E se eu disesse que eu te amo? - S/n e Cedric Diggory

14 - °Torneio Tribruxo°

Então era 23 de novembro, sexta feira. Suspirei indo em direção ao salão principal pois Dumbledor nos chamou dizendo que tinha coisas importantes à declarar. Cheguei no salão me sentando junto à meus amigos que já estavam lá. Então quando me sentei, Dumbledor começou seu discurso.

Ele falou sobre Hogwarts, que seria a sede o torneio tribruxo, apresentou primeiro a BeauxBatons (acho que é assim que se escreve). As meninas entraram com vestidos de seda azuis encantando os meninos que ali estavam. Eu, Hermione e Luna apenas reviramos os olhos. Harry, Cedric e Draco nem ligaram para elas, apenas Ron e os gêmeos prestaram bastante atenção. O que não me surpreendeu, Weasleys...

- Apaixonados Weasleys? - disse divertida. Os três viraram instantânemente para mim, com caras bravas. Engoli em seco, fingindo estar com medo. Eles desistiram de voltar a olhar para as meninas e ficamos apenas olhando ao redor.

E então Durmstrang entrou, com seus garotos alto e fortes. Eles entraram batendo bastões no chão. Eu fiz questão de não olhar, aquilo me dava vergonha alheia. Por fim deles, entrou Victor Krum, o que fez alguns cochichos serem ouvidos pelo salão.

Dumbledor começou à explicar sobre as regras, como por exemplo, os estudantes com menos de dezesseis anos não poderiam participar (sei que é dezessete mas tive que mudar), que se entrasse não poderia mais sair, que eram tarefas difíceis e um discurso interminável.

Então depois do discurso, comemos um banquete como sempre impecável. Os candidatos tinham até sábado 19h para colocar seus nomes. Eu nem morta colocaria meu nome ali, era morte na certa. A primeira prova seria terça-feira de manhã, a segunda na quinta-feira e terceira no sábado.

Ficamos conversando até tarde no salão, bem tarde mesmo, até Flitwick nos expulsar de lá. Cada um se separou, eu, Luna e os grifinórios para um lado, Cedric e Draco para outro. Eu acabei ficando por último. Senti um braço na minha cintura e uma mão em minha boca, eu juro que se for Malfoy de novo eu o mato!

Fui colocada dentro do armário de vassouras e olhei, vendo que era Cedric.

- Lembra quando você me puxou para cá? Que você disse que faria qualquer coisa para eu não te entregar? - ele disse com as mãos no bolso olhando pelo armário, com um sorriso convencido no rosto.

- Claro que lembro - disse soltando uma risada fraca. Cedric fechou sua cara rapidamente, me fazendo fechar a minha também, ele estava nervoso e eu preocupada.

- Eu vou participar do torneio tribruxo... - ele disse baixo, mas eu ouvi.

- O QUE?! - gritei indignada, coloquei minhas mãos em seu ombro sacudindo-o levemente - Cedric, isso é perigoso. São provas absurdas, cruéis, você pode se machucar feio, até morrer.  - Eu disse essa palavra com uma certa dificuldade - Eu não aguentaria ficar sem a pessoa que fez minha vida virar tudo o que é hoje, tudo que sempre quis. - disse com os olhos cheios de lágrimas, tirando minha mãos de seu ombro.

- Eu não vou morrer S/n, eu nunca ia te deixar sem mim. Eu prometo tomar cuidado para não me machucar, afinal, se eu me machucar você vai cuidar de mim né? - ele disse fazendo biquinho - Eu não vou deixar você S/n. - ele disse colocando suas mãos em meu rosto, me fazendo olhar para ele. - Eu te amo, você não vai se livrar tão rápido de mim, te garanto.

- O-que disse? - perguntei quando uma lágrima escorreu, e seu dedão rapidamente à limpou.

- Eu te amo S/n! Eu te amo, eu te amo, eu te amo. Você é muito especial para mim, por favor, confie em mim, eu te prometo. - ele disse calmamente.

- Ninguém nunca me disse isso... - disse abaixando minha cabeça e mais uma lágrima escorreu.

- Oh, meu amor, eu não consigo nem imaginar o tanto que deve doer não saber quem você é, nem lembrar de nada. Mas agora você não está sozinha, você tem uma família. Eu te amo, de verdade. - ele disse sem desviar seu olhar de mim.

- Me promete não me deixar? - disse com os lábios trêmulos, eu estava vulnerável naquele momento, não só pelo fato de Cedric participar do torneio, mas tudo veio à tona. - Eu também te amo - disse baixo e rápido, mas sei que ele ouviu.

- Prometo. - dito isso ele deu um beijo na minha testa, acariciava meu rosto enquanto secava algumas lágrimas que eu não controlava. Ele me puxou para um abraço aconchegante, descansei minha cabeça em seu peito. Eu não consegui, e ali desabei em choro.

Eu nunca havia chorado na frente de ninguém, sempre evitei demonstrar fraquezas. Mas ali, com Cedric, saber que poderia perder um de meus melhores amigos, aquele amigo que fez da minha vida que era um inferno a maravilha que é hoje, me desesperava. Eu chorei por tudo, tudo que havia segurado em cinco anos, e toda a dor de dez anos que pareciam inexistentes em minha mente.

Cedric foi se abaixando comigo junto, ele se escorou na parede, se sentando com as pernas abertas e esticada no chão. Eu estava sentada entre suas pernas, de frente para ele, com minha cabeça em seu peito, abraçando sua cintura. Ele tinha uma de suas mãos fazendo cafuné em meu cabelo, e a outra me segurando como se eu pudesse escapar dali, mas ele nunca quisesse me perder.

Tudo que se ouvia naquele armário eram soluços de desespero que saiam de minha respiração desregulada. Eu chorava sem pausa, sem conseguir parar. E então em um ponto, meu choro cessou, minha respiração se acalmou, meus olhos caíram involuntariamente, e então antes de adormecer, senti Cedric deixar um beijo no topo de minha cabeça e sussurrar sete palavras.

- Vai ficar tudo bem, eu te amo. - e assim eu dormi, em meio aos choros, em meio ao caos e a dor, eu dormi nos braços de Cedric, onde me sentia segura.

Alguém me amava, finalmente, alguém me amava.