Capítulo 4

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Harry pensou em muitas coisas enquanto deixou Louis correr para dentro de seu apartamento.

Pela primeira vez em meses pensou em sua família. Lembrou-se de quando era tão pequeno que sua mãe tinha que segurá-lo perto da pia para escovar os dentes. As mãos macias da mulher mais velha passando pelos seus cabelos, tranquilizando-o durante uma tempestade. Sua irmã, que há quase dois anos não a via. Pensou em tantas coisas puras em tão poucos segundos.

Mas agora, o homem não fazia ideia do que fazer com o menino que chorava assustado no meio de sua sala.

Prestes a dizer algo, escutou mais passos vindos do corredor. Levantando a arma que até agora estava abaixada, voltou a vizão para o pequeno olho de vidro na porta. Um dos homens, agora já não sabia qual, vinha lentamente até a porta, com uma carranca desconfiada no rosto. Contando até dois, pressionou a ponta da arma contra a porta, esperando o momento certo para atirar. Assim que sua conta chegou ao número três, em vez de um tiro, um diálogo alto de algum desenho animado soou pelo apartamento, fazendo Harry e o homem do lado de fora pularem e praguejarem ao mesmo tempo. Para a surpresa do de olhos verdes, o outro revirou os olhos e murmurou algo, se afastano da porta.

Com um suspiro aliviado, voltou-se para Louis, que se encontrava encolhido no canto do sofá velho observando a televisão com um olhar vazio. Ainda pensando em algo para dizer, sentou-se num canto mais afastado no móvel.

"Sinto muito pelo seu pai."

"Uma hora ou outra ele ia acabar morrendo de qualquer jeito." Louis murmurou secando algumas lágrimas e pela primeira vez que entrara no apartamento olhano para Harry.

"Bem, sua mãe..." tentou começar outra vez, sendo cortado bruscamente.

"Ela não é minha mãe, nem aquele porco do meu irmão. Nem irmão era na verdade, era meio-irmão, e um ruim."

Mordendo os lábios, Harry esperou alguns segundos em silênio até que o menor colocou-se à chorar novamente, uma cena de cortar corações.

"Então por que está chorando? Você não parece se importar com eles." tentou novamente, mas desta vez recebendo apenas mais lágrimas em troca.

"Porque eles mataram minha irmãzinha!" gritou. "Era tão pequena, que mal ela poderia ter feito? Era a única daquela maldita família que me amava e que eu amava de volta!"

Não sabendo o que fazer direito diante aquela cena, o homem voltou a encarar os olhos azuis.

"Você sabe, eu tenho uma irmã, não falo com ela há anos, então sei como é perder alguém que ama."

"Mas ela não está morta, está?" soltou com uma carranca. "Você não sabe de nada."

Harry franziu as sobrancelhas, vendo que até um momentos como aquele o garoto era teimoso. De qualquer jeito, ignorou o outro e continuou com sua tentativa de distrair Louis.

"Você tem olhos bonitos, menino, alguém já te disse isso?"

Com uma engasgada de surpresa, Louis arregalou um pouco os olhos, corando de leve. E naquele momento, Harry jurou ter visto um pequeno sorriso nos lábios do menos.

"Na verdade não. Seus olhos também são bonitos Harry, e seu rosto também" disse com um risinho, e foi a vez de Harry engasgar.

"Você tem algum parente com quem possa ficar?" perguntou rapdamente, tentando mudar de assunto.

Louis apenas negou com a cabeça. "Estou com sede."

Passando as mãos pelo rosto, o maior se levantou, indo até a cozinha e enchendo um copo com o leite que Louis havia trazido e jogado em cima da bancada. Quando voltou, não foi uma grande surpresa ao encontrar Louis cheretando um sua maleta, com os olhos totalmente arregalados enquanto observava suas armas.

"Mas que merda." o menor soltou baixinho e Harry estranhou ouvir um palavrão vindo de uma voz tão doce.

Sentou-se eo seu lado no sofá novamente, pondo o copo no chão, na frente de Louis, e arrancando a maleta de suas mãos.

"Não mexa nisso."

Ignorando totalmente o leite, Louis se virou para Harry, os olhos transbordando pura curiosidade e exitação.

"O que você faz da vida, Harry?"

Desviando os olhos para a maleta, não tinha por quê mentir. "Eu mato."

"Pessoas?" sua boca se abria ainda mais, em pura surpresa.

"Sim." respondeu simplesmente, e olhou para o outro, querendo saber de sua reação.

Mas Louis deu apenas um pequeno sorrisinho de lado. "Legal."

"Legal?" Harry não pode negar que ele está um pouco surpreso. "Eu sou um assassino profissional, Louis."

O menino continua olhando para ele com certa fascinação. "Eu entendi. Legal."

Ainda com uma expressão confusa no rosto, Harry observou enquanto Louis, que mantinha o sorrisinho nos lábios, pegava o copo de leite e os levava até eles, tomando tudo em poucos goles.

"Então, você mata qualquer um?"

Harry negou. "Nada de mulheres ou crianças, isso envolve adolescentes."

"Vou precisar de muito dinheiro se quiser que você mate aqueles nojentos que mataram minha irmã?"

O homem franziu o cenho. "Vai. Uns cinco mil por cada um."

Os olhos azuis se arregalaram novamente.

"Você... Você me ensinaria a matar, Harry?" perguntou, com a voz tremendo um pouco. "Vamos, faço o que você quiser, limpo a casa, lavo suas roupas."

"Não." Harry respondeu direto, até mesmo um pouco horrorisado ao pensar em ensinar alguém como ele a fazer algo tão sujo.

Os olhos de Louis se encheram com algumas lágrimas, mas logo se controlou. "Eu não tenho para onde ir."

"Foi um dia ruim, podemos pensar nisso amanhã. Vamos, pode ficar com a cama." Harry disse o mais calmo possível, não querendo fazer nada que assustasse o menino.

Com o mais novo atrás dele até o quarto, esperou que o mesmo deitasse em sua cama, se encolhendo entre as cobertas com um biquinho nos lábios.

"Você pode se sentar aqui? Ficar comigo até que eu durma?" pediu com uma voz tão baixinha que o homem quase se derreteu, mas lentamente se sentou na ponta da cama, observando o outro já de olhos fechados.

"Eu gosto de você, Harry." o mais novo disse calmamente, sua mãozinha tateando a cama até achar a mão de Harry, a segurando um pouquinho.

Harry, em estado de choque até o momento, apenas engole seco, e deixa o outro acariciar sua mão.

"Boa noite, Harry."

Quando o maior vê o peito de Louis subir e descer mais lentamente em sinal de que já dormia, se levantou da cama, parando perto da porta e não pôde deixar de suspirar ao ver Louis, tão lindo como sempre, dormindo calmamente em sua cama.

"Boa noite, Louis."

Oi amores! Gente, sei que ta curtíssimo, sério, da até vergonha de postar, mas to tão ocupada esses dias q vcs nem imaginam, vou tentar escrever o próximo cap nesse feriado, dai posto mais rápido e prometo q um maior ne.

Obg pelos comentários quem comentou, e quem só ta lendo mas ainda n comentou, tenta comentar sabe? Aí eu consigo saber se vcs tao gostando ou achando uma merda haha

Beijão

The Professional {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora