Interrogatório

4.2K 129 32
                                    

josh pov's

Fui arrastado violentamente até uma sala, onde haviam duas cadeiras e uma mesinha no meio delas. A iluminação não era das melhores, e a lâmpada piscava freneticamente.

— Senta aqui, porra — Me jogaram na cadeira, e eu fui algemado na mesma.

Os homens saíram da sala, e eu joguei a cabeça para trás, sentindo todo o meu corpo doer. Encostei a língua na parte interna da bochecha, aguardando alguém entrar aqui.

Quando menos esperei, a porta se abriu, e uma mulher fardada com um uniforme azul marinho, carregando uma pasta entrou e se sentou na minha frente. Apoiou seus braços na mesa, e me encarou fixamente com seus olhos chocolate.

— É melhor facilitar 'pra mim, Beauchamp — Começou.

— Já disse, eu não fiz nada — Me fiz de idiota. Óbvio, eu havia matado aquele cara.

— Então onde estava na hora do crime?

Não respondi, até porque não havia respostas para sua pergunta. Se respondesse que eu estava esfaqueando o cara em sua casa, obviamente meu novo destino seria a prisão. Ao invés de fornecer alguma resposta para ela, apenas apreciei seu rosto.

Sua pele negra fazia um ótimo conjunto com seus olhos castanhos, juntamente com seus lábios rosados e carnudos. A expressão séria a deixava ainda mais atraente. O cabelo que reconheci ser cacheado, estava preso em um coque muito bem feito no topo da cabeça, apenas com alguns fios teimosos saltando. A feição em seu rosto foi se transformando em raiva, até mesmo impaciência.

— Me responde, porra! Onde estava na hora do crime, se não viu ou fez nada? — Perguntou, batendo na mesa.

— Sem palavrões por aqui, senhora policial — Falei com um sorriso debochado no rosto.

— Eu vou perguntar só mais uma vez... — Ela fechou os olhos, respirando fundo — ...onde estava na hora do crime?

Continuei calado, apenas encarando seu rosto irritado com o meu silêncio. Sua mão alcançou um radinho, apertando um botão, e emitindo um chiado.

— Aqui é a delegada Any Gabrielly — Falou, e o rádio chiou mais uma vez — O desgraçado não vai falar nada agora. Deixe-o aqui, e leve os outros suspeitos para a outra sala. Resolve com este daqui mais tarde.

Ela desligou o rádio, e estava juntando suas coisas em cima da mesa, quando resolvi falar.

— Nome bonito. Any Gabrielly... — Falei, e a moça saiu da sala.

Bufei, sentindo as algemas começarem a incomodar e apoiei a cabeça no meu ombro, fechando os olhos e aguardando Gabrielly retornar. Provavelmente não seria tão cedo.

Várias horas haviam se passado, e consegui ver o lado de fora pela janela, já escuro. Meu estômago roncava, e minha boca estava seca implorando por água. Pelo vidro transparente ao meu lado, conseguia ver a tal delegada Any Gabrielly conversando com outro policial, dando umas olhadas para cá de vez em quando.

De repente, vi todos os funcionários irem embora, recolhendo suas coisas como se não tivesse ninguém aqui. Franzi a testa, e comecei a gritar.

— EI! VOLTEM AQUI, TEM UM HOMEM NA SALA! — Berrei, tentando chamar a atenção das pessoas que pareciam nem o menos me ouvir.

Quando tudo já estava vazio, abri a boca indignado vendo que realmente não haviam dado a mínima para mim. Vi Any com uma garrafa d'água e um pacote de biscoitos, entrando e deixando as coisas em cima da mesinha.

нσт мσмєитѕ- вєαυαиуOnde histórias criam vida. Descubra agora