Sangue Nos Tijolos Amarelos

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"Eu costumava esperar o dia clarear para ir dormir, assim me sentia mais segura"
...

Stella e sua mãe se encararam por alguns segundos até Regina tomar o primeiro passo em direção a casa. A casa aparentava ser a mais antiga da vizinhança - as quais eram casas de classe média e eram relativamente grandes. A nova casa de Stella tinha dois andares com um teto estranhamente triangular, nela havia poucas janelas e portas, e a casa toda estava pintada com azul escuro e branco igual as demais. Não chamava muito a atenção a não ser pelo longo terreno e uma cerca branca em volta da casa além da rua pouco movimentada que confortava Stella em não ter que lidar com muito barulho.
Ainda assim, Stella e sua mãe não são as únicas ali, já que do outro lado da rua olhares e comentários começavam a surgir, mas ela já estava decidida a dar uma chance para seu recomeço. Stella se aproxima e vai abrindo o portão que range desconfortávelmente. Quanto mais ela abria o portão mais ia surgindo um caminho de tijolos amarelos que a levaria até a porta do seu novo lar

Sangue Nos Tijolos Amarelos

Emma havia despertado cedo, se aprontou num instante, desceu até a cozinha, devorou uma torrada inteira em poucos segundos - era seu novo e bizarro recorde, e como já era de seu costume, optou por não se sentar a mesa com sua família e saiu as pressas de sua casa. Ela andara muito estranha ultimamente, até sua família havia notado isso, mesmo ela escondendo as emoções muito bem. Por mais que sua família aparentasse ser compreensiva ela nunca foi muito de se abrir com eles pois acreditava que eles não a entenderiam, e era o porquê de contar tudo para seu melhor amigo Michael, ele a encontrava para tentar ajudar e também para se lamentar de seus próprios problemas, oque ela não fazia ideia de como reagir, por isso sua reação era sempre tão seca em relação as mazelas do coitado.

Emma

O interessante de contos de fadas é que não importa o quão a situação piore, tudo vai acabar "feliz para sempre", bom, minha história não é um conto de fadas. Sair de casa virou um hobby, as vezes para ir ao parque sozinha ou passear com Michael - que com tantos problemas deve tá mais ferrado que eu. Michael não sabe que costumo ir ao parque quando não tem ninguém lá, então não tenho que lidar com os discursos e alertas dele, mesmo assim, para chegar ao meu pacífico destino tenho que passar em frente a casa dele, oque aumenta a chances dele tentar me impedir.

- Bom dia Emma - me avistou Michael correndo até mim

- Dia para você também - respondi apática

- Ah, porque tá tão amarga? Se acordou agora?

- Óbvio, não sou igual a você que se acorda as 4 da manhã pra fazer castelo de areia

- Ei, eu trabalho - berrou - E não faço castelo de areia

- Bom para você

Michael é oque eu tenho mais próximo de um amigo, ele é um garoto alto - mas não tanto, com um cabelo escuro e liso, realmente invejável. Mãos firmes e grossas e algumas vezes sujas, isso deve ser de tanto pegar em ferramentas pois ajuda seu pai na pequena oficina deles, além de trabalhar na lanchonete do Mario - um velho chato e amargurado da vida. Pobre Michael, cansa de tanto dedicar-se por sua família, que sempre tem algo para ele resolver. Em sua maioria das vezes ele usa roupas e sapatos velhos e desgastados, ninguém tem dúvidas de sua situação financeira. Ele é sempre muito otimista, e isso as vezes o torna irritante.

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⏰ Última atualização: Jul 06, 2021 ⏰

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