Capítulo 8

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06 meses depois


Ao todo dez meses já haviam se passado desde que eu e meus amigos chegamos no Reino da Coréia e a frustração já havia nos atingido em cheio conforme previsto na lenda.

Felipe e Matheus estavam doentes por conta do novo trabalho, os dois ficaram ansiosos e preocupados, não conseguiam mais relaxar ou até mesmo sorrir, o trabalho dos sonhos trouxe aos dois tristeza, ansiedade e alguns cabelos brancos, já faz um mês que eles decidiram que na data marcada, ambos voltariam ao nosso mundo, é melhor viver com menos do que deixar de viver.

Sofia está também já está frustrada, o reconhecimento que tanto queria chegou, mas ao chegar acabou por levar embora a sua privacidade e o seu tempo, ela estava trabalhando tanto que nem conseguia mais respirar, ademais a vida dela passou a ser vigiada, cada passo dela virava notícia no país todo, já que ela é a estilista do rei. Diferente dos meninos ela ainda estava suportando e não havia decidido se iria ou não embora.

Eu também me encontrava indecisa, meu coração passou a clamar a cada momento pelo Rei, nunca imaginei amar uma pessoa assim de forma tão profunda, todavia, o ciúmes de Jimin não é nada fácil de lidar, sinto como se estivesse vivendo em uma prisão de cristal na qual eu não posso sair, me sinto sufocada, para piorar ainda mais a situação o casamento do Rei já havia sido marcado e o mesmo ocorreria bem no dia em que completa um ano que estamos aqui, eu nunca seria sua esposa e para estar com o homem que amo devo me contentar em ser apenas a sua amante, mas o meu sentimento por ele não tem permitido que eu tome uma decisão para o que vou ou não fazer.

Eu estava sentada tomando café da manhã com o Felipe e o Matheus, enquanto isso Sofia ainda dormia no quarto, a cada dia mais ela estava esgotada e dormia sempre o máximo que podia.

- Estou preocupada com ela - digo para os meninos.

- Nós também, ela está cada dia pior, não que nós estejamos muito diferentes - comenta Felipe.

Neste momento Sofia aparece, sua cara estava amassada por conta do sono, seu corpo estava frágil e envolta de seus olhos possuía profundas olheiras.

- Eu vou embora com vocês meninos - diz Sofia.

E aí que vejo minha amiga cair de joelhos no chão e desabar a chorar, corremos até ela e logo a abraçamos tentando consola-la, ela estava desistindo oficialmente de seus sonhos e isso por si só é desesperador.

- Eu não aguento mais, eu preciso descansar, preciso de liberdade, eu quero fazer o que sempre faço sem ser julgada, o trabalho dos meus sonhos se tornou uma prisão e eu não aguento mais - diz ela em prantos.

- A gente te entende Sofia, calma, isso vai acabar em breve - diz Matheus fazendo um carinho no cabelo dela.

- Agora só você decidir S/n - fala Felipe.

- Amiga, vamos embora, por favor - implora Sofia.

Começo a chorar, eu ainda não estava pronta para tomar uma decisão, o que tornava tudo ainda pior.

Levamos um susto ao ouvir uma tosse e ao virar o rosto vejo Yoongi parado na porta.

- Vim lhe buscar - diz ele sem graça.

Me despeço dos meus amigos e vou trabalhar com Yoongi, percebo que ele fica calado durante todo o trajeto o que é bem estranho, porém também fico em silêncio pensando no que vou fazer da minha vida.

O dia passa muito rápido como sempre, passo a fazer o lanche noturno do Jimin quando um frio percorre a minha espinha, olho ao redor e vejo que estou sozinha na cozinha, tento ignorar aquela sensação, mas meu corpo gritava para correr, como se estivesse em perigo.

Quando estou terminando o prato alguém me segura por trás e coloca um pano em minha boca e nariz, tento me soltar mais não consigo e ao respirar através daquele pano eu perco meus sentidos e desmaio imediatamente.

Sinto meu corpo dolorido e ao abrir meus olhos me deparo com o calabouço do palácio, eu estava em pé com meus braços e mãos presos em forma de cruz e ao levantar o olhar vejo Jimin de braços cruzados me encarando furioso.

- Você não vai me deixar - diz ele.

Fico confusa com aquela declaração, mas logo me recordo que Yoongi havia me visto hoje de manhã com os meus amigos, ele deve ter ouvido tudo e contado ao Jimin. Fofoqueiro.

- O que está fazendo? - questiono.

Meu corpo todo dói, parece até que levei uma boa surra, olho para o meu corpo o máximo que consigo por conta das amarras e não vejo nenhuma marca roxa, entretanto isso ainda não me conforta.

- O que você acha que está fazendo S/n, que droga de história é essa de você ir embora, eu nunca permitirei isso - diz Jimin.

- Não é uma escolha sua - digo já com raiva também.

- É sim meu amor, você nunca saíra de perto de mim, você não sabe do que eu sou capaz para mantê-la comigo S/n, não ouse me testar, você não gostará nada das consequências - responde ele, agora andando até mim e parando bem na minha frente.

- O que quer dizer com isso? - pergunto já um pouco assustada.

Jimin sorri daquela forma diabólica e após acaricia os meus cabelos, ele parecia vidrado olhando para mim e isso me assustou como um inferno.

- Eu fecho os aeroportos, portos e fronteiras terrestre, eu coloco todos que tentar tirar você de mim em uma cela até o fim de seus dias, se mesmo assim você conseguir fugir S/n, saiba que eu entro em guerra com qualquer nação ou pessoa que tenha a audácia de esconder você de mim, eu vou do céu ao inferno, vasculho embaixo de cada pedra, de norte a sul, de leste a oeste, mas eu te encontro meu amor, então não complica as nossas vidas e nem fuja do inevitável. Você é minha.

A voz de Jimin não passava de sussurro rouco, eu já havia visto ele bravo muitas vezes ao longo desses meses, mas agora parecia pior, ele estava mais frio e perigoso.

- Irá passar a noite nesta cela para a apreender a nunca mais pensar em me deixar, voltarei para lhe buscar amanhã pela manhã - diz ele.

Jimin então se inclina e sela meus lábios brevemente e após seca as lágrimas que escorriam pela minha face com seus dedos.

- Eu te amo - diz ele que logo depois se afasta e vai até o guarda, olho com atenção e vejo que nunca havia visto aquele homem na minha vida, deve ser ele o encarregado do calabouço na qual me encontro.

- Voltarei amanhã pela manhã, quando eu voltar eu quero vê-la sem nenhum arranhão sequer, aquela mulher é a minha vida, então se não deseja perder o seu emprego deve cuidar dela como se fosse a sua rainha - diz Jimin que logo depois vai embora, me deixando ali presa.

A noite estava fria, talvez pelo fato de estar ainda no inicio da primavera, meus músculos queimavam e minha garganta ardia como uma brasa, ademais eu me encontrava faminta e cansada o que só piorava ainda mais a minha situação.

Cada segundo a mais presa daquela forma eu era levada para mais longe possível da minha mente, até o ponto em que eu não conseguia mais abrir os olho, tão pouco levantar a cabeça ou até mesmo mexer os meus dedos. Foi uma noite muito longa.

Sei que o dia nasceu somente pelo barulho distante de um galo cantando e não demora muita até passos serem ouvidos, Jimin deve enfim estar voltando.

- Espero que tenha entendido amor - escuto ele dizer, mas estou tão exausta que não consigo nem me mexer.

- Desamarrem ela - diz outra voz, que parece ser do Namjoon.

- Amor, levante a cabeça e olhe pra mim - diz Jimin.

Quando eles soltam as minhas mãos eu imediatamente desabo no chão sem forças nenhuma, mas antes de sentir o impacto com o chão mãos pequenas me seguram, sei que Jimin deve ter me segurado para que eu não me arrebenta-se no chão.

- S/N, AMOR ABRE OS OLHOS - ele grita desesperado e eu perco completamente os sentidos e desmaio.

Um Rei em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora