31º

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- S/N ON -


- E ai? - ela diz me servindo a bebida - o que rolou?

- Ah, ela está jogando Katy - bebo para conseguir dosar minhas palavras - disse tantas coisa bonitas, disse que mudaria, que faria e que aconteceria - respiro fundo, coloco minhas pernas em cima da outra cadeira - trepou a noite toda e foi embora, como se fosse uma foda e pronto 

- e não é? - quase me engasgo 

- pelo menos pra mim não, na verdade não pareceu - fico desconfortável com o que esta acontecendo 

- Eu te avisei sobre ela, só tenta não se entregar muito - agora é sua vez de dosar suas palavras - Demi é instável em relacionamentos, foi assim com Wilmer, Max, aquele brasileiro e tantos outros, carinho, transa, disse coisas bonitas e depois foi embora como se nada tivesse acontecido 

- Mas você sabe que eu não aguento isso 

- Sim, você parece não ter paciência com isso

- exatamente! - levanto o copo e bebo o liquido - vou indo, só passei para dar um oi 

- acabou de beber e vai dirigir? 

- eu to bem!

- fica essa noite, amanhã você vai 

- eu preciso ficar sozinha, preciso de um drama - ela ri com a minha frase 

- vou pedir para o meu motorista te levar, amanhã alguém leva o carro

- sério, eu posso alugar um, não quero te atrapalhar 

- quando você atrapalha s/n? - estamos de pé, ela me abraça - sabe que é como uma filha, minha filha mais velha que as vezes preciso dar um puxão de orelha, mas, que nunca me decepcionou ou me deu problemas - sua mão faz carinho em meu rosto - não deixa essa relação acabar com os seus sonhos

- o problema é que estou envolvida além do que eu queria - digo chegando na cozinha junto com ela 

- e eu sei que Demi está, só que é confusa demais para relacionamentos e acaba magoando quem não entende isso - ela liga para o motorista e logo aparece na porta da garagem que da acesso a cozinha - você vai ficar bem?

- eu sempre fico - dou um sorriso grande e forçado - amanhã a gente se fala 

- não tenho dúvidas - ela ri - a propósito - ela corre até sua bolsa que está em cima da bancada da cozinha e volta com um papel em mãos - sei que não precisa, mas - era o convite do filho mais velho dela - ele não me perdoaria se eu não entregasse isso à você 

- Que coisa mais fofa - vejo o convite - eu vou ver se irei vir - respondo séria 

- se você não vier eu vou te buscar e te arrasto pelos cabelos - ela puxa brincando meus cabelos 

- certo! pode confirmar minha presença - sorri - vou indo, qualquer coisa me liga 

- digo o mesmo! - saio pela porta junto com o motorista de Katy, dou as chaves do carro para ele e vamos para o apartamento que estou hospedada, já é noite, nem vi o tempo passar; esse tipo de conversa com Katy é quase uma sessão de terapia.


- S/N OFF -

- DEMI ON -


Termino todos os meus afazeres do dia, minha assistente diz que amanhã tenho um dia inteiro de folga, porém, como o álbum está atrasado essa folga será dentro do estúdio com s/n, posso afirmar que será prazeroso. Pensando nela, vejo a mensagem que deixei para ela hoje de manhã, ela visualizou e não respondeu, será que está tudo bem?

- Para casa, Demi? - Max pergunta 

- Para o apart do Oak - ele acha estranho minha resposta, mas não questiona, minutos depois ele estaciona em frente a entrada do prédio - precisa de carona para o estúdio? 

- Não, eu tenho com ir - mando um beijo para eles e corro para a portaria - oi, boa noite - digo sorridente ao porteiro - eu vou no apartamento 2026 

- A sim, vou liga só um minuto - e então o jovem rapaz liga - pode subir - agradeço tomando o elevador, coloco seu andar. 

A porta do elevador se abre, saio virando para a direita, a porta de seu apart está aberta, espero que ela esteja aberta para mim também, dou risada com os meus pensamento, sigo o cheiro de seu perfume - olá? - empurro a porta, vejo ela sentada na sala - boa noite! - tento ser formal, pela cara dela as coisas não estão bem 

- boa noite! - nem me olha, certo, o que fiz dessa vez? 

- está tudo bem? - tiro meus sapatos, coloco meu casaco na cadeira junto com a bolsa, vou em sua direção, me jogo em seu colo, é bom chegar em casa e ter ela, mesmo que essa casa não seja minha ou dela, ela me faz sentir em casa quando esta no mesmo ambiente que eu 

- tirando a parte que transamos a noite toda, e tive que acordar com uma mensagem que mais ou menos dizia "certo, foi essa noite, talvez torne três vezes na semana", acho que tirando isso tá tudo bem - ela diz séria me encarando, não me beija e nem me abraça, sim ela ficou brava 

- não quis que parecesse isso, eu não sou boa com dias seguintes - me sento de frente para ela - me desculpa?

- terminei seu álbum! - ela me corta, respiro fundo e sorrio

- então isso quer dizer... - sorri de lado, quer dizer que amanhã terei o dia livre

- que semana que vem estou voltando para o Brasil - diz seca 

- Ok, eu vou embora! - pego minhas coisas vou até a porta - se você acha que é só mais uma caso que eu quero passar a noite, está enganada - coloco o casaco - mande o álbum para Scooter, assim se livre logo de mim - fecho a porta, ando lentamente até o elevador com a falsa esperança de que ela venha atrás, respiro fundo para que as lágrimas não caiam, vejo que criei falsas esperanças. 

Chamo um Uber e vou para minha casa, tomo banho, choro até pegar no sono. Não quero brigar com ela, vou tentar conversar novamente amanhã, sei que posso ser difícil as vezes com esse negócio de relacionamento, mas, o que as pessoas não entendem é que sim eu tenho a necessidade de estar com alguém mas ao mesmo tempo não quero criar expectativas, o exemplo disso é ela, quando finalmente estou me entregando por completo a gente se desentende. 



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