SHAYENE: Perigosa.

20 - Patrícia.

Breno e mais 8 cabeças,
ele no meio,
me encarando, sério, frio.

Eu tava congelada no mesmo lugar, meu corpo todo tremia, eu tentava falar mas nada saia, a casa caiu pra mim, hoje eu posso dizer isso.

Passou um filme na minha cabeça e as piores imaginações possíveis, o Breno não bufava, não como eu esperava, ele estava frio, me olhando com o maxilar travado, os punhos cerrados, nem armado estava.

Eu dei dois passos para trás, batendo minhas costas na porta do banheiro, ele passou a mão na minha bancada de perfumes jogando tudo no chão, sem deixar sobrar um, o cheiro forte subiu, uma mistura doce, eu me arrepiei da cabeça aos pés, ele deu um chute no meu espelho camarim, fazendo o vidro voar pra tudo quanto é lado.

— Junta tuas coisas, tuas graças acabaram hoje! — Breno falou de costas para mim, meus olhos encheram de lágrimas e eu suspirei nervosa

— Amor....deixa eu explicar, por favor! — tentei falar, ir até ele mas ele se virou rápido e me empurrou na cama com tudo, sentou na minha cintura, botou o dedo na minha cara, mudando completamente, a respiração acelerada e os olhos vermelhos.

— Tu mexeu com a minha filha, Patrícia! Tu foi muito suja, porra! — neguei com a cabeça e tentei levantar, ele me empurrou com força  — Eu te dei tudo....tu teve tudo de mim e teve coragem de armar pra me fuder, tu é muito desgraçada! — neguei com a cabeça chorando, tentando falar mas nada saia

— Não foi nada disso, eles me obrigaram, eu...— ele me interrompeu negando com a cabeça, saindo de cima de mim e eu levantei, trêmula — Me escuta, por favor. — implorei

— Dei última linha pra eles agora, Patrícia! Que vergonha de você, geral sabendo que tu se juntou com eles pra me fuder, eu tô com tanto nojo do que tu fez...— ele me olhava com ódio, as lágrimas embaçavam minha visão — Tua sorte é que minha filha voltou bem, pelo menos nisso tu pensou, mas nada apaga o que tu fez, namoral, tu não vai levar nada não, VAZA! — gritou me sacudindo pelos ombros, me empurrando longe — Mete o pé, some da minha vida, tu me destruiu, tu foi muito filha da puta, eu larguei minha mulher pra viver contigo — ele falou amargo, me pressionou na parede, o medo me atingiu mas ele não me bateu, só gritava, ultra nervoso — Te dei tudo o dobro do que eu dava pra ela, tu fez eu largar a mãe da minha filha pra viver essa ilusão contigo, cadê teu amor por mim? Tu não me ama....— eu engoli a seco, ele me arrastou pela sala, abriu o portão e me jogou no meio da rua

— Breno, não faz isso com a gente cara, por favor! Eu errei e assumo...— tentei falar, mas ele voltou lá pra dentro, a essa altura, todo mundo já escutava os gritos dele, o povo tudo botando a cara pra fora da janela pra ver.

— SOME! VAZA DA MINHA VIDA! TU ME QUEBROU PORRA, TU ME TRAIU, TU AGIU PRA ME VER SOFRER, ISSO NÃO SE FAZ. — ele falou jogando minhas caixas de sapatos tudo no chão, mandou os seguranças dele entrarem, jogaram minhas roupas no meio da rua, maquiagem, TUDO!

— PARA, NÃO FAZ ISSO, POR FAVOR! ME ESCUTA, POR FAVOR — implorei tentando me aproximar dele, as pessoas filmavam, uma coisa horrível, uma vergonha, uma humilhação.

— SOME! EU NÃO QUERO MAIS OLHAR NA TUA CARA! VAI EMBORA E NÃO VOLTA MAIS AQUI...NUNCA MAIS, PATRÍCIA — ele gritou passando por mim — Pode levar tudo, quero a casa vazia. — escutei ele falar

Os seguranças dele saíram me levando no meio de todo mundo, enquanto teve gente que até minhas roupas cataram, penteadeira, maquiagem, saltos da colcci e da dolce&gabbana novos que eu nem nunca usei, meus vestidos da farm, e eu só saindo com a roupa do corpo, proibida de voltar.

Shayene diz: A frase "Vai doer em você, igual doeu em mim" é tão real! A lei do retorno realmente existe pra todos... A diferença é que eu não preciso sujar as minhas mão para ver acontecer. É só uma questão de tempo.

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