30 - Shay.

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Lição da vida 07. (Para o Natan) Ele me enche de certezas e depois me cobre de dúvidas. 

— A ordem é tu meter o pé comigo! — uma voz grossa falou atrás de mim, me arrepiei da cabeça aos pés e me virei rápido

— Caralho, Natan! Tá maluco, porra? O que tu tá fazendo aqui? — perguntei assustada com a mão no peito ele estava encostado no batente da porta

— Ué! Vim trazer a ordem — um sorrisinho brincou nos lábios dele — Tu tem duas opções, ou vem por bem, ou vem por bem — revirei os olhos e me virei para mala que ainda estava aberta

— Eu não vou pra lugar nenhum contigo! — ele riu atrás de mim, fechei minha mala e me virei para ele

— Então tu anda dando tiro nos outros? — perguntou brincando com o anel no dedo dele — Dois certeiros, no mesmo lugar, probabilidade dele perder a perna é gigante, tá boa de mira você — falou pensativo sem me encarar — Quem tá te ensinando? — riu, neguei com a cabeça e suspirei

— Um cara aí, pra lá de gostoso! — debochei vestindo um casaco e sussurrando a última parte — Aliás, valeu, até que eu aprendi alguma coisa nisso tudo né? — ele concordou

— Mas não acabou, Shayene! — falou sério, agora me olhando — Daqui uma semana quem sabe...ainda não acabou. — suspirei alto e sentei na cama

— Só de ver ele perdendo tudo pra mim já basta, mas se é pra ir até o fim, eu vou! — falei sincera, ele negou com a cabeça e tirou o boné

— Vem comigo? — perguntou me deixando surpresa, me olhando DAQUELE JEITO, mudando de humor do nada.

— Natan...— falei sem graça, revirando os olhos pela milésima vez, minha cara foi no chão e voltou, ele riu desviando o olhar do meu

— É só uma semana, Shayene! Vem? — insistiu, voltando a me olhar

— Uma semana é bastante tempo. — mordo o lábio inferior nervosa, me fazendo de difícil, logo pra ele, ele nega com a cabeça e eu me levanto botando a mala no chão — Vamos!? — falei passando por ele, puxando a mala

— Inferno, de mulher maluca — ele falou atrás de mim, me fazendo rir alto

Ele dirigia à 190 km/h, eu finquei as unhas no banco e fiquei, que desespero caralho! O som alto no carro, as motos passando voadas na pistas por nós, parecia até disputa de quem corria mais, tenho certeza que a minha cara é de pavor! Horror.

Vez ou outra a mão dele deslizava pelas minhas pernas, a minha mão entrelaçava na dele, sabe aquela coisa de paz? Então, o Natan me transmite segurança, eu não sei o que é isso, E NEM QUERO SABER.

5h40 da manhã, o dia amanhecendo, a vista mais linda do mundo, ele reduziu o carro, para apreciar a visão que o universo estava nos proporcionando, meus olhos quase se fechando pelo cansaço mental, físico.

"O tempo para sem você por perto, foda que ele voa quando estamos a sós, essa distância fode o nosso jogo, mas eu só quero um futuro bom pra nós, um tempo atrás isso tudo era sonho, hoje nós leva a vida de celebridade, a solução de todo seus problemas 'tá no melhor lado da minha cidade, ela bebe da minha taça, deixando a marca do beijo, nessa sua bunda eu me perco, vou viajar nesse corpo, um brinde à nossa vitória" (Part. Orochi - Caçando Tesouro)

O meu olhar encontrou o do Natan e nós rimos, seria cômico, se não fosse trágica toda essa nossa situação, vingança, tesão e adrenalina, talvez se tivesse um pouquinho de romance, a música cantada pelo cantor faria sentido para nós.

Eu não sei em qual momento eu dormi, mas acordei com o Natan me colocando na cama e me dando um beijo na bochecha, juro que tentei lutar contra o sono mas o cansaço falou mais alto.

Levantei no susto sentindo um braço entrelaçado na minha cintura, a pessoa coberta da cabeça aos pés, forcei a visão tentando reconhecer o lugar que eu estou, meu coração acelerou e se acalmou no mesmo segundo, eu tô na casa do Natan...isso, na casa dele, ufa.

Ele dormia esparramado na cama, olhei a hora 16h da TARDE, puta que pariu, dormi pra caralho, tomei um banho, fazendo o mínimo de barulho possível, li a mensagem da minha mãe dizendo que já havia chegado e que estava tudo bem.

Um alívio no peito, fiz uma chamada de vídeo com elas e a Beatriz tava toda toda na piscina da casa, igual um peixinho, não deixei ela levar o celular, guardei aqui comigo, ela falou abessa falando que queria o celular dela de volta e eu prometi levar quando eu for...se eu for, eu espero estar aqui para ir.

Desci as escadas da casa, já falei que aqui é enorme? Fico perdidinha, tinha um mesa de café enorme, será que o Natan tem empregada ou algo do tipo? Num é possível, só pode.

— Bom dia! — ele falou atrás de mim, me fazendo pular de susto

— Boa tarde, Natan! — falei me sentando na cadeira, me virando um pouco para encarar ele, sem camisa, só de shortinho, cara de sono, que homem...meu pau do céu.

Ele veio na direção da mesa, e eu acompanhando tudinho, pegou um guardanapo e me estendeu.

— Toma! — falou com um sorrisinho de lado, me deixando sem entender

— Que? — peguei o guardanapo sem graça, ele riu mais ainda da minha cara de pão

— Tá babando! — debochou sentando do meu lado, revirei os olhos jogando o guardanapo nele, é um ridículo mesmo.

— Me poupe, você nem é isso tudo — debochei enfiando um biscoitinho na boca, ele me olhou incrédulo

— Você acha? — balancei os ombros indiferente e concordei

— Você é comum, ué — debochei segurando o riso, vendo a carinha de bolado dele, expressão fechada.

— Você não diz isso quando eu tô te dando o terceiro orgasmo. — ele falou sereno, enchendo um copo enorme de suco, na maior tranquilidade, abri a boca para responder mas..

— Boa tarde, família! — A Nádia falou entrando na cozinha — Natan, esses seus seguranças estão insuportáveis, queriam me barrar de entrar na tua casa, absurdo — ela falou me dando um beijo na bochecha

— Certos estão eles, nunca vi mais inconveniente que você — ele falou deslizando a mão para minha coxa por baixo da mesa

E deu-se início a uma discussãozinha desses e eu só rindo, pelo menos deu pra distrair a cabeça.

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SHAYENE: Perigosa. Onde histórias criam vida. Descubra agora