Invisible string - oneshot cressiana

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Três anos. Já se passaram três anos desde a guerra. Três anos desde que os treze distritos de Panem derrotaram a Capital que os governava com punho de ferro. Três anos desde o fim dos jogos vorazes, a festividade anual em que dois jovens de cada um dos doze distritos eram enviados para uma arena onde duelavam até a morte. O distrito 13 ainda era tido como tendo sido obliterado, então não participava desse evento horrível que durou setenta e cinco anos.

Cressida se orgulhava em dizer que participou da revolução. Nasceu na Capital, onde foi criada com o luxo e os exageros. Onde foi ensinada que os jogos vorazes eram uma coisa divertida, que devia ser celebrada. Seus pais não eram pessoas ruins, eles apenas reproduziram o que lhes fora ensinado pelos pais deles.

Poucas eram os cidadãos da Capital que viam as pessoas dos distritos como pessoas. Que viam a brutalidade dos jogos vorazes e que sabiam que isso tinha que acabar. Essas poucas pessoas iniciaram a revolução na Capital. Nada muito concreto, apenas ideias secretos e conversas secretas com vitoriosos e com o Distrito 13.

Cressida se juntou a revolução com dezessete anos, e, alguns anos depois, quando Katniss Everdeen, o símbolo da revolução, destruiu a arena da septuagesima quinta edição dos jogos vorazes, Cressida fugiu para o distrito 13, junto de seu grupo composto por Messala, Pollux e Castor.

Já se faz tanto tempo, mas Cressida ainda se lembra como se tivesse sido ontem.

Quando o telefone de sua casa toca, Cressida dá um pulo, sendo acordada de seus devaneios. Ela não faz ideia de quem poder ser. Após a guerra, telefones, que antes eram exclusivos para cidadãos da Capital, prefeitos dos distritos, e vitoriosos, começaram a se espalhar por toda Panem, e agora, grande parte das residências tem um. Depois de viver um pouco no Distrito 13, e participar da guerra na Capital, como diretora de filmagem do esquadrão de Katniss, Cressida conhece pessoas por toda Panem.

- Cressida? - assim que ela ouve a voz do outro lado da linha, sorri ao reconhecer a voz.

- Katniss! -Cressida e Katniss haviam se tornado boas amigas, e conversam com uma certa frequência. - Como estão as coisas aí? Com o Haymitch e com o Peeta? Como ele está se recuperando?

- Ah, estamos vivendo um dia de cada vez Cressida. Sabe, algumas cicatrizes demoram a curar. - Cressida sabe. Claro, ela não pode nem imaginar o que Katniss, Peeta, Haymitch os poucos outros vitoriosos remanescentes sofreram, mas Cressida também perdeu pessoas queridas nessa guerra. - Peeta ainda tem alguns flashbacks, mas nada tão sério que ele não consiga voltar. Como estão indo as coisas aí?

- Isso é bom. Algumas pessoas estão com um pouco de dificuldades de se acostumar com o estilo de vida menos luxuoso, mas Paylor está fazendo um ótimo trabalho como presidente.

O outro lado da linha fica em silêncio por alguns momentos e Cressida fica preocupada, imaginando se aconteceu alguma coisa.

-Olha Cressida, preciso te contar o motivo pelo qual te liguei hoje. A gente não tem nenhuma notícia da Johanna há tempos. -Katniss desabafa. - Eu sei que ela deve estar chateada comigo. Jurei para ela que eu ia matar o Snow, e atirei em Coin. O que foi o certo a se fazer. Mas Johanna não atende o telefone dela. Nunca respondeu nenhuma das minhas cartas. Não responde Annie há mais de um ano e meio. E todas as cartas eram extremamente curtas e não diziam nada, pelo que Annie nós contou. Nenhum de nós está em condições de ir até lá, e não acho que Johanna vá gostar de nossas visitas. Você pode fazer um favor para mim? Você pode ir até o Distrito 7, para descobrir como ela está?

- Lógico Katniss. Amanhã mesmo vou pegar um aerodealizador para chegar lá mais rápido. Vou descobrir o que aconteceu com Johanna, e porque ela se isolou de todos.