A Aposta - Billiette

Introdução

P.O.V Juliette

Meu nome é Juliette, mas muito provavelmente você já sabe disso.
Afinal, eu estou confinada no maior reality (lê-se: réalítí) do Brasil.

Com as pessoas mais destrambelhadas que o Boninho podia escolher, se quer saber.
As duas primeiras semanas têm sido um inferno, e eu tô' aqui só pelo meu objetivo, mesmo! Porque se fosse pra' depender dessa gente... eu tava era lascada!

Mas eu não odeio ninguém não! Pelo contrário! Só acho muito feio o que fizeram comigo. Só porque eu sou uma matraca! Ora essa, eu só queria ser ouvida....

Mas não importa agora, porque eu acordei (diferente da Pocah, que só faz dormir e achar que eu debocho dela) e vou continuar com meu jogo.

Eu tava' bem, tomando meu cafezinho da tarde, até o Gil chegar com a Sarah, me perguntando o que era melhor: Brega Funk ou o Funk do Rio.

Como boa nordestina, respondi:

— Luiz Gonzaga. — Abro um sorriso, observando os dois.

— Aí você não me ajuda, né, bicha?! — Ele se virou para a Sarah, gesticulando. — Pois saiba, minha quenga, que brega funk é muito melhor que isso aqui!

— Brega Funk?! — Disse Lucas, chegando perto de nós 3, e eu já sabia o que ia acontecer!

Me levantei, pondo a xícara na mesa.

— Tchaqui Tchaqui Tchaqui Tchá! — Começou ele, fazendo o Gilberto começar a rebolar como a boa lacraia que ele é. Como eu adoro esse menino!

Enquanto eles dançavam e brincavam, a Karol saiu da casa (já que estávamos na área externa) e passou com uma cara de nojo.
Mas rapaz, até hoje eu me pergunto o que essa mulé' tem contra mim. Eu gostava tanto dela!

Ela me deixou foi doida! Acho que foi por causa do Microbiano, mas foi tudo um mal entendido! Eu só fui legal, gente... Não quis dar em cima de ninguém não! Tudo bem que ele é lindo.... Mas eu também sou linda, oxente!

— Que foi, menina? — Perguntou Gilberto, me cutucando. — Ligue não, é assim mesmo! Cobra tem inveja de passarinho porque passarinho voa e ela rasteja a vida toda no chão! Por falar em cobra minha filha uma vez eu fui fazer um trabalho em Caruaru e no meio do mato tinha uma que só JESUS na causa chegando com seu exército viu? Chega eu me tremi toda dei um grito AAAAAAAA.

Sarah começou a rir, seguido de Lucas, e minha gente... Desde quando o assunto virou cobra?

— Ei, irmão! — Interrompeu o menino, rindo daquele jeito dele. — Karol com K, tio.... Com K de Kobra!

— Menino! — Disse eu, segurando o riso. — Não fale isso não! Todo mundo pode ser bonzinho!

— Aquela ali? Só pro' ACREbiano minha filha! Apenas com ele!

— É ARcrebiano, gente! — Continuou Sarah, rindo mais.

— Pois minha filha esse nome é muito difícil mesmo viu... — Disse Gilberto, cruzando os braços.

— Por isso que eu chamo ele de Microbiano. — Respondi, sorrindo.

E parecendo que eu invoquei o cão, ele saiu da casa, me olhando assim de longe...
O que aconteceu aqui?

— MICROBIANO! — Exclamou Gil, rindo alto. Meu Deus, que vergonha....

— O que foi? — A voz dele soou, atrás de mim. Ai minha nossa senhora!

— Vixe... — Disse Lucas, seguido pela cara de Sarah, que expressava a reação dele.
Começo a gaguejar, meio nervosa. Eu matava um gay hoje.

— O-olhe... Nada não, viu?! A gente não tava falando de você não... — Me viro pra ele, gesticulando. — É que a Sarah corrigiu o Gil dizendo que seu nome é ARcrebiano, falei certo? — Ele assentiu, sorrindo bem pouquinho. — E aí eu tava' explicando que eu... eu prefiro chamar de microbiano. — Arregalo os olhos e toco no braço dele. — Mas se lhe incomodar eu paro, viu?! Pode me avisar que eu... — Ele me interrompeu, passando a mão na barba.

— Tem problema não, e se ficar muito difícil, pode chamar de Bil.

E acenou e saiu.

Já pensasse??

— Minha filha... se eu fosse você, ficaria longe do bebê da mamacita... — Começou Gil, com deboche, sorrindo, só por implicância.

Abro um sorriso, batendo de leve nele.

— Ome... Deixe de inventar história! Não chego perto dele não, pode deixar!

Ao menos, eu acho.