Nada é tão cruel quanto ela,
ninguém está fora do seu alcance.
Presente em cada ser, ela se alimenta.
Sua pele pálida e suas poucas curvas,
silhueta grosseira de uma mulher forte.
Seus olhos vendados nunca verão o amanhecer
e suas mãos nada delicadas nunca estarão secas.
O que a mantém viva é a nossa euforia.
Viciados na substância quente e vivaz, nós corremos atrás disso.
Adoramos-te indiretamente, ó deusa da nossa praga,
pois quem conhece fica horrorizado, quebra.
Nós humanos somos muito fracos e tolos.
Com um sorriso ela nos envolve nos aquece, mas não nos mantém seguros.
Possua caminhos longos, conquista novas terras e regue-as até que de tanto líquido viscoso surjam rios.
Tu és o meu coração, és o que faz ele acelerar.
Te odeio, mas inevitavelmente vou a ti.
És cega, mas chega a todos.
Feres minhas inocentes crianças e continuou seu lado.
Desgraças a minha nação e com o meu povo caminharei até você.
Quando percebo, estou diante de Vossa Senhoria.
O sangue bate em minha cintura, me mantém refrescado.
Amortece meus pés com um caminho de pele.
Por ti sacrifiquei muito dos nossos e milhares do outro, mas no final de tudo nós somos os mesmos.
E tu minha deusa,
Tu és a raiva.
"A Deusa" — (20 de Outubro de 2019)
- Nicole Marques.
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A caixa de Pandora | Nicole Marques
PoesiaUma coleção dos meus poemas. ⁙ Ainda não totalmente revisado, você pode encontrar alguns erros gramaticais. ⁙ Há algumas citações sobre sangue em "A Deusa" - Nicole Marques de Araújo Costa.