De volta ao passado

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(Notas da Autora):

Oiii, Tudo bem?

Lembrando, o capítulo de hoje tem pequenas referencias do filme "De volta para o futuro".

Espero que gostem!

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(Dezembro, 1985)

*Os meninos têm 7 anos.

A rua estava vazia naquela manhã de inverno, mas não era o frio que mantinha as bolas de futebol paradas, as amarelinhas sem pedrinhas e as cordas sem puladores. Havia algo por trás de tudo, algo maior que uma brincadeira de criança. A questão é: o que deixara um silêncio nas ruas de um pequeno bairro de Las Vegas, em plena época de natal?

Três crianças corriam desesperadamente pelo local vazio. Eles estavam atrasados, mais que os outros, então tentavam compensar o tempo perdido correndo em alta velocidade, mas parecia que um ficava para trás, ofegante. O menino loiro suava dentro de seu cachecol vermelho peludo, a enorme quantidade de casacos fazia com que seus movimentos fossem feitos com mais dificuldade. Ele parou, tentando recuperar fôlego, se apoiando em um muro sujo enquanto abria espaço nas casacas para que o ar gelado entrasse em contato com sua pele quente. Demorou, mas seus amigos perceberam que ficou para trás, tendo que retornar.

Uma das crianças se aproximou, usava um blusão de cores gritantes que sua mãe havia tricotado. Os pequenos cabelos castanhos escuros mexiam com um pouco da brisa gélida. Suas bochechas estavam vermelhas e havia suor pela testa, abriu um largo sorriso mostrando a falta de um dos dentes da frente.

— Tudo bem, Alex? — Falou Reggie, o garoto do blusão gritante. O loiro olhou como se fosse desmaiar ali mesmo, mas respirou fundo e retomou a compostura.

— Estou ótimo, Reginald... — a cara de Alex dizia o contrário. Ele despencou no chão puxando o máximo de ar que conseguia — é claro que eu não estou bem, a gente correu três ruas direto! eu não consigo nem correr no meu próprio pátio que por sinal é bem pequeno.

— LUKE, AJUDA AQUI! — Reggie gritou para o menino mais à frente, vendo que o loiro se recusava levantar do chão.

O garoto que se encontra a meio metro de distância dos amigos, chegou ao encontro deles. Sobre os cabelos castanhos claros, estava uma touca laranja que quase dançava em sua cabeça. Ele era o mais alto e vestia um casacão que arrastava as pontas no chão da rua, seu pequeno nariz avermelhado encontrava-se escorrendo por causa da temperatura.

— Qual o problema? — ele ainda estava um pouco ofegante e limpava o nariz nas mangas de seu casaco.

— Isso! — Reggie apontou para o menino loiro que estava quase abraçado no chão.

— Eu não vou correr e não saio daqui, nem que me obriguem! — Alex choramingava, se agarrando às coisas em sua volta. — Tá frio e eu poderia estar tomando chocolate quente em casa e não correndo aqui feito um louco.

— Por isso tá gordinho desse jeito — Reggie soltou uma risada gostosa de seu próprio comentário.

— PELO MENOS NÃO ESTOU BANGUELA — gritou o loiro já enfurecido.

— Isso meu amigo, vai me arranjar uma boa grana da fada dos dentes. — o garoto do blusão tirou do bolso de sua calça jeans, um pequeno fragmento branco-amarelado, seu dente.

— Não vale muito esse negócio podre, quem é que guarda isso? — Alex estava com nojo de ver aquele dente, desviando o olhar.

— Guardei de recordação, mas agora vou dar para a fada dos dentes. — Reggie sorria radiante enquanto olhava para seu dente caído.

Os mortos tem MUITO a falar (One Shots- JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora