Felicidade

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Eu acordei no susto e sabia que algo estava errado, meu coração estava acelerado.

Amo entra no meu quarto correndo, cabelo revolto e a expressão ansiosa. Algo incomum para o meu irmão super controlado.

-- Vamos Allegra, precisamos sair. Ele fala agitadamente.

-- Mas o que aconteceu? Ir onde? Eu respondo, ainda tonta pelo sono.

-- Allegra, eu preciso que você levante e coloque uma roupa, precisamos sair. Papai está esperando lá embaixo. Precisamos correr. Houve um acidente irmã.

-- Acidente? Com quem? Pergunto com meu coração na garganta, porque eu tenho a impressão que eu sei com quem mas não quero saber. Ou quero. Levanto e me aproximo de Amo segurando seu antebraço com força e olhando nos olhos dele. O que eu vejo ali é a resposta que eu não queria ter. NÃO. NÃO. NÃO começo a sacudir a cabeça. Isso não pode estar acontecendo. Vamos nos casar em 2 semanas, meu vestido está pronto, lua de mel nas Maldivas. Eu vou realizar meu sonho. NÃO.

-- Tente respirar fundo Allegra, Nicollo foi baleado em uma operação, precisamos ir principessa. Eles estão nos esperando no hospital. 

Eu continuo olhando para ele, sem conseguir processar. Meu coração está batendo quase fora do meu peito e eu só consigo apertar o braço dele como mais força. Ele me leva para o sofá e se ajoelha aos meus pés. -- Respire Allegra. Conte até dez comigo. Respire.

Eu respiro e inspiro devagar. Fecho os olhos e tento me acalmar. Ele não pode morrer. Ele é forte. Ele é o futuro CAPO, ele não pode morrer. 

-- Estou melhor. Vou me vestir. Digo pausadamente. 

-- Ok, se apresse. Amo responde. Precisamos correr.

Eu entro no hospital com meu pai e Amo segurando minhas mãos, eu estou quase correndo. Meus nervos estão levando a melhor. Depois de algumas informações vamos para a ala reservada. Os Cavallaros estão lá. Dante está ao telefone e Valentina andando de um lado para o outro. Quando ela me vê vem direto me abraçar e é reconfortante.

-- Que bom que você está aqui querida. Ela diz fracamente.

-- Como ele está madrinha? Pergunto ansiosa.

Ela desvia o olhar e olha para o meu pai, depois para mim novamente. -- Ele está sendo operado meu bem. Temos poucas informações. Só sabemos que é grave. 

Eu começo a entrar em pânico novamente, vou até o sofá sentar e respiro profundamente para me acalmar. Eu preciso ser forte. 

-- O que aconteceu? Nicollo não é imprudente. Eu sei da ética de trabalho dele.

-- Foi uma emboscada, não tinha como ele saber, tinha um rato entre os homens dele. Infelizmente quando ele percebeu já era tarde demais. Dante responde. Nem tinha percebido que ele tinha acabado a ligação. Ele vem sentar ao meu lado. -- Nicollo é forte Allegra, ele vai sair dessa. Ele diz calmamente. 

Perdi a noção do tempo aguardando noticias e acabo caindo no sono, acordo com vozes e percebo que o médico apareceu, levanto rapidamente precisando saber de noticias.

-- Como eu disse, as balas perfuraram o ombro, o estomago e a perna esquerda, conseguimos conter a hemorragia e agora depende da força dele para se recuperar. Ele está sedado para que o corpo consiga se recuperar e em 24 horas vamos retirar a sedação.

-- É o que acontece depois? Dante pergunta.

-- Seu filho deve acordar mas só saberemos quando a sedação passar completamente. O médico responde. E eu sei o que significa. Ele também pode não acordar. 

-- Eu preciso ver ele. Agora. Digo apressadamente. Preciso ver eles com meus olhos, sentir ele respirando. 

E se ele não acordar? Eu nunca disse a ele que o amava, em 6 meses de noivado eu nunca disse, por vergonha, por achar que ele não iria falar de volta. Eu sou uma idiota. Eu vivo na máfia. Eu deveria saber. Não posso perder tempo com bobagens assim. Idiota. Idiota. Se ele morrer, vai morrer sem saber que eu o amo há muitos anos. Que ele é tudo para mim. Tudo.

EU SOU UMA IDIOTA.





Bound by DestinyOnde histórias criam vida. Descubra agora