Pedro

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Pedro,

eu estou no telefone
Preocupada por você, perguntando...

onde?

Pela sua voz, só quer saber de beber
Mas não julgo o que quer fazer

Pois a mesma coisa tenho feito
E choro quando me lembro,

Daquele nosso beijo
Que jurava ser apaixonado
Coisa da minha cabeça.

Tudo falso.

Eu me lembro de vezes que chegava
em casa
Alterado, escutando o cair das minhas lágrimas
Me recordo todas as coisas que fiz por você

De te buscar bêbado
(Por que?)
brigou com desconhecidos
Criando inimigos

Todas as vezes que tentei te deixar sóbrio
E quando sóbrio,
Era óbvio
Me deixava de escanteio, como algo velho no sótão

...

Por que, Pedro?

Por que fez uma mulher sádica, como eu, chorar?
Por que você me deixou no oceano, pra me afundar?
Era isso quando você disse que eu iria ser sua?
Foi isso que quis dizer quando me prometeu amor a luz da lua?
Isso é pra ser amor?
E se é, por que a dor?

Por que não me levanta quando caio, se com você eu levanto?
Dói estar comigo?
Num segundo...
Num canto...
Dói falar "te amo?"
"Você está bonita, que sapato bonito"
Nada disso.
Tudo que você quer, é álcool pra se sentir vivo
Só que é ingênuo pra não perceber, isso está te consumindo.

E agora, está feliz?
A quem você segura, está insegura
Todo um dia: uma luta.
Por fora, inexpressão e perdão;
Por dentro, sofrimento e a detenção;

E quando o destilado sobre minha boca passar
O destilado, minha garganta rasgará
Minha mente, se apagará.
Minhas emoções sobre meu corpo, transbordam
O(s) nó(s) que em minha cabeça ficam se enroscam, se embolam.
E vejo, que não possuí felicidade.

... Sem sorrir...


...A realidade...

...Creio eu, devo partir.

Borboletas SombriasOnde histórias criam vida. Descubra agora