15 ~ A Verdade ~

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A tão esperada segunda-feira chegou, hoje finalmente saberei quem é o meu admirador secreto. Estou tão ansioso por isso que mal consegui dormir a noite toda.

Fiquei alguns minutos encarando a porta do meu armário, apenas ouvindo o Hoji bater levemente o pé em antecipação.

— Você não vai abrir? — Perguntou ele meio inquieto.

Não pude deixar de rir mentalmente. Hoji, um rapaz tão calmo e paciente, está mais ansioso do que eu? Isso de fato é engraçado.

Se bem que... ele esteve animado com isso desde que eu comecei a receber os bilhetinhos. Ele sempre levou essa história de admirador secreto a sério, então eu compreendo a ansiedade dele de querer saber quem está por trás das cartas que conquistaram o meu coração.

— Irei. — Olhei para ele com um sorrisinho. — Só estava admirando um pouco a sua ansiedade.

Ele me encarou surpreso, e com as bochechas levemente rosadas, ele respondeu meio agitado:

— Wakiya, não brinque desse jeito com o meu coração! Você sabe que eu estou morrendo de curiosidade para saber quem é o seu admirador!

Comecei a rir.
Hoji, Hoji, você é uma comédia.

— Eu sei, eu sei. — Sorri pra ele e destranquei meu armário. — Vamos acabar com esse mistério.

Assim que abri, fiquei surpreso.

— O que tem aí? — Perguntou Hoji curioso ao notar minha expressão.

Virando minha cabeça para ele e me afastando um pouco daquela porta para que ele pudesse ver, eu disse:

— Nada. ...Não há nenhuma carta.

Ao ouvir aquilo, Hoji se aproximou do meu armário e olhou cuidadosamente dentro dele. Ao notar que realmente não havia nenhuma carta ou bilhete lá dentro, ele se afastou e me olhou um pouco tristonho.

— Poxa... — Ele abaixou o olhar e colocando uma mão no queixo, ele ponderou um pouco. — Bom, talvez ele deixe a carta no horário do almoço ou talvez após o término das aulas. — Ele me olhou um pouco mais esperançoso. — Ele disse que seria hoje, acredito que ele não mentiu sobre isso.

Bom, ele está certo. Ainda estamos no início do dia, ainda tem bastante tempo para o meu admirador colocar algo no meu armário.

— Você tem razão, Hoji. — Fechei novamente a porta do armário. — Voltaremos para verificar na hora do almoço.

Ele sorriu e acenou com a cabeça em concordância.
Logo ouvi passos vindos da direção atrás de mim e senti um braço deslizar por cima dos meus ombros.

— Você nunca muda esse hábito, não é? — Revirei meus olhos com um sorriso. — Já te falei que você vai acabar enfartando alguém desse jeito.

Rantaro me olhou com um sorriso sem culpa.

— Seu coração é forte, ele aguenta. — Riu ele.

Revirei os olhos.
Ficando um pouco mais sério, ele retirou o braço de cima dos meus ombros e com uma mão segurou as pontas dos meus dedos, alisando levemente com o polegar as minhas falanges.

— Wakiya, podemos conversar após as aulas?

Olhando para aqueles olhos castanhos, acenei com a cabeça em concordância.

Na noite da festa de noivado do meu pai, após o Rantaro voltar novamente para o salão, acabamos não tocando mais no assunto do que aconteceu no jardim e muito menos voltamos a falar dos nossos sentimentos.
...Imagino que ele queira conversar sobre isso hoje.

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