Capítulo 19 - Um amor Saído dos Livros

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Ah, a livraria! Meu local preferido do mundo inteiro! Com três andares de puro papel e histórias, essa era uma mega loja que havia na cidade e costumava vir, uma vez por semana, mergulhar nesse mundo apaixonante.

Amava ler e todas as Destinadas também. Vez ou outra, alguém aparece com um livro e ele rodava na mão de todas. Sempre vinha com um papel dentro ou post it colado em certas partes, com comentários sobre o trecho.

Além de compartilhar minha vida, fazia também com os livros. E foi por causa dele que ingressei nesse mundo, numa sessão de livros eróticos sobre moto clubes.

Não tinha preconceito quanto ao tema, se existia um casal apaixonado no meio da história, eu devorava. E foi com esse argumento que me tornei amiga da Jhenny e depois, de todas as Destinadas.

A paixão pela moto veio depois, quando observei o quão lindas minhas irmãs fraternas ficavam.

Dentro da livraria, não tinha nenhum objetivo. Algumas sessões eu até sabia de cor os livros expostos, mas o vício era tão grande, que começava sempre pelo lado esquerdo e olhava prateleira a prateleira.

— Olá, Flavi! Buscando algo especial hoje? — A vendedora me abordou. Não tínhamos intimidade, mas acabamos nos conhecendo pela minha regularidade no lugar.

— Tem alguma novidade nos romances? — perguntei curiosa e ela prontamente foi para o computador e me mostrou os títulos. Meus olhos brilharam e o bolso doeu. — Estão na prateleira?

— Esses dois eu ainda não tirei do estoque, mas os outros cinco estão lá.

— Obrigada, vou degustar um pouco. — Afastei-me com a intenção de ir direto na sessão de Literatura Contemporânea. Iria pegar um, escolher um canto e começar a ler, porque eu era dessas, lia enquanto estava na livraria.

Com um enorme sorriso no rosto, subi um andar e virei na sessão, mas trombei com alguém. Caí no chão sentada e fiz uma careta. Olhei para cima e percebi que havia um homem sem graça na minha frente, com a mão estendida.

— Me desculpe... eu... desculpe. — Sem graça, ele tentou esconder o rubor do rosto, mas não foi possível. Apesar dos óculos com armação grossa, caracterizando como um verdadeiro nerd, ele tinha braços definidos expostos pela camiseta de manga curta.

Peguei sua mão e não fiz nenhuma força para me levantar, porque ele o fez. Antes que soltasse minha mão, apertei firme e chacoalhei.

— Olá, sou Flavi. — Encarei seus olhos, mas ele fugiu dos meus. Ele era maior do que eu e seu cheio era perceptível de onde estava. — E você?

— É... Neo. — Arregalei meus olhos e não acreditei.

— Neo? Como em Matrix? — Alguns filmes da cultura nerd também faziam parte da minha paixão e como sempre, se existe um casal apaixonado, eu lia e com certeza assistia.

Ele finalmente encarou meus olhos e algo entre nós aconteceu. Seu toque ficou mais firme e sua aura, se eu pudesse ver, com certeza estaria brilhando, porque estava sentindo essa mudança.

— Não exatamente, mas prefiro dizer que sim, foi por causa do filme Matrix.

Soltei sua mão, olhei para baixo e o vi carregando dois livros com a outra. Reconheci a capa imediatamente e me surpreendi.

— Você é fã de romance? — perguntei alto demais e algumas pessoas nos olharam. Ele se envergonhou, entrou em um corredor para fugir da atenção e eu fui atrás. — Qual é, não há vergonha nisso.

— Você diz isso porque é mulher — resmungou e ficou observando as prateleiras cheios de livros eróticos. Tinha certeza que ele só estava tentando disfarçar, mas quando ele ficou vermelho, soube que percebeu onde estava.

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