All Eyes On Us | A Hyunmin Fanfiction🍒 [HIATUS]

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H Y U N J I N

          Ainda escutava a música que vibrava no salão ao lado, e mesmo que abafada, ela ainda me causava uma comichão dentro de meus ouvidos. Seungmin seguia andando do meu lado com um sorriso bobo e o olhar baixo, provavelmente ele ainda estava pensando no beijo que damos poucos segundos atrás. Não posso julgá-lo, eu também estava completamente apaixonado por aquele momento e queria desesperadamente voltar para ele.

           Eu queria interromper nossos passos e beijá-lo contra a parede, apertar seu corpo ao meu para que seu calor me invada e me mantenha ainda mais quente. Mas, sabia que não podia fazer isso agora. Não quero que ele pense que quero apenas seu corpo, e se for para convencê-lo de que temos que namorar oficialmente, farei do jeito certo.

          Em pouco tempo, o corredor extenso por qual caminhávamos chegou à seu fim revelando outra porta. Toquei a maçaneta e a girando a mesma se moveu com facilidade nos dando passagem. Quando atravessamos para o outro cômodo, percebi que estávamos no salão da fonte, mais especificamente, no salão da escada espiral enorme onde seus degraus seguiam para diferentes cômodos do andar de cima, e um deles era meu quarto.

            A enorme porta qual guiava para onde a festa ocorria estava tremendo atrás de nós quando chegamos perto da fonte. Agradeci à Yesoo por ter trancado essa parte da casa, eu não me surpreenderia de encontrar adolescentes transando escondidos nessa área se não estivesse bloqueada.

                — Uau! Sua casa é muito linda. Parece um castelo de mármore. — Ele disse sorrindo enquanto se aproximava devagar da fonte e admirava a extensão da escada e da enorme claraboia qual refletia a luz da lua na água.

                — Obrigado. Minha mãe queria que se parecesse como ela imaginava o castelo da Rainha Branca, era era fanática por contos de fadas. — Tentei sorrir enquanto falava e me sentei na beirada da fonte olhando para Seungmin na minha frente.

                 — " Ela era "? Como assim? Ela... — Ele exitou por um momento a terminar a frase, mas eu sabia perfeitamente o que ele queria perguntar. Assenti com a cabeça e a melancolia preencheu sua feição. — Eu sinto muito...

                 — Tudo bem. Ela foi uma boa mãe, a melhor de todas na verdade. — Senti meus olhos arderem por um momento os forçando a lacrimejar. Suspirei impedindo que aquilo se tornasse um choro. — Ela amava essa fonte, era o lugar favorito dela. Costumava me dizer que era mágico, e que essa água concedia desejos à quem jogasse uma moeda e desejasse com o coração.

                Seungmin se sentou à meu lado para escutar minhas palavras, ele me ouvia atento e seu olhar companheiro me fortalecia para não desabar. Eu me sentia seguro ali, e adorei isso.

              Era difícil me sentir bem assim com pessoas novas em minha vida, e mesmo que eu e Seungmin tenhamos conversado durante meses, todo esse tempo não seria suficiente pra eu criar um laço com alguém comum, mas com ele, algo em mim sorria sempre que conversávamos, e agora, explodia com uma euforia mágica sempre que o sentia perto de mim. Eu quero mantê-lo assim pelo tempo que durar, eu quero mantê-lo perto, o mais perto possível de mim e de meu coração.

            — Você já desejou algum coisa? — Ele perguntou encarando a quantidade de moedas perdidas no fundo da fonte.

            — Eu pedi várias, brinquedos, entre coisas fúteis que toda criança pede. — Sorri e ele me acompanhou. Suspirei. — Mas o que me custou mais moedas do que todos os pedidos foi para que ela vivesse. Eu desejei da forma mais pura que uma criança pôde desejar, mas... A vida não é um conto de fadas.

           Um peso veio à meu coração quando disse, quando me lembrei. Eu estava chorando tanto quando aconteceu, eu me recusava à acreditar que ela iria partir, rejeitava a realidade como um louco rejeita sua loucura. Desejei gritando que não fosse verdade. Sendo apenas uma criança, eu não tinha como ajudar, mas tinha um fio de esperança, aquela esperança que só se tem quando é inocente, de que tudo daria certo no final. Não deu.

               — Ei... — Senti os dedos de Seungmin em meu ombro e virei meu rosto para ele. — Não precisa me contar nada se não quiser. Eu não quero que você se sinta triste.

               — Eu não me sinto triste. — Falei. — Isso é, eu não me sinto tão triste como antes falando desse assunto, pelo menos não com você. Ainda me dói, eu não vou mentir, não tem como superar a morte de alguém tão especial, e eu sei bem disso. Mas, seu olhar, eu não sei, algo em você me dá força pra não desabar aqui mesmo. Talvez seja seu sorriso, seus olhos, sua boca, eu não sei de fato. Mas sei que tem algo. — Segurei sua mão na minha e ele encarou o momento com um sorriso meigo próximo de mim.

               — É tão diferente...

               — O que?

               — Eu não sei. Seu jeito, como você é verdade, fora de uma tela. — Sorri acariciando seus dedos. — Eu imaginei que fosse mais pervertido do que nas nossas conversas. — Não resisti e uma risada escapou de meus lábios.

               — Eu te garanto que 90% das pessoas que se dizem pervertidas no whatsapp são as mais boiolas do mundo na vida real. — Ele soltou um riso agradável e eu levei minhas mãos até suas bochechas lhe deixando carinhos. — Mas, e então, você gosta de como eu sou de verdade?

                — Eu estou amando essa versão de você. Estou amando conhecer o verdadeiro Hwang Hyunjin. — Ele segurou a minha mão que estava seu rosto e podia sentir o mesmo mais quente.

         Seus olhos vagaram pelo local novamente, ele admirou a clarabóia acima de nós e eu segui o seu olhar deixando de acariciar seu rosto. A lua nos tocava com seu brilho e parecia nos enfeitiçar com sua beleza reluzindo na água, seu reflexo aquoso nas paredes mais escuras acima de nós fazia parecer o interior de uma caverna submersa, e sua escada parecia se revelar como uma torre até o céu.

                  — Sabe, eu entendo sua mãe ter te dito que essa fonte é mágica. — Ele disse apoiando a cabeça em meu ombro. — Uma beleza como essa só é vista em conto de fadas.

            Encarei seu rosto deitado em meu ombro, seus olhos ficavam ainda mais infinitos à luz da lua. Parecia um oceano à noite, aqueles tão profundos que não conseguimos ver o chão, mas sem medo de me afogar, eu simplesmente mergulhava fundo naquele olhar.

             Dei um beijo em seus cabelos e vi seu rosto ficar pouco vermelho quando sorriu.

                      — Hey, você quer ver outro lugar mágico? — Falei me levantando e ele arqueou uma sobrancelha demonstrando confusão.

                     — Como qual? — Ele veio até mim com um olhar curioso.

                      — Bem, já ouviu falar do País das Maravilhas?