Capítulo 33

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"Vai America abra seu presente meu docinho" Meu pai dizia feliz ao lado da minha mãe, estávamos sentados ao pé da árvore de natal abrindo os presentes, eu tinha cinco anos e lembro perfeitamente do meu pônei brilhoso gigante que eu queria e meu pai me deu, eu nunca sorri tanto como naquele dia. "Obrigada papai você é o melhor pai do mundo".
Ai meu Deus! Que horas são? Eu me levantei de mal humor olhando o dia a fora pela janela, estava tudo nublado e com um vento bastante frio, será que hoje neva? Já era natal, tive uma das piores ceias, e uma manhã que já não começou boa pelo sonho, aliás lembrança que tive no sonho de um natal feliz. Fui até o banheiro tomei um banho me vesti, calça jeans preta, botas altas de couro preto, uma blusa de cashmere acizentada até o pescoço e coloquei por cima meu sobretudo vermelho, soltei os meus longos cabelos e sentei na cama novamente.
-É uma manhã de Natal America você está adequada e linda- apesar de tudo meu pai gostava do meu estilo ainda mais quando me vestia bem, ele adorava, mas não estou fazendo isso por ele, puff! Mas sim porque preciso está apresentável, tirei umas fotos mandei para os meus amigos e resolvi ir comer alguma coisa já que estava varada de fome.
-Bom dia!- minha mãe me disse sentada em uma das cadeiras na mesa e eu passei por ela pegando um copo de leite tomando-o, em seguida comi um pedaço de pão e ia saindo quando Richard apareceu e eu parei, espera, ele dormiu aqui? Eu respirei fundo e continuei andando.
-Onde vai?- ele quis saber
-Andar por aí- eu disse dando os ombros
-Já tomou café? Esta linda- ele riu e eu permaneci da mesma forma- Vem aqui America- ele me chamou e eu não fui -Vem!- ele chamou quase nervoso, ele estava bancando o bom homem mas não era isso que ele era. Fui até eles na mesa e minha mãe começou a falar
-Como você foi boa nesse primeiro período na faculdade seu pai resolveu te dar uma coisa...- ela riu e eu estava parada observando tudo de braços cruzados, meu pai enfiou as mãos no bolso da calça e em seguida tirou junto da mão uma chave, de um carro, eu abri lentamente a boca, ele ia me dar um carro? Uma felicidade se fez dentro de mim.
-Um Porsche! Vermelho...- ele riu jogando a chave e eu peguei- Já está na sua garagem quando você chegar confere, isso era o que eu mais queria eu amava um Porsche ainda mais vermelho, ele estava tentando me comprar, isso ele estava.
-Já foi no apartamento dela Richard? Porque você foi para Londres não é?- minha mãe perguntou e eu fiz uma cara que estava me interessando pelo assunto e encarei ele
-Hmm.. Eu... Dei uma passada mas não consegui reparar!- ele pigarreou
-Mentiroso!- eu disse baixo- Ele foi lá em casa sim mãe, chutou o Spike e sabe mais o que?- minha mãe arregalou os olhos
-O que?- ela quis saber
-Ele me bateu, me bateu na cara mãe!- eu disse com lágrimas nos olhos e ele se levantou da mesa agressivo
-Garota mentirosa, para de fazer a cabeça da sua mãe, você só sabe inventar as coisas eu nunca te bati America- ele estava chegando perto de mim
-Se eu minto é porque eu tive um ótimo professor não acha? E foi você!- eu gritei
-Você desde pequena que faz a briga acontecer nessa casa!- ele apontou o dedo na minha cara
-Richard para não fala assim com ela, como eu fui burra em acreditar em você!- minha mãe já estava em pé, era agora que a briga ia se formar.
-Cala a boca Emily não deixa essa garota te contaminar com más palavras sobre mim, America se eu e sua mãe estamos se reconciliando você tem que ficar feliz não com gracinhas.
-Você mente pra ela, você não é boa pessoa ela não te merece, ninguém te merece Richard!
-Cala a boca!- ele gritou
-Não!- eu gritei mais alto e ele me deu um tapa, eu só acho que estou apanhando de mais ultimamente, olhei para minha mãe com a mão no rosto e ela ia partir para cima dele mas ela não podia fazer nada ou sobraria para ela, ela na maioria das vezes me defendia porém sempre sobrava para ela.
- Nós que não merecíamos você, você não foi planejada essa é verdade.- aquilo me agrediu da pior forma, eu olhei para a minha mãe já chorando e ela abriu os braços balançado a cabeça falando baixinho "não acredita" mas eu neguei o abraço e subi para o meu quarto com raiva e chorando, eu sentia uma raiva anormal, meu corpo queria pegar o Richard e estraçalhar ele todo.
-Mamãe mandou eu subir mas eu estou com fome!- James entrou no meu quarto assustado e eu bufei- O que aconteceu?- ele me olhava com os olhinhos curiosos e ao mesmo tempo tristes
-Nada James nada!- eu me levantei da cadeira da penteadeira com raiva
-Estou com fome- ele gemeu e eu me irritei ainda mais
-Come qualquer coisa James qualquer coisa!- eu disse gritando saindo do quarto e indo para o banheiro do corredor, me tranquei e fiquei um tempo sentada no vaso chorando, eu sempre faço tudo errado, James não merece isso, ele não fez nada o que eu tenho que fazer agora é dar um colo para ele, respirei por uns dois minutos me acalmando, lavei o rosto e sai do banheiro lentamente e entrei no quarto, ao entrar vi James respirando rápido, o chão do meu quarto tinha vômitos, eu por um momento não entendi, mas quando cheguei mais perto pude ver ele com biscoitos na mão, meu cérebro raciocinou rápido e eu olhei para o pote de biscoito de leite com chocolate já aberto e James comeu alguns deles.
-James ai meu Deus, não, não...- eu disse indo até ele, meu irmão estava já vermelho, vomitava sem parar e não conseguia respirar, muito menos falar, ele estava inchando, meu coração estava a mil e eu voltei a chorar.
-Mãe!- eu gritei desesperada- Richard, subam por favor!- peguei James no colo e ele chorava tentando respirar mas não conseguia, era agonizante vê-lo daquela forma, meus pais apareceram assustados no meu quarto.
-O que você fez?- minha mãe gritou desesperada- James!
-America você passou dos limites!- Meu pai arrancou meu irmão do meu colo e desceu correndo com ele para o caro
-Mas eu não fiz nada..- eu desci atrás correndo
-Você tentou se vingar dessa sua raiva logo no James ele não tem nada a ver com isso deixa de ser criança e cresce America, você não é a única que pode ter toda a atenção do mundo!- Richard disse entrando no carro
-América fica ai!- minha mãe gritou comigo quando eu ousei entrar no carro e eu fiquei parada igual pedra vendo eles saírem da garagem como um raio.
Me sinto uma babaca, eu só sei chorar, por eu ter tratado James mal, por eu ter deixado tão na cara os biscoitos de leite para uma criança que não pode se querer comer derivados de leite e ainda mais com fome, e fora os meus pais que estão me culpando, mas a culpa foi minha mesmo. Peguei minha bolsa e resolvi ir para o hospital mas qual hospital eles foram?
-Mãe como ele está? Onde vocês estão? Qual hospital?- eu disse nervosa no telefone com a minha mãe
-America faça me o favor de não me preocupar mais, fica em casa e eu e seu pai resolvemos aqui- ela disse grossa e eu chorei mais
-Me desculpa eu não fiz nada mãe eu juro, só me diz como ele está- ver minha mãe não me dando a mínima doía mais ainda.
- Ele está na sala com os médicos não sei o que eles vão fazer- ela bufou- Para de chorar!- ela pediu mas eu chorei mais- Para!
-Como mãe? Como? Vocês estão me culpando de quase ter matado meu irmão sem eu ter feito nada caramba!
-Eu te ligo depois- ela desligou na minha cara e eu taquei o celular no sofá com raiva em seguida peguei ele novamente e liguei para o Travis, acho que ele me aturaria nesta manhã de Natal, ele não está fazendo nada ao contrário de Harry.
-Eu sou uma irresponsável!- atendi o celular ja chorando
-Mas o que aconteceu?- Travis perguntou preocupado
-Quase matei meu irmão trav- deitei no sofá
-Como assim? Mare.. O que você fez?
-Nada- dei os ombros
-Não estou entendendo caralho nenhum!- ele me fez rir, contei a história para ele e ele me ouviu com toda paciência e me consolou
-Trav Trav.. Espera!- eu disse indo correndo até a janela, estava nevando!- Esta nevando Travis, está nevando!- eu ficava sempre feliz quando nevava aquilo para mim era incrível, eu parecia uma débil mental mas eu sempre me imaginava em um globo de neve.
-Tira foto e me manda!- ele pediu-Travis!!!- ouvi a voz da Cami em seguida o latido de Spike e meu coração acelerou, Travis estava na casa da Cami.
-Mare!!- Cami gritou meu nome- Da o Spike pra mim? O Dylan ama ele, eu também, ele é um amor- ela fez voz de bebe e Travis fingiu vomitar
-Meu bebezão, que saudades Spike mamãe ama você gostosão- eu senti uma saudade enorme no meu peito.
-Volta logo Mare!-Cami choramingou
-Estou morrendo de saudades não vejo a hora de voltar, tudo esta um inferno!- soltei feito uma libertação, com eles eu me sentia eu mesma, eles já eram uma família postiça, me acolhiam e me faziam sorrir, diferente da minha família de sangue, eu poderia ligar para Ivy para desabafar, soltar tudo como um descarrego, só ela me ajudaria totalmente mas eu não quero estragar o passeio dela com o Tyler, não quero dividir meus problemas com ela, enquanto ela está feliz se divertindo, ao contrário de mim. Cami, Travis e eu conversamos até uma certa hora, depois senti um tédio, mas ainda tinha preocupação com James em mim, liguei a TV para me distrair e fiquei vendo filme esperando notícias, eu não conseguia racionar nada, meu pensamento só era em James, espero que meu irmãozinho esteja melhor, oh meu deus o que eu fiz...

Love Without ControlWhere stories live. Discover now