha, afinal. Levantou-se, enxugou as lágrimas dos olhos e despiu-se, sentindo o corpo ainda mais sedento por toque, e Heather simplesmente, não se fez de rogada.

ASTRID sentia-se flutuar, embora o peso do corpo de Soluço a prendesse na cama ela sentia-se completamente livre, o coração batia numa velocidade alarmante, mais ou menos como ela sentiu quando voou a primeira vez, liberdade e adrenalina. Era por isso, era realmente por isso, que ela sentia que voava. Soluço a beijava com uma sofreguidão que ela nem sabia que existia, era algo tão urgente e intenso que nublava sua capacidade de raciocínio. E sinceramente, pensar era a última coisa que queria fazer. Tanto que quando achou que morreria sem ar, agarrou-se mais a ele, tentando aprofundar ainda mais o beijo. Porém, Soluço a deixou respirar e desceu a boca por seu pescoço.

Ela mesma levou as mãos até as suas ombreiras, soltando-as e atirando-as longe, causando um barulho forte de metal batendo contra metal e desmoronando em seguida. Mas, nenhum dos dois pareceu ouvir. Sentiu as mãos frias de Soluço encontrar o pedaço de pele quente de sua cintura que a blusa desensacada deixava a mostra, então arrepiou-se. E tinha um estranho arranhar na garganta como se estivesse gritando, mas ouvia-se apenas murmúrios.

Tateou as mãos pela frente da armadura dele, encontrando a fivela, passou a desabotoá-la. Soluço a ajudou e ela também atirou a peça longe, causando outro pequeno estrondo. Ele pareceu despertar por um momento, olhou-a com os olhos enervados, Astrid nunca tinha visto o verde dos olhos dele tão cobalto.

- O que estamos fazendo? - ele perguntou ofegante.

- Uma loucura. - respondeu tão ofegante quanto ele.

- Nada de novo, então.

Astrid sorriu e o puxou para outro beijo. Passeou as mãos por dentro de sua túnica, sentindo a pele quente dele a deixar ainda mais ansiosa. Trilhou as mãos para suas costas, sentindo a necessidade de pressioná-la com as unhas. Não queria machucá-lo, mas era irracional o desejo de se apertar a ele, de... se fundir a ele. Arrastou a túnica dele para cima e a tirou por completo. Soluço estava ganhando corpo, ela notara isso antes, mas ver era definitivamente melhor.