Capítulo 3

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"Ei Harry, a gente não te via há séculos" Liam abriu a porta do apartamento, revelando seus outros dois, jogados no sofá assistindo algum noticiário. "Aconteceu alguma coisa? Ta com uma cara estranha."

"Não, nada. Só algumas coisas lá do prédio, não consigo parar de pensar nisso."

"O que? Alguém viu alguma das armas?" Niall se levantou do sofá e o encarou com uma expressão preocupada, algo fora do comum para alguém que estava sempre com um sorriso brincalhão no rosto.

Harry soltou um suspiro. Fazia tempos desde a última vez que falou abertamente com os meninos. Agora tudo era trabalho, esconder das pessoas sobre seu trabalho e esconder das pessoas sobre seu trabalho e sentimentos. "Esqueçam, vamos falar da arma que eu pedi, sim?"

Zayn, que estava até agora quieto, revirou os olhos. "Mate, nós somos seus melhores e únicos amigos, a gente se conhece desde as fraudas, sabemos que quando você diz pra esquecer, é porque algo está realmente te preocupando. Agora coloque esse seu traseiro magrelo aqui e conte tudo."

O de cabelos cacheados soltou uma risada. Por mais irritantes que fossem, amava aqueles homens. Desviou os olhos do chão e se sentou no sofá ao lado dos outros, que tinham voltado a se sentar. "Bem, não é nada demais, é só que... Há dois dias atrás, conheci esse menino, Louis, no corredor do prédio." soltou e se voltou para ver a feição dos outros, que revelavam apenas curiosidade. Pegou um pouco de ar para continuar. "Sei que o pai é traficante, e que bate nele, que a mãe é prostituta, e também sei que tem irmãos, pelos gritos que escuto toda manhã."

"O que isso tem demais nisso? Está preocupado com o moleque, é isso?" O loiro dispara com uma carranca totalmente confusa. Os outros dois não estavam muito diferentes. "Poxa Harry, isso é bem bacana, não sabia que você podia ter compaixão."

Enquanto os outros soltam risadinhas, Harry apenas revira os olhos. "Não é só isso. Esse menino, ele..." bufa, sem saber exatamente como descrever a criança. "Não sei ao certo o que dizer, só sei que é o ser humano mais lindo e inocente que já vi na vida, Céus, sei que tem os olhos mais azuis que o próprio oceano, e sei que é uma criança infeliz, e, por alguma razão eu simplesmente não consigo parar de pensar nele."

"O que isso quer dizer?" Liam pergunta; seu tom preocupado.

"Você," Zayn diz, recusando sentir medo por uma das pessoas mais sãs que ele conhecia. "Harry você não pode simplesmente estar gostando de uma criança! É isso que está nos dizendo?"

Harry engoliu seco. Como seu amigo poderia estar insinuando isso, que ele tinha sentimentos pelo garoto? Era loucura! Ele nem sequer sabia se podia ter tais sentimentos por alguém. O que ele tinha era outra coisa, talvez apenas compaixão, assim como loiro disse. Apenas não tainha certeza do que era.

"É claro que não! Que absurdo, a criança deve ter no máximo 15 anos, talvez uns 14, eu tenho 29!"

"E a idade é a única coisa que te impediria?" é Niall quem pergunta agora, como cenho franzido, mas compreensão nos olhos.

O de cachos esfrega as mãos no rosto. "Não, é claro que não. Não tenho sentimentos pela criança, no máximo compaixão. É isso, apenas isso. Podemos falar sobre a arma agora?"

"Claro." Liam suspira, esperando que seu amigo não se metesse em problemas. "Ela chegou anteontem, pensei que você iria gostar mais."

Uma hora depois, Harry estava voltando para seu próprio apartamento, com um sorriso falso no rosto para as pessoas que passavam na rua, e uma nova arma escondida na bolsa.

Louis.

Assim que o menino desceu as escadas, correu pelas ruas cantarolando alguma canção que tinha ouvido sua madrasta cantar no chuveiro e pois-se a pensar no homem que tinha acabado de rever. Harry era seu nome, provavelmente nunca esqueceria.

The Professional {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora