Amor sobre quatro rodas (final)

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(dias atuais)

Alex girou a chave sentindo a turbulência tomar conta de seu corpo, fazia tempo que não sentia isso e foi impressionante como Julie conseguiu o carro emprestado de seu pai para que ele pudesse fazer isso.

A noite estava gelada e escura o suficiente para não verem um fantasma dirigindo. O pensamento do loiro se focava em uma lembrança. Algo tão vivo que poderia dizer que ocorreu ontem, mesmo sendo a mais de 26 anos atrás. Ele se focou nos detalhes de sua mente:

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Lá estava ele, depois de fazer sua prova prática, pronto para receber sua primeira habilitação. Estava fedendo a ovo, culpa dos meninos que não sabiam o que fazer com tantos e começaram uma guerra no estacionamento, a parte do cheiro era melhor esquecer.

Uma pessoa entrou com as folhas na mão e o nariz contraído, o ovo é claro! Ele o observou e sorriu entregando a tão esperada habilitação do rapaz, com uma fotinho estampada no canto. Aquilo trazia uma certa liberdade para Alex, mas não era isso que estava procurando na lembrança, foi o que veio a seguir que guardou até hoje.

O homem abriu a porta para ele, mas o parou antes de sair.

— Escuta Alex, o amor é como...um carro. Você se prepara muito para ele e treina horrores, mas na prática tudo muda, se torna mais gostoso e prático de fazer. Você está no comando do seu carrinho denominado coração, mas você não conhece o caminho e nem o final. Quem sabe dê em uma rua sem saída ou te levará a lugar nenhum, mas se você souber mexer nele e parar nas sinaleiras certas, essa viagem te mostrará lugares incríveis que você nem pensou em conhecer. Continue esse caminho filho, tire o cinto, enfie a cara pela janela e grite o que sente, mas aproveite-a com a pessoa certa.

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O carro andava em uma velocidade grande, mas o loiro não se preocupava com as regras, não essa noite, não naquele momento. Ele olhou para o lado e sorriu, abriu o cinto, se apoiou sobre o acelerador enfiando a cara pela janela e gritou fortemente. Seu coração não batia a muito tempo, mas ele teve certeza que sentiu uma batida correr pelo corpo. A pessoa do seu lado, que se encontrava nas sombras, sorriu e repetiu os mesmos movimentos, enfiando o semblante para fora e gritando juntos como um só. O loiro sentiu a mão do parceiro segurar a sua em busca de algo para se apoiar, ele estremeceu. A mão de Willie estava quentinha.

Seu amor andava sobre quatro rodinhas de um skate e ele o levara para o carro que chamara de coração, sem saber o que teria no fim daquela estrada, apenas curtindo a viagem e o momento, deixando o resto ocorrer sozinho. Precisou morrer para conhecer a aprovação do amor.

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(Fim do capítulo!)

E ai, o que acharam?

Esse capítulo foi dedicado a vi_44_, a mais nova leitora da história, seja bem vinda a esse meu mundo maluco de fantasmas! 

vi_44_ queria muito te agradecer, pois você é uma das leitoras mais ativas da minha outra fic e acompanhou meu processo desde o inicio. E na segunda, quando estava escrevendo essas duas partes, seus comentários alegraram muito meu dia, então uma parte desse capítulo teve em essência do que você me disse, obrigado por dar vida ao meu conto de natal! Obrigado por tudo, espero que esteja dirigindo bem seu coração e conquistando um caminho espetacular.  

Os mortos tem MUITO a falar (One Shots- JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora