16 - °Desafio°

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Ficamos uma hora conversando no salão principal, e aos poucos ele foi se enchendo. Às dezenove horas em ponto, Dumbledor e os outros professores entraram. Dumbledor mais uma vez discursou e finalmente serviu o banquete.

Comemos aquela comida que nunca haviam feito antes, ocasião espacial, afinal. Ron se acabou, eu comi muito pouco pois estava nervosa. Eu não conseguia conter, eu brincava com meus dedos na tentativa de conter a ansiedade. Meus pés iam para cima e para baixo e eu mordia minha boca por dentro freneticamente.

- Está tudo bem S/n? - Draco perguntou baixo no meu ouvido, para ninguém mais ouvir.

- Estou sim Draco, só estou preocupada. - O garoto colocou uma mão em meu rosto fazendo um pouco de carinho. De repente um barulho alto ecoou pelo salão, todos olhamos para o cálice. Pelo barulho, aquele negócio ia explodir.

Dumbledor se levantou indo em direção ao cálice, uma chama enorme e azul cresceu e então um papel voou.

- Viktor Krum! - palmas, gritos e cochichos foram ouvidos enquanto o garoto ia para trás de Dumbledor. - Fleur Delacour! - a cena se repetiu. E então o último papel voou, Dumbledor pegou-o e fez suspense. Todos olhavam para ele anciando pela resposta. Eu estava com os cotovelos na mesa e os braços para cima, com minha cabeça apoiada em minha mãos olhando para baixo. Eu não tinha coragem de olhar para os outros, principalmente para Cedric. - Cedric Diggory! - a escola se explodiu em gritos e aplausos. O garoto saiu do meu lado sem mesmo olhar para mim, indo até Dumbledor. Deixei minha cabeça escorregar de minhas mãos. Começei à sentir falta de ar e tudo começava à girar lentamente. Senti uma mão em minhas costas e olhei para o lado.

- Você quer sair daqui? - Draco me perguntou com um semblante preocupado. Assenti, o garoto levantou e me ajudou à fazer o mesmo. Nós saímos do salão principal e em todo momento Draco esteve com a mão em minhas costas, acariciando-a, na tentativa de me acalmar, o que não dava muito certo pois minhas respiração piorava.

Ele me levou à um banco de pedra coberto, que dava vista para o jardim. Não podíamos ficar muito expostos, estava frio. Nos sentamos, ambos quietos. Me aproximei um pouco de Draco e o mesmo desceu a mão de minhas costas para minha cintura, me abraçando de lado, descansei minha cabeça em seu ombro.

- O que posso fazer para te acalmar? - Draco disse.

- Só você estando aqui comigo me ajuda. - disse com dificuldade devido à falta de ar. Aos poucos consegui me sentir melhor, estabilizando minha respiração. Draco me soltou, se virando para mim, cruzando suas pernas sobre o banco. Copiei sua pose e ficamos nos encarando.

- Sem querer ser grosso ou algo do tipo, mas porque se preocupa tanto com Diggory? - Draco perguntou receoso.

- Cedric me livrou do inferno que minha vida era. - repondi, e o garoto me olhou com uma cara de dúvida. - Você não estava na torre de astronomia quando eu contei tudo? - ele negou. - Ok, hm, por onde eu começo? Ah, sim. Aos dez anos eu cheguei aqui em Hogwarts, um homem me tirou do sistema de adoção ilegalmente, e o sistema não era nada legal, era desumano, e me trouxe para cá. E aí eu moro aqui, passo férias e natais aqui. Por isso tenho meu quarto sozinha. Eu não sei quem eu sou, eu não sei quem meus pais eram, a aparência deles, se eu tenho família em algum lugar, nem sequer meu sobrenome eu sei, tudo antes dos meus dez anos eu não sei. E ninguém nunca se interessou em vir falar comigo então durante os cinco anos que eu estive aqui eu estava sozinha. Se eu morresse quem iria no meu funeral era Dumbledor e os professores. Mas no segundo dia de aula, em setembro, Cedric resolveu encher meu saco e me apresentou à vocês. Vocês me tiraram da depressão que eu não sabia que tinha, isso só por que Cedric me apresentou à vocês. Por isso estou tão preocupada. Ele foi quem transformou o inferno que minha vida era em tudo o que é hoje.

E se eu disesse que eu te amo? - S/n e Cedric DiggoryOnde histórias criam vida. Descubra agora