12. desejos

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Desejos, todos nós temos um. Desejamos a cada noite poder levantar no dia seguinte, desejamos que se deitarmos a nossa cabeça no travesseiro teremos uma boa noite de sono, desejamos que a nota daquele teste saia como esperado ou simplesmente desejamos que nossos pedidos sejam atendidos.

Você sabe o que é desejar alto e correr para alcançar? Hum, creio que isso acontecerá com nossos protagonistas.

Pov. Hwang 01

Eu acordei com o barulho de carros, buzinas, algo familiar, era o som que eu acordava todas as manhãs, com o som da cidade ao alvorecer. Eu tinha chegado na capital e estava rondando naquele ônibus fazia um tempo, o motorista deveria estar cansado de ouvir o meu ronco, não ligo, eu desejo muito chegar em casa agora.

Coloquei minha cara no vidro e vi os prédios, as luzes e tudo que eu amava, eu só percebi que amava quando vi os sacrifícios que fazia para voltar. Amava a minha casa, a minha Seul, amava tudo e nem sequer desconfiava de meus sentimentos.

Avistei de longe outros ônibus, havia chegado na rodoviária, ali estava um monte de pessoas descendo e subindo as escadarias para o metrô. O automóvel parou e o motorista gritou "Alguém vai descer?" Levantei a minha mão, peguei a mochila e suspirei aliviado, e respondi "Eu".

Assim dito e feito, desci do ônibus apressado, o mesmo fechou as portas e se foi. Fiquei ali parado na frente da escadaria esperando algo, algo que eu não sabia, ou estava apenas pegando um ar. Mas de repente, eu me liguei, pude perceber que estava esperando eu mesmo, vi somente os cabelos negros e a minha face subir as escadas apressadamente. Era Yeji, ela tropeçava e corria ao meu encontro, fiz o mesmo e corri até os braços que me aguardavam ali abertos. Aquele abraço, aquilo, sentir o meu cheiro, eu mesmo, minha carne, minha pele, era tudo tão gostoso, perfeito! Eu desejava aquilo desde a transformação.

Chorei em meus ombros, toquei o meu rosto, o meu peito, apertei com força as minhas mãos e a direcionei ao rosto de Yeji que chorava também, um choro facilmente manipulador, ela fungava feio, escorria água de meu nariz e dos olhos, ela estava emocionada como eu. Limpei as lágrimas de ambos os rostos e abracei novamente:

- Eu Te Amo. - Sussurrei aos ouvidos, baixo, eu amava, amava meu corpo, minha casa, cidade e não sabia.

- Hyunjin-ah. - Hwang deitou a minha cabeça em seu ombro e começou a chorar, era horrível conter o choro, então deixei ela derramar lágrimas o quanto quisesse. - E-eu, eu não sei o que dizer.

- Calma, muita calma, vai ficar tudo bem. - Dei vários tapinhas em minhas costas, já entrelaçando nossas mãos para irmos para casa, não quero ser incoveniente, mas preciso do colo de minha mãe. - Vamos.

Desci as escadarias até o metrô, peguei o vagão que levaria até perto de casa e sentei em um banco confortável. Yeji ainda suspirava e fungava em meu ombro, eu não posso me desmoronar em sua frente, não mesmo, eu sou a ponte dela, se eu chorar é capaz de ela achar que está tudo perdido. Olhei fixamente para o vidro enquanto pensava.

Todos devem estar pensando que somos casais apaixonados, ninguém sabe o que passa em nossa mente, absolutamente ninguém pensa que atrás daquela cena "romântica" para muitos há tristeza, perda, medo, confusão. Minha mente estava a mil, tudo a minha volta eu pensava que era uma saída, "e se eu fizer isso? E se eu fizer aquilo? Isso traria meu corpo de volta?" Mas, eu percebi que é nos pequenos detalhes que o destino nos prega uma peça.

suddenly, i am you!Onde histórias criam vida. Descubra agora