A nossa vida é dada em ciclos
Repetimos orações que alguém alguma vez repetiu por primeiro
Desde lá nunca paramos
Talvez nunca pararemos
São ínfimos ciclos
Infinitos trejeitos, trajetos
Teu jeito, o jeito dos seus netos
Vivendo o imenso deserto chamado vida
Onde o céu é cinza
Pois o céu é um ciclo
Como o circo ou a ceia
Que vivem em rotas
Grandes e pequenas
Vida, morte, cerveja
Será apenas inveja
"Você tem certeza?"
Quando que deixaremos de colher migalhas
E iremos até a cereja
Somos formigas em fila indiana
Trabalhando na mesma feira
Seguindo traços pontilhados
Para sabermos onde é para ser dobrado ou cortado
O que nós somos além de círculos
Dos círculos das correntes, e correntezas
Puxando um ao outro
Segurando todos os problemas
Somos meros elos
Então olhe no meu olho e diga que não me ama
Me diga outra vez
Só para ter a consciência do peso
Do fardo, da farda
Me larga e não levarei mais nada
Pois não existe outro elo em mim
Você é tudo que me resta
Me solte
Ficaremos pela própria sorte da vida
"No amor
O arder
O ardor
Tira o ar
Sufoca a dor
Só resta morte
E círculos"