WEDNESDAY

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Eu sinto as mãos de Malfoy subirem pela minha cintura. Eu estou de costas. Meus olhos fechados. A respiração pesada sem fazer a mínima ideia de onde os dedos dele passearão a seguir.

Eu mordo meus lábios na tentativa de reprimir um gemido quando a mão dele desce até a minha bunda, deixando um estalo.
Eu fervo por dentro. Não lembro a última vez que me senti dessa forma.

- Gosta do jeito que te toco, não gosta? - ele sussurra próximo à minha orelha, aproveitando para deixar um beijo molhado em meu lóbulo.

Eu gemo, mesmo que minha intenção seja não cair em nenhum dos jogos de Malfoy.

Provavelmente já é tarde demais para isso. Mal consigo focar meus pensamentos.

Eu só consigo focar em seu terno preto. Eu viro de frente, e a primeira coisa que vejo são seus olhos. Estão mais escuros do que o normal, me olhando com um desejo absurdo.

- Não tente resistir, Grecco. Você já é minha. - ele diz, se aproximando da minha boca.

- Droga, Ari, você vai acabar se atrasando. - eu escuto a voz de Charlotte ecoar pelo quarto, me fazendo levantar assustada.

- O que foi? - reviro os olhos, irritada. Foi só um sonho...sempre é.

- Faltam vinte minutos para o café da manhã. - cocei os olhos, levantando da cama. Charlotte já estava praticamente pronta, estavam terminando de montar a mochila, e eu continuava com meu babydoll verde escuro, e a mesma cara de sono. - Você estava sonhando com ele, de novo?

Charlie é a única pessoa da escola inteira que sabe como me sinto sobre Malfoy. Não é que eu o ame. Amar é um sentimento forte demais, e algo que eu nunca senti antes.

Mas qual é. Draco é um pedaço de mal caminho, e há algo sobre garotos pedaços de mal caminho que me atraem mais do que deveria. E se alguém soubesse algo sobre eu gostar dele, eu provavelmente me mataria de vergonha.

- Não...- eu disse, caminhando até o banheiro. Ainda bem que uma reforma foi feita no primeiro ano, e agora todos os quartos sem seus próprios banheiros. Molhei o rosto, e escovei os dentes, fazendo minha higiene.

- Eu sei que é mentira. - Charlie riu, calçando seus sapatos.

Fui até o meu armário, pegar o uniforme separado desde a noite anterior. Botas pretas de salto até o joelho, saia xadrez verde, blusa social branca, gravata verde e o robe da sonserina.

- Sabe que estou tentando controlar isso.

- Não se controla gostar de alguém. - ela respondeu, me encarando.

Já havíamos conversado sobre isso outras vezes. Estávamos no terceiro mês do quarto ano de Hogwarts, e só fazia um mês que eu tinha começado a olhá-lo de forma diferente. Nós praticamente crescemos juntos, ainda que separados.

Vamos dizer que, Draco nunca foi muito fã de mim. Apesar de eu ser de sonserina, tenho um lado aflorado em mim que insiste em ser simpática e conversar com todos a minha volta.
E Malfoy acha um absurdo andar com qualquer tipo de gente, pois acredita que sangue nobre igual o nosso merece ser preservado à amizades certas. E eu acho isso a maior besteira do mundo.

Então não nos falamos muito. Na verdade nós nos aturamos, e nunca trocamos mais do que 20 palavras.

- Ah, esqueça, Malfoy e eu nunca vamos acontecer. - eu disse, terminando de colocar o uniforme. Peguei minhas maquiagens, e me arrumei como todo dia.

Corretivo, blush, um contorno leve, rímel e um batom qualquer que realçasse minha boca.

- Me ajuda? - perguntei a Charlie, estendendo minha gravata. Era quase como nosso ritual de todos os dias.

Where It All BeganOnde histórias criam vida. Descubra agora