Capítulo 12 - Amor Além dos Anos

26 4 0
                                    

Estávamos no shopping em busca de presentes para o chá de bebê da Aline. Com toda a confusão com seu casamento, ela havia esquecido e desistido de fazer a festa, para comemorar a chegada do seu bebê.

Bem, como somos Destinados, ninguém pensou em deixar passar em branco como ela imaginou. Para surpreendê-la, iríamos comprar algumas roupinhas divertidas e fraldas, já que todo o enxoval foi comprado pelo marido rico dela.

Enquanto algumas delas estavam comprando fraldas, fugi para uma loja especializada em roupas geeks.

— Ela vai surtar! — Olho para um body temático do Capitão América e retiro-o do cabide. Ainda não sabíamos o sexo do bebê, mas sendo menino ou menina, iria gostar dos super-heróis como a tia aqui.

Escolho outros bodys divertidos e vou direto para o caixa. Era até engraçado uma mulher vestida de preto e com maquiagem carregada cheia de mimos com essas roupinhas.

Quando chego perto do caixa, eu paro e arregalo meus olhos. Era ele! Giorgio, meu amigo de infância, meu primeiro amor e meu primeiro coração partido.

Ele olha para mim e parece assustado. Reconhece quem sou e tenta disfarçar, mas não deixo com que me ignore. Ele foi embora da cidade há muito tempo atrás. Ele era o menino rico da rua, levava todos para sua casa, comíamos pipoca e assistíamos sessão da tarde nos finais de semana. Giorgio sempre foi sozinho, tinha a casa toda para si e fazia a alegria da turma da nossa rua.

Quando as tardes na sua casa começaram a diminuir, eu senti falta. Resolvi me declarar, porque não queria perder o contato, não queria ser apenas uma amiga de infância, uma lembrança. Estava com quatorze anos quando fui magoada. Ele não só me dispensou, como pediu para esquecê-lo.

Outro argumento usado foi que ele era muito rico e precisava de alguém no mesmo nível. Idiota!

Não demorou duas semanas ele foi embora da cidade junto com seus pais e eu fechei meu coração por um bom tempo antes de tentar novamente.

Foram águas passadas, éramos muito jovens, mas seu olhar para mim, quando coloquei os bodys no balcão para que ele catalogasse e me cobrasse me fez questionar se tudo aquilo foi verdade.

Seu olhar era de reconhecimento, vergonha e surpresa. Ele estava feliz em me ver, mas com vergonha também.

— Oi Giorgio! Uau, quanto tempo. — Controlei minha curiosidade de perguntar mil e uma coisas, como o motivo dele estar trabalhando como caixa e quando foi sua volta para a cidade.

Meus pais moravam no mesmo lugar e a casa de Giorgio estava abandonada.

— Oi Luísa... — respondeu tímido e não encontrou meus olhos. Ele era apenas a sombra do menino que eu conheci. Ao invés de se tornar um homem de sucesso, ele parecia... derrotado.

Meu coração voltou a bater igual aos dias que eu o via, na minha adolescência. As borboletas no meu estômago renasceram como fênix e meu coração remendado, por um momento, teve esperança.

Era o destino me dando uma nova chance?

— Como você está? As tardes de sábado nunca mais foram as mesas desde quando você se mudou. — Ele fez uma careta e ignorei. — Quando voltou?

— Duvido que sentiu minha falta. — Franziu a testa e me olhou curioso. Acho que estava estranhando minha naturalidade.

— Não só eu, como toda a turma! — Bati minha mão no seu ombro, como se fosse um cumprimento de homens brutos e sorri. — Vai falar que você esqueceu de nós.

— Nunca — com voz rouca, ele balançou a cabeça, respirou fundo e continuou a contabilizar as roupas. — Pelo jeito você seguiu a vida.

— Claro que sim. Lembra que odiava bebês? Não vejo a hora dele ou dela nascer! — comentei eufórica. O primeiro bebê dos Destinados seria um evento memorável. — Você precisa conhecer o Destinados.

Destinados Moto ClubeOnde histórias criam vida. Descubra agora