46 - °Crise°

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Acordei antes que Cedric, que dormia profundamente abraçado á mim. Me soltei dele fazendo o máximo para não acorda-lo e com sucesso fui tomar banho. Deixei a água morna descer sobre meu corpo, me lavei e me sequei. Coloquei um short preto de malha e uma camiseta grande do "Metallica", uma das minhas bandas favoritas.

- S/n? Você está aí? - escutei a batida e a voz rouca de Cedric através da porta. Abri a porta vendo o garoto sem camisa à minha frente. Não pude deixar de olhar seu tanquinho definido e o quão bonito seu corpo era. - Vai babar? - ele passou a mão na frente de meus olhos, como se quisesse me acordar. Olhei para seus olhos, o mesmo segurava a risada. Algo que não funcionou pois caímos na risada logo em seguida.

- Você só... só... é muito bonito. - disse entre risos e no final cessando a risada junto com meu namorado.

- Você também é, meu amor. - ele beijou minha testa. Uni nossos lábios em um beijo que eu havia ficado sem um mês. Um mês vazio, sozinho e triste. Um mês que eu me afundei em mais um episódio de depressão, não tão grande quanto os que eu ja tivera mas ainda sim me abalava. Eu não acho que eu esteja totalmente recuperada mas talvez eu melhore rápido. Eu não sinto vontade de levantar, não sinto fome, não tenho vontade de fazer nada. Só ficar na cama o dia todo. Cedric entrou no banheiro para tomar banho e eu deitei em minha cama novamente, de onde pretendia não sair.

- S/n? - ouvi uma voz em minha porta. Era a voz de Sirius. Corri atrás a mesma e abri-a.

- Oi, pai. - respondi olhando para ele.

- Oi, filha. - ele me abraçou. - Você quer conversar? - Assenti, ele me levou até os pufes e me sentou de frente para ele. - O que eles dois fizeram com você?

- Eles não fizeram nada pai, nada de tortura física. Eles me proibiram de falar com meus amigos e me ameaçaram dizendo que se eu tentasse iriam me machucar. - disse desanimada, como tudo que saia de minha boca há um mês.

- Você não está bem, não é? - ele me olhava com cuidado. Neguei com a cabeça, sentindo meus olhos arderem. - Pode desabar, filha. Eu estou aqui para te segurar. - ele me puxou e me deitou em cima dele. Não segurei, afinal não tinha como segurar. Chorei, Chorei ao ponto de gritar contra o tecido escuro de sua camiseta. Ele fazia carinho em minhas costas na tentativa de me confortar, eu sentia um vazio. Como se eu fosse inútil, como se não pudesse fazer nada por mim nem por quem eu amo.

Eu não sabia se Cedric estava me vendo naquele estado mas se estivesse, resolveu deixar termos este momento pai e filha. Quando eu consegui parar de chorar, Sirius me pegou no colo, me disse para descansar e me deixou na cama. Cedric estava sentado em minha cama, com as pernas para fora, sem camisa e secando seu cabelo com a toalha. Sirius saiu com Cedric do quarto para o que eu ouvi ser uma conversa.

- S/n? - Cedric sussurrou entrando no quarto.

- Hm? - respondi sem forças, de bruços e em baixo das cobertas. Por mais que estivesse calor. Eu sentia como se a todo momento eu quisesse chorar, como se aquilo tivesse entalado em mim. Não foi o suficiente. Cedric se deitou atrás de mim pois senti o colchão se afundar.

- Você quer conversar? - ele tirava o cobertor de cima de mim. Meu olho ardeu mais uma vez, meu corpo arrepiou como se eu sentisse frio, mas não sentia.

- E-eu só não me sinto bem, Cedric. - disse segurando as lágrimas com a voz trêmula, eu odiava desabafar. - Eu me sinto vazia. - ele puxou rapidamente meu corpo sobre o seu, me abraçando com força. - Eu não tenho vontade de fazer nada...

- Eu sinto muito, princesa. Vou estar aqui para você e fazer o que precisar para te ajudar. Eu te amo. - seu beijo colou no topo de minha cabeça, o gatilho suficiente para me fazer gritar de dor contra seu peito e voltar à chorar. - Vai ficar tudo bem... - ele fazia um carinho em minhas costas, até me fazer dormir. Dormir em seus braços.

E se eu disesse que eu te amo? - S/n e Cedric DiggoryOnde histórias criam vida. Descubra agora