Capitulo 2

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BIANCA ANDRADE

-Então, senhorita Andrade, o que me diz?Meio milhão por esse lugar

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-Então, senhorita Andrade, o que me diz?Meio milhão por esse lugar. - O homem de terno e gravata e cara de poucos amigos, abriu uma maleta com notas verdes em cima da minha mesa. Ele acendeu um charuto e a fumaça empesteou o ambiente.

- Para início de conversa, senhor Hadson, não quero que fume essa coisa fedorenta dentro da minha sala, Segundo, já falei que não vou vender o Château Andrade, Todo mês você volta aqui e sempre lhe dou a mesma resposta; NÃO.

- Se eu colocar mais cem mil, sua resposta muda?

- Hmm, deixe-me pensar. - Coloquei a
mão no queixo e fiz uma cara pensativa, arrancando uma expressão esperançosa do empresário. - Sim, tenho outra resposta.

- Fascinante, e quando..

- Essa é a minha resposta, Lucas, prior, tirem esse homem da minha frente. - Dois homens entraram na sala e levantaram Hadson pelos braços. - E leva sua maleta de dinheiro com você. Já falei, esse lugar não está à venda.

-Vai se arrepender por isso, Andrade, eu ainda vou comprar isso aqui e derrubar, Pode guardar minhas palavras.

- Vou guardar no arquivo de todos que
já me disseram isso, Obrigada, pode se
retirar.

Hadson saiu bufando e eu me joguei
na cadeira do escritório, massageando
as têmporas, suspirando derrotada. Um
porta-retrato ao lado do notebook mostrava a fotografia da minha família em frente ao château assim que foi inaugurado. Apesar de ter muitas dívidas, eu não conseguia me livrar dele. Aliás, eu não podia. Devia isso à
memória dos meus avós.

- Com licença. - A cabeça de Mariana
surgiu na fresta da porta e eu fiz sinal para que ela entrasse, me oferecendo um sorriso amigável. - Já recebeu visitas hoje? Até que o expediente começou cedo.

- Nem me fala, não aguento mais esses
empresários batendo na minha porta para fazer propostas.

- Bia.. - Ela sentou na cadeira antes
ocupada pelo senhor Hadson e respirou
fundo antes de começar seu discurso. -Sejamos realistas, tudo bem? Sei que ama esse lugar, que é tudo que te resta dos seus avós, mas..

- Mas o que?

- As dívidas estão aumentando. Sabe que uma hora ou outra, terá que vender.

- Não, Mari, Eu vou arrumar um jeito
de manter esse lugar.

- Até quando?! Já recebemos cinco
notificações do banco, você não tem mais condições de pedir empréstimos, Por favor, pense com carinho em alguma dessas propostas. Pelo que eu consegui ouvir, o engravatado lhe ofereceu meio milhão, Bia, isso cobre algumas dívidas e sobra bastante para...

- Para o que?! Minha vida é esse lugar. Não quero me desfazer do château, Mariana Por favor, não vamos falar sobre isso logo de manhã.

- Você não tem jeito mesmo. -levantei meu olhar para ela e Mariana cutucou as unhas. Sempre esteve ao meu lado, desde a faculdade e, hoje em dia, me ajuda a manter viva a escola de música
que o Château Andrade abriga. Não é luxuosa, muito menos moderna, mas os alunos que saem daqui, se tornam excelentes músicos.

Incompatíveis -Adaptação RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora