V. Encontro?

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Han Jisung

Eu tinha noção de que encher meu rabo de cafeína e faltar aulas por quase três semanas não iria me ajudar em merda nenhuma, mas o que eu podia fazer se era a minha maneira de lidar com situações estressantes?

Porque já faziam três semanas que Lee Minho havia me mandado mensagem.
E faziam também três semanas semanas que eu vinha evitando encontrar com ele pelos corredores.

Há três semanas eu também não consigo dormir, e passo o dia com sono. E entre xícaras de café expresso, cochilos e livros, eu me esgueirava pelos prédios daquela faculdade, me escondendo de todo moreninho bonito de sorriso encantador que eu via.

Agora eu me via nervoso, envergonhado e com uma tela trincada. Porque tenho a péssima mania de arremessar coisas quando fico empolgado. E quando as mensagens de Minho chegaram, eu não pensei na hora de arremessar meu celular do outro lado do quarto, assustando Felix, que me olhou como se um chifre tivesse brotado em minha testa.

Encolhido atrás do bebedouro, eu me sentia na savana, analisando o ambiente em buscas de ameaças.

- Han Jisung, por acaso você é um homem ou um rato?

Ryujin tem a maldita mania de sempre chegar de fininho, sempre me assustando.
Virei, acertando-a com minha apostila, meu coração prestes a sair pela boca.
A loira apenas me encarava com a sobrancelha arqueada.

- Não chega de mansinho assim, sua vaca! E se for me poupar vergonha, não tenho problema em dizer que sou um rato.

O sorriso que ela deu me fez ter certeza de que eu estava fodido.

- Então é melhor correr, Mickey. Porque tem um gatinho se aproximando.

E saiu, como sempre. Porque enquanto os dias de glórias não chegam, eu que me foda sozinho nos dias de luta.

Quando me virei, lá estava ele, todo bonitinho.

– Não sabia que era tão difícil falar com Han Jisung.  Meio fujão, você...

Eu quis correr dali como se minha vida dependesse disso. Lógico que eu sabia que uma hora ou outra eu o encontraria, até porque o campus era um ovo e quase todo mundo se conhecia ali, e eu não podia faltar aulas para sempre. Eu só não esperava que ele insistisse em falar comigo.

– Fujão, eu? Não, não. – dei uma risada tão falsa quanto a jaqueta de couro do Felix – De onde você tira essas coisas?

Ele me olhou desconfiado, claramente não acreditando nas minhas palavras. Nem eu acreditava, caramba.

– É que você saiu correndo aquele dia, e eu acho que pode ser coisa da minha cabeça, mas... ontem, eu juro que vi você entrar atrás de uma lixeira quando eu passei.

Eu já não sabia onde enfiar a cara, e as minhas bochechas estavam pegando fogo, tamanha vergonha.
Por deus, todos me avisaram que esse dia chegaria, mas não imaginei que seria tão angustiante.

– É coisa da sua cabeça. Mas o que você queria falar comigo? – E agora foi a vez dele ficar com as bochechas coradas.

Minho gaguejou tanto que eu tive que pedir para ele repetir.

– Bom, eu lembrei de você daquele dia da lanchonete, que você deu em cima do Chenlo. Aí quando te vi de novo, você levou uma portada na cara e eu fiquei preocupado. Só que você fugiu, então...

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