O PERDÃO DE ARTHUR

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CAPÍTULO 12

Março de 2010

Arthur acha uma carta de sua mãe, um tipo de desabafo sobre o convívio nada fácil com seu filho.

A dor que gritava em meu peito cresce e devora-me. Uma mistura da dor da perda de meu amor, do meu eterno amigo Luiz o único que poderia casar comigo mesmo sabendo que não o amava tudo isso por ser um verdadeiro e grande amigo que queria ver eu me livrar da dor de não poder viver com Júlio o meu verdadeiro amor e do ódio que meu filho sente por mim me culpando pela morte de Luiz.

Arthur não conhece os caminhos do amor. Não sabe como é a força do amor que sequestra nossos corações e quando vemos já estamos presos nesse sentimento tão bom.

Amor... Se eu soubesse que o Arthur não iria entender a minha história seria capaz de voltar no tempo e mudar todos os meus caminhos para ter o amor do meu filho de volta...

Ao ler a carta Arthur percebe o quanto sua mãe o amava e o quanto estava sendo injusto com ela.

Resolveu pedir desculpas a Jéssica que sofria ao ver o ódio nos olhos do seu filho.

- Mãe?

- Fala filho.

- Me desculpe. Eu estava sendo injusto com a senhora. Você nunca teve culpa da morte do meu pai, você não podia comandar seu coração. Eu li todos os seus desabafos e percebi que o seu amor por Júlio foi verdadeiro como que é por mim.

As lágrimas escorriam na face de Jéssica que tinham o poder de aliviar a dor do seu coração.

- Filho, estou feliz por me compreender. Você não tem noção do tanto que sofri, do medo que tive quando você me considerava como culpada...

- Esqueça tudo que eu te disse. Eu te entendo e te amo minha mãe.

Arthur abraçou Jéssica. Os dois choraram, desabafaram, tiraram a angústia do peito. Anoiteceu. Jéssica e Arthur foram para varanda observar as estrelas. Eles brincavam, sorriam como mãe e filho em sintonia, algo que deveria acontecer todos os dias.

Duas estrelas brilhavam mais do que as outras e apelidaram as estrelas de Júlio e Luiz que todos os dias iriam a varanda saudá-las. Estrelas que sempre irão brilhar em seus corações.

(...)

O crepúsculo chega e da varanda de sua casa Jéssica vê Júlio saindo do pôr-do-sol vindo ao seu encontro, no começo em passos lentos e aos poucos começa a acelerar seus passos junto com o coração de Jéssica que pulsava violentamente ao ver seu amado. O homem que só pertence ao amor, mas não como uma mercadoria e sim como pertence ao amor que ambos alimentam.

Júlio finalmente chega próximo à varanda. Jéssica se levanta e vê Júlio com os braços abertos esperando por um abraço, ambos saem correndo um ao encontro do outro e num abraço caloroso termina o romance com um reencontro surreal...

(...)

Todas as noites Jéssica sonhava com o reencontro com Júlio. Sonhos do seu reencontro que um dia iria acontecer mesmo que demorasse anos para Jéssica libertar sua alma da carne, mas anos não seriam capazes de destruir algo que alimenta a alma. Algo indestrutível. O verdadeiro amor que faz de morada poucos corações, já que muitos ainda não conhecem o verdadeiro amor, mas conhecem a ilusão, a solidão por medo de ficar sozinhos.


Um sentimento e um homemOnde histórias criam vida. Descubra agora