Capítulo 1

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RAQUEL KALIMANN

RAQUEL KALIMANN

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Dezessete anos. Esse é o espaço de tempo que passou desde a última vez que encontrei minha irmã. Pelo que ouço minha mãe falar, Rafaela está morando em Berlim e fez fortuna como dona de uma Imobiliária. Não sei ao certo como ela conseguiu tal façanha, mas sua empresa estava expandindo e, agora, uma filial viria para Los Angeles. Como soube? Basta ver a quantidade de outdoors e propagandas na televisão com o rosto dela estampado. Não nos demos muito bem nos últimos anos
em que ainda morávamos sob o mesmo
teto, mas confesso ter sentido alívio ao
vê-la partir. Rafaela me causou problemas demais e espero não passar por eles mais uma vez.

- Perdida? - Virei minha atenção para a voz atrás de mim e abri um sorriso para Arthur, meu marido. - O que aconteceu?

- Nada, só estava pensando.

-De novo a história da sua irmã?

- Você sabe o quanto a notícia da possível volta dela me tirou o sono nas últimas semanas.

- Eu acho que está esquentando a cabeça à toa.

- Te garanto, se estivesse no meu lugar,
entenderia.

- Raquel, por favor, não comece a
pirar por causa disso, não antes de ter a
confirmação. Além disso, existem outras coisas para você se preocupar.

- Tipo o que?!

- Sua filha, eu e seu novo cargo como
presidente do banco. Percebe? Sua vida
está ótima demais para esquentar a cabeça com tão pouco.

Abri um meio sorriso e fiz um carinho no rosto dele, que segurou minha mão, lhe dando um beijo. Arthur tinha razão, eu não podia deixar que a possível vinda da minha irmã para Los Angeles me tirasse dos trilhos. Soltei um suspiro derrotado e selei nossos lábios.

- Você está certo, vou deixar isso pra lá. Vai buscar a Melissa na escola ou eu vou?

- Deixa que eu vou, sei que hoje você
assume a presidência do banco e não pode se atrasar. Nos vemos à noite?

- Sem dúvidas.

- Ótimo. Vou buscar a Mel, te amo.

- Amo você. -Arthur me deu outro beijo e saiu da cozinha, me deixando solitária mais uma vez. Fitei o café dentro da caneca e balancei a cabeça em negação, soltando um riso abafado. Eu parecia uma adolescente desesperada e com medo da irmã gêmea. Rafaela não voltaria, eu contava com isso.

*****
As ruas de Los Angeles estavam pouco
movimentadas graças a uma chuva
fina que caía sob a cidade. Batuquei o
volante e comecei a cantar uma música
agradável que tocava na rádio. Por um
instante, esqueci a existência da minha
irmã. Parando no sinal vermelho, olhei em direção à praia e prestei atenção em um jogo de vôlei que rolava embaixo de chuva. Um grupo de meninas se divertiam como se o tempo não fosse um problema. Nem ao menos reparei quando a música acabou e a sessão de propagandas começou, me arrancando um suspiro.

Incompatíveis -Adaptação RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora