Capítulo 3.

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Michelle Clark.


Depois de um dia exaustivo, fui para o meu quarto com a minha melhor amiga do lado, eu sinto que ela está preocupada, mas não estou surpresa considerando que eu não estou me sentindo bem, meu corpo está pesando como se eu tivesse apanhado por horas seguidas.

Desde o momento em que meus olhos cruzaram com os castanhos de Karla, eu não paro de pensar nela, na mulher que ousou me desafiar. Tem algo nela que me deixa intrigada, eu só não sei o que é, preciso pensar em alguma maneira de afastá-la daqui completamente, antes que seja tarde demais. Entrei no meu quarto e Vero logo se despediu, ainda posso ouvir o choque de seus saltos contra o piso, aposto que ela continua orando aos seus Deuses para proteger Serafim e a mim dessa nova ameaça.

Ao tirar os sapatos dos meus pés, senti o chão gélido em contato com a minha pele o que fez com que eu me arrepiasse, a sensação é tão boa, quase reconfortante. Despi-me por inteira no caminho até o banheiro, tudo que eu preciso nesse momento é um banho longo e quente para relaxar.

Fui para debaixo do chuveiro e fechei os olhos ao sentir a água escorrendo pelo meu corpo, era como se não lavasse apenas o meu corpo, mas também a minha alma. E de repente todas as lembranças vieram à tona sem que eu tivesse o mínimo de controle, meu coração se preenche de uma saudade daquela que um dia chamei de minha.

— Deus sabe o quanto eu queria que você estivesse aqui. — lamentei mais uma vez de saudade.

Antes que minha pele enrugasse encerrei o banho, sai do banheiro enrolada em uma toalha, e sem sequer me vestir deitei-me na cama, meu corpo e minha mente estão cansados demais tudo que eu quero é uma boa noite de sono, antes de apagar completamente ainda consegui ver o lindo reflexo da lua no espelho. Acordei com o grito da Verônica e um jato d'água na cara. Um belo jeito de me dar bom dia, todo mundo teme a minha pessoa, já ela faz pouco caso da minha soberania.

— Acorda logo, você tem uma audiência em quinze minutos. — ótimo. Tudo que eu precisava era uma audiência, revirei os olhos.

— Sabe que eu poderia mandar arrancar sua cabeça, só pelo jato de água na minha cara, não sabe? — rosnei.

— Sei de tudo isso, agora anda logo. — ela sai do quarto batendo a porta com tudo.

— Lá se foi a minha hora de descanso. — joguei o travesseiro longe.

Levantei lentamente e me direcionei ao banheiro, tomei um bom banho, coloquei um vestido preto com mangas longas, uma bota de cano longo na altura das coxas, feita de couro preto e com salto. Nos lábios, um batom vermelho cor de sangue, olhos marcantes que fazem um contraste perfeito com a minha pele branca, ou como minha irmã costuma dizer minha pele de fantasma.

Minha barriga roncava de fome, então antes de começar os trabalhos resolvi passar na cozinha para comer algo. Minha querida amiga com o seu bom humor de cada dia já está com os olhos repletos de fúria, eu já sabia o que estaria por vir. Reclamações, ela só reclama, a sorte dela é que é minha melhor amiga.

— Você está atrasada. — falou o óbvio.

— Sou a rainha desse castelo, acho que posso fazer meu próprio horário, fora que estou com fome, preciso me alimentar, ou você acha que eu vou deixar de comer, porque tenho uma audiência com um criminoso. — sentei à mesa, e me servi com pão e vinho.

— Não sei como consegue beber vinho há essa hora. — ela ainda não se acostumou e já faz anos que estamos juntas.

— Ele é feito com sangue de quem reclama muito, você deveria experimentar. — sorri cinicamente.

A Escolhida (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora