Karla Galanis.
Desci da nave ao lado de Sofia, deixei-me cair de joelhos diante da ruína do meu povo. Corpos caídos, monumentos destruídos, casas ao chão. Gritos de pavor e revolta. As lágrimas rolaram pelo meu rosto, caí em desespero, Sofi me envolveu em um abraço apertado.
— Como tiveram coragem? Nosso povo é pacífico, qual o motivo para tamanha destruição? — perguntei a Sofi.
— Há um caos se espalhando por toda a galáxia, nosso planeta foi atingido, mas amanhã pode ser Júpiter.
Caminhamos em silêncio por cima dos escombros, subimos uma grande escada e chegamos diante do templo. Foi como um rasgo no meu peito foi aqui onde cresci, onde servi, agora são apenas lembranças. Olhando de cima, percebi que está tudo destruído, não havia uma casa sequer de pé.
— Você pode reconstruir você sabe. — passei os olhos pelo local procurando a origem daquela voz, quando olhei para trás me deparei como uma senhora de cabelos grisalhos e pele enrugada, vestida com trapos, os deuses não foram gentis com ela.
Olhei ao redor à procura de Sofi, porém não a encontrei em nenhum lugar, então continuei encarando a velha parada na minha frente. O que me deixa intrigada é a maneira como ela falou, como se fossemos amigas íntimas e eu nem a conheço.
— Não seria a mesma coisa. — queria que fosse tão fácil como ela diz, esse foi o primeiro templo criado para Atena, é sagrado para mim, mesmo reconstruindo não terá o mesmo significado que o original.
— Eles precisam ter fé, dê a eles algo para acreditar. — em segundos a senhora virou areia sendo levada pelo vento forte.
Será que estou alucinando? Balancei a cabeça me concentrando no monte de pedras diante de mim. Ergui a mão para o céu, raios de sol desceram, o tremor de terras começou, as pedras diante de mim começaram a levitar, fechei os olhos, formei um "X" com os braços, canalizei todo o meu poder, abri os braços com tudo, um estrondo se fez ouvir, abri os olhos e me deparei com o Templo completamente erguido e a estátua de Atena tão majestosa quanto antes.
— Karla, precisamos... — Sofi surgiu das escadas e paralisou diante do Templo. — Meu deus, como você fez isso? — seus olhos mostravam admiração, respeito e alívio.
— Não sei como consegui, mas eu fiz isso, ergui o Templo de Atena, e estou imensamente feliz por isso. Espalhe para o povo que Atena é soberana nesta terra. Que eles mantenham a crença e lutem pela sobrevivência. Aos elementares de terra, que reconstruam nossa cidade e vivam em paz. — os herdeiros dos Deuses Gregos são os únicos com poderes em meu planeta, por isso foram alvos dos Deuses de Saturno.
— Por que você não vai até eles? Eles se sentiriam bem em ouvir todas essas palavras vindas de você. — Sofi perguntou dando um passo em minha direção, eu me afastei dela antes de dizer sem muito ânimo.
— Não tenho forças para interagir com o povo, estou exausta. — caminhei em direção à nave e aguardei o retorno de Sofi para que juntas pudéssemos reconstruir nossa vida.
Voltamos em silêncio para a nossa casa, foi um trajeto rápido tendo em mente que, a Terra fica há um salto de Júpiter. Fazia tempo que eu não voltava ao meu planeta natal, tinha esquecido o quanto é movimentado e cheio de prédios, totalmente diferente de Júpiter, onde suas construções são de barro sendo tudo mais rústico.
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A Escolhida (DEGUSTAÇÃO)
FantasyHá milênios uma guerra entre a luz e a escuridão se deu início pelo desaparecimento de um artefato valioso. E mesmo depois de tanta luta, ódio e rancor, o amor voltou a florescer. Numa noite, onde a escuridão dominava toda a extensão do céus e o pei...