Capítulo 10

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RAFAELA KALIMANN

- Então, o que temos?

- É uma casa simples, Senhora Kalimann. -Yan ligou o projetor e a imagem de uma casa no lago apareceu, feita de madeira e com um certo charme. - Não estão cobrando pouco.

- Quanto?

- Três milhões.

- O que?! - meu grito se expandiu pela sala de reuniões e alguns dos acionistas se encolheram nas cadeiras. - Esses velhos estão loucos! Essa casa não vale tudo isso.

- Mas o que faremos então?

- Olha, eu preciso desse terreno, é
muito bem localizado. Pense em alguma coisa, Yan, você é o gênio por trás das negociações impossíveis.

- Na verdade, eu..

Antes de Yan completar sua sentença,
escutamos um estrondo do lado de fora da sala de reuniões. Franzi o cenho curiosa com a situação e me levantei da cadeira, fazendo meu caminho até a porta. Assim que coloquei a mão na maçaneta, alguém do outro lado empurrou com força, fazendo a ponta da madeira colidir com meu lábio
inferior, provocando um corte superficial, mas dolorido.

- O que diabos está acontecendo aqui?!

- Onde ela está, Rafaela?!

- De quem você está falando, Raquel?!
Aliás, quem te deu o direito de invadir
minha empresa e entrar desse jeito na
sala durante uma reunião?! Charlotte! -
gritei pela secretária e uma jovem morena apareceu com a cabeça baixa. -Pode me explicar o que esta senhora faz aqui?!

- Ela disse que era urgente, senhora Kalimann, sem contar com a semelhança e..

- Eu não pago a você um bom salário para permitir que pessoas parecidas comigo invadam meu escritório. Abri mão da Joana por você e estou decepcionada com sua incompetência. Está no olho da rua.

-Rafaela, não seja tão dura com a moça.

- Cala a boca, Raquel, quem dá as ordens aqui sou eu. Tudo bem, Charlotte, volte para o seu cubículo e fique lá até ser solicitada. Quanto a você, querida irmã, venha comigo. - virei minha atenção para o grupo de homens que me olhavam com curiosidade, revezando seu espanto entre eu e minha irmã. - Senhores, resolvam a situação da cabana Grefington, quero um resultado dentro de duas horas, Com licença.

Puxei Raquel pelo braço e caminhamos
lado a lado até minha sala. Abri a porta e dei passagem a ela, que começou a andar em círculos. Pouco me importei com a aparente ansiedade dela, apenas me servi de uma taça de vinho e me sentei na cadeira, esperando que ela abrisse a boca de uma vez. No momento em que senti o líquido doce encostar em meu lábio machucado, a voz de Raquel se expandiu pela minha sala como um berro.

- Como se atreve?

- Perdão?! Acho que me perdi. Do que está falando?

- Da Bianca Você foi soltar o seu veneno
pra ela, não é?

- Volto a repetir que não faço ideia do que está falando.

- Fui procurá-la no château para resolver alguns assuntos do recital e a Mariana me disse que ela viajou para Miami, coincidentemente, logo depois de ter uma pequena discussão com você.

- E que provas você tem que eu fui
conversar com ela?

- Mariana viu você e a Bianca saindo juntas do château ontem.

- E daí?! Isso não quer dizer nada.

- Rafaela, pelo amor de Deus, para de se
fazer de cínica.

Incompatíveis -Adaptação RABIAOnde histórias criam vida. Descubra agora