Um novo objetivo: Encontre o Lorde Demônio

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- Então, me diga: o que há de interessante nesse mundo - pergunto enquanto caminhamos para a vila mais próxima.

- Digamos que existem diversos tipos de monstros. Nos dias de hoje, é difícil encontrar homens andando por aí livremente. Eles vivem escondidos como ratos, enquanto as mulheres lutam para protegê-los.

- Sério? Por que teriam tanto medo?

- Porque monstros caçam homens, mesmo que tenham mulher e família. Não importa se é casado, solteiro ou acabou de iniciar a puberdade. Para um monstro, ele é apenas um candidato.

- Candidato? Candidato a quê?

- A ser um marido.

Olho para ela sem entender. Por que um monstro iria querer homens para serem seus maridos? Então me lembro do que Lynn disse anteriormente. Não existem monstros do sexo masculino. Isso significa que elas precisam de um homem para se reproduzir. Mas quem em sã consciência iria se tornar marido de um monstro? Minha mente ainda não consegue entender essa parte.

Em meus pensamentos, imagino elas como criaturas horrendas, atacando violentamente os homens e depois matando-os.

- Não se preocupe tanto com isso.

- Bem, é que eu não imagino como deve ser um monstro bonito. - disse sorrindo.

Lynn é muito linda, ainda mais de perto. Minha mente pervertida fantasia inúmeras coisas enquanto caminhamos em silêncio pela floresta e diversas vezes me pego olhando para ela por tempo demais. Antes de perceber, finalmente chegamos ao vilarejo.

- É aqui que eu me dispeço. - diz a bela elfa.

- Você não vai comigo? - pergunto meio triste.

- Digamos que eu não me dou bem com multidões. E... - ela olha para mim e seu rosto fica muito vermelho.

- Lynn, o que houve? Você está bem? - encosto minha testa na dela, tentando medir sua temperatura - Não parece que você está com febre, mas seu rosto está bem vermelho.

Seu rosto se torna ainda mais vermelho e sou empurrado para longe. Ela se envolve com os braços, como que para se proteger e diz gaguejando.

- S-seu... idiota!

Após dizer isso, ela corre de volta para a floresta, não mão dando tempo nem de me explicar. "O que será que deu nela? Ela nem estava com febre" é a pergunta que não sai da minha cabeça.

Sigo, então, para o vilarejo. Percebo que se trata de um lugar bem pequeno. Aparentemente, devem morar aqui umas doze famílias no máximo, visto o número de casas do lugar. Todas muito simples, com pequenos canteiros de flores. Algumas são um pouco maiores, com um lugar espaçoso para plantar alimentos. No centro do vilarejo, percebo que também existe uma espécie de taverna e uma pousada para algum turista. Não importa para onde eu veja, não consigo ver nem mesmo um único homem, como a elfa me disse.

Ao se aproximar mais da taverna, várias mulheres de armaduras aparecem e me cercam bastante aflitas, todas apontando armas em minha direção.

- Opa, calma aí gente. - digo levantando as mãos. - Por que as pessoas sempre me recebem armadas?

- O que você faz aqui, estranho? - pergunta uma delas.

- Estou perdido, minha senhora. Não sei em que mundo estou e preciso encontrar algumas respostas.

Uma mulher já de idade bastante elevada sai de uma casa enorme em comparação com as outras. Se pudesse chutar, diria que é a chefe do lugar. Ela caminha até mim e me observa atentamente. Caminha ao meu redor, como se estivesse me medindo e depois fala com uma voz rouca.

- Este jovem não pertece a este mundo. Provavelmente, ele chegou hoje.

-Uou! - digo impressionado - Como você adivinhou tão rápido?

- Você não tem a aparência nem o jeito dos homens deste mundo. Não sente medo ou desprezo pelos monstros. Posso dizer isso só de olhar as roupas que está vestindo e pelo seu jeito de agir.

- Monstro? A senhora se enganou. Quem me deu essas roupas era uma pessoa muito gentil e amável. Foi ela quem me ajudou a chegar até aqui. Ela não quis vir comigo não sei por quê, mas acho que ela pensou que não seria bem vinda.

- Com toda certeza. - retrucou uma das mulheres armadas - Mas quem não nos garante que ele não é um espião daquelas monstros horríveis?

- Espião? Acho que você está muito paranóica, moça.

- O que disse!? - gritou ela colocando sua espada bem perto de mim.

- Clara, pare já com isso. Ele é nosso convidado.

- Mas minha senhora, ele pode ser um enviado daquela maldita...

- E por que ela viria se já tivesse um homem? - interrompe ela.

Ela se cala após ouvir essas palavras. Seja lá quem for, esta senhora parece saber muita coisa sobre este mundo.

- Senhora. - chamo a atenção dela - Você sabe como eu vim parar aqui, neste mundo?

Ela balança a cabeça negativamente.

- Não sei como você foi trazido aqui, mas somente forças poderosas poderiam fazer isso. Eu diria que a própria Lorde Demônio o trouxe aqui.

- Lorde Demônio!? - disse imaginando um ser demoníaco e horrível, de um tipo que jamais vi antes. - Espera. Eu pensei que não existissem monstros masculinos.

- E quem disse que o Lorde Demônio é homem?

- Então quer dizer...

- É a única explicação para sua chegada aqui. Ela, pessoalmente, o trouxe para cá, mas nem imagino os motivos para ela fazer isso. Deve querer fazer coisas terríveis com você.

Penso por um momento na situação dos monstros: todas precisam de maridos, mas os homens começam a se esconder, dificultado cada vez sua busca. Sem se reproduzirem, os monstros podem acabar sendo extintos, e isso as preocupa, forçando-as a atacar impiedosamente.

- Já me decidi. Vou partir a procura dessa tal Lorde Demônio. Preciso saber o porque dela ter me trazido para cá.

- Está louco!? Você não pode perseguir um monstro, ainda mais alguém como ela. Você seria atacado impiedosamente. - diz Clara espantada com minha atitude.

- Eu preciso de respostas, e não vou parar até consegui-las.

- Ao menos passe a noite aqui. Não é muito sensato da sua parte vagar por aí sem rumo à noite. Nós lhe daremos hospedagem de graça e um mapa pela manhã. O que acha?

Meu cansaço fala mais alto e meus olhos pesam só de pensar em uma cama quentinha.

- Eu lhe agradeço, minha senhora.

- Me chame de Riko, por favor. Venha, eu vou te mostrar o lugar.

Perdido em Mamono's WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora