Capítulo 6

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Washington - EUA

P.O.V Isabella Burton 08:34 A.M.

O cheiro de café dominava toda a minha cozinha naquela manhã de segunda. O que me fez olhar pro relógio na parede e ver que era 8hrs da manhã e que há algumas semanas atrás meu destino era ir pra sede do batalhão.

Eu sentia falta do meu trabalho. Sentia falta de comandar e de liderar. Eu sentia falta das pessoas de lá e das amizades que construí. Toda vez que eu parava pra pensar no fato de eu ter dado tudo de mim nos últimos 7 anos pra do nada acabar assim uma enorme vontade de chorar me consumia. Porquê eu não fiz nada de errado, muito pelo contrário, estava apenas fazendo o meu trabalho.

Foi quando parei pra lembrar no dia em que fui nomeada a nova comandante da sede do batalhão. Meu pai ficou tão feliz e a minha mãe nem se fala, e pra completar a minha alegria o Mike 2 dias depois da minha nomeação foi escolhido por mim mesma a fazer parte da equipe.

Ele era um agente em exercício e o currículo dele era ótimo, fiquei fissurada no currículo e mais ainda nele...

Eu me apaixonei pelo meu colega de trabalho e foram tempos bons, só que depois descobri o tipo de homem que ele era e tudo desmoronou.

Eram tantas lembranças se passando pela minha cabeça que nem tinha percebido que havia bebido a caneca de porcelana com café expresso inteira.

Mas de algo eu tinha certeza plena, eu não ia desistir de recuperar o meu emprego de volta. Iria fazer o possível pra tê-lo de volta, custe o que custar.

Coloquei a caneca no balcão da cozinha e voltei pra sala, me sentando no sofá e tive coragem pra ouvir toda a gravação que havia conseguido.

Tive que checar minuto por minuto pra ter uma noção do que aqueles dois conversaram ontem à noite e pra minha zero surpresa não foi nada bom.

Ouvi tantos absurdos que me deixaram completamente enojada. Pensei em desistir porque ouvir tanto gatilho que cheguei a acreditar que realmente a busca pra ter o meu emprego de volta não valia a pena. Mas, ao mesmo tempo que eu não queria continuar, eu sentia raiva e ter a oportunidade de colocar esses dois miseráveis na cadeia seria tudo.

Eu ficaria reconhecida no cenário judiciário e finalmente colocaria toda a merda que sofri nas mãos do co-chefe do batalhão no ventilador. Eu iria recuperar o meu emprego.

(...)

Era 14hrs da tarde e eu já tinha ouvido e re-ouvido algumas partes importantes da gravação e estava decidida. Eu iria até o hotel que aquele criminoso estava ficando e tinha um plano.

Ele está tentando atrair um peixe pra sua isca, só que ele não faz ideia que esse peixe aqui na verdade é um tubarão e que ele vai se dá muito mal só de ter pensado na possibilidade de desgraçar a minha vida. Filho da puta miserável.

Tinha acabado de sair do banho quando vi meu celular com a tela acesa e chequei, vendo três ligações do Sam.

— Oi, desculpa tava no banho. — Falei quando retornei e ouvi sua risada.

— Tá perdoada, mas você precisa abrir a porta pra eu entrar.

— Tô indo. — Vestir uma calça moletom e uma regata preta. Depois desci as escadas e vi meu laptop aberto. O fechei e fui atender a porta, dando de cara com ele sorrindo. — Oi. Entra.

— Obrigado. — Fechei a porta e olhei pra ele.

— Você conseguiu?

— Consegui, mas quero que saiba que não foi fácil. Eu posso perder meu emprego se pelo menos sonharem que comprei esse sonífero. Isabella, pelo amor de Deus você olha o que vai fazer. — Rir pelo nariz e concordei.

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