lembranças

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Vovó me disse quando eu era jovem
Que não tinha medo que a morte viesse buscá-la
Eu, que tanto tive medo da morte
Não de morrer, mas de alguém perder
E ela sempre ganhar pontos
E eu ficar chorando aos prantos
Minha cabeça parece uma roda gigante
E eu odeio isso
Da última forma que eu te vi
Da última forma de ver o seu sorrir
E todo estresse gerado por ti
Será que foi um caso bom te deixar ir?
Dias azuis se transformam em cinzas
Dias cinzas se transformam em azuis
Dentro de nós temos escuridão
Dentro de nós temos luz
E esses dias estamos com uma visão tanto diferente
Escuridão dominando nossas mentes
Pessoas saudáveis, pessoas doentes
Por que vemos a morte como nossa inimiga
Se também é nossa amiga?
E se ela levou por que não suportariam coisas piores
Quando os seus últimos momentos não foram os melhores?
Talvez outras pessoas não se conformem que não há só vida
E atiram ódio sobre uma causa natural
Tudo que é belo tem um início, meio e um final
Só que tenho um poder secreto
Não tem uma chave pra abrir esse mistério
Eu só lembro do seu rosto iluminado
Do seu aconchegante abraço
Meu peito encostando no seu
No beijo que eu te dei, no beijo que você me deu
Passando os dedos em seus pelos, tocando sua pele
Sentindo sua respiração leve
O sorriso que você me arrancou
O final mais sombrio, flor se tornou
E de terra escura e luz solar clara
De todas as lágrimas doces que se tranformaram em salgadas
Floresceram lembranças
Alegres como brincadeiras de crianças
São elas que brilham nas nuvens cinzas
Que na morte, estão vivas
E quando eu choro, não percebo
Mas é uma das coisas mais lindas
Sim, nasceu um sonho de meu pesadelo
E por isso, tenho que dizer
Tu não morreu, e nem há de morrer
Na minha mente, há de viver
Feliz e caloroso
Teu corpo foi viajar
Mas na minha mente
Tú ficará.

Borboletas SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora