Eu vejo duas realidades
Deslocadas da vida, da sociedade
O azul e o nada
Talvez seja tarde, para pedir desculpas
Mas a culpa corrói meu peito
Feito algodão doce na praça
Me vejo no banco
Sentado no canto
Os cães latem
Crianças brincam
Adolescentes gritam
Nada além do normal
Então tudo sangra
A visão cansa e se transforma em canção
E eu cansei de nadar
Treinei muito na natação
Eu cansei de respirar
Acho que é melhor ver onde eu vim parar
Então entendi a solidão
Depois de toda a pressão do mar
Vi tua íris, teu coração
Perdido, para sempre a navegar
Na janela de tua alma
Só não tranque as portas
Pois não sei se irei voltar