Bound by Destiny

Quando o destino nos surpreende

2 meses depois, Nova York

Saindo da aula de defesa pessoal peguei meu celular e percebi que tinha mais de 20 chamadas perdidas do meu pai, o que me surpreendeu e amedrontou ao mesmo tempo, meu pai não era do tipo que faria isso. Disquei o número dele e ele atendeu de primeira.

— Allegra? Porque você não atendeu o telefone!? Disse meu pai, sua voz soando dura.

— Oi pai, o que aconteceu?- respondi com o coração disparado.

— Preciso de você em casa agora, pare o que você está fazendo e venha para casa, Enzo está te esperando!

— Mas o que aconteceu pai, porque preciso voltar agora, tenho ainda algumas coisas para fazer e...

— Allegra, não é uma pedido! É uma ordem! - Respondeu meu pai.

— Ok pai, estou indo. — Respondi tentando deixá-lo calmo.

— Te espero! Disse e ele desligou sem dizer mais nada.

Fico olhando meu telefone por alguns segundos, antes de pegar minhas coisas e ir para fora do centro dê treinamento. Não consegui imaginar o que poderia ter acontecido para meu pai agir de maneira tão estranha.

Saindo, Enzo, meu guarda costas já estava ao lado do carro me esperando, ele estava com uma cara estranha que me deixou ainda mais nervosa.

— O que aconteceu Enzo? Porque meu pai precisa que eu volte para casa com tanta urgência?
— Não sei Sra. Allegra, respondeu ele enquanto abria a porta para que eu pudesse entrar.

Era mentira, ele sabia o que estava acontecendo, apenas não queria ou podia me falar. Alguma coisa tinha acontecido e era algo sério, meu pai não era do tipo de homem que fazia tempestade em um copo de água. Ele tinha tantas responsabilidades e problemas para resolver que algo pequeno não deixaria ele fora de si.

Dez minutos depois eu entrei no condomínio onde eu morava, sai correndo do carro e fui direto para o elevador privativo. Enquanto os andares passavam minha mente começou a criar várias histórias diferentes me deixando cada vez mais apavorada.
Apesar disso nada me preparou para o que eu vi quando eu abri s porta e encarei os rostos das pessoas que estavam na sala da minha casa, ao que parece conversando com meus pais e meus tios.

— Oi pai, o que está acon... minhas palavras ficaram presas na minha garganta quando todos pararam de conversar e me encararam.

Dante Cavallaro estava na sala junto com sua esposa Valentina e com seu filho Nicollo. Por um momento só conseguia olhar para ele.

— Que bom que você chegou Allegra, por favor venha aqui e sente-se, disse meu pai.

Eu me aproximei do sofá e estava totalmente ciente do olhar fixo em mim enquanto eu andava e só depois percebi que estava com uma roupa totalmente inadequada. Corei e uma sobrancelha loiro levantou, enquanto ele me olhava estranho. Foi a primeira vez que ele pareceu estar ciente de mim.

Meu pai percebeu também e me olhou severamente.

Eu optei por ignorar os dois e me sentei.

— O que está acontecendo? Perguntei olhando para o meu pai e meu tio Matteo.
— Por que eu precisei voltar para casa correndo e o porque dessa reunião?
— Antonella desapareceu Allegra, desde ontem à noite Matteo não consegue falar com ela, todas as roupas delas sumiram, assim como dinheiro do cofre do seu tio.

Eu parei de respirar por um momento, completamente chocada!

— Como assim pai? Alguém sequestrou minha prima? E vocês estão aqui parados, tranquilos!? Eu disparei, meus olhos olhando em direção a Nicollo, que me observava com uma expressão estranha no rosto.
— Não Allegra, o eu que disse foi que Antonella desapareceu assim como as roupas dela e dinheiro do seu tio. Ela fugiu Allegra, e eu quero saber se você sabe para onde e com quem ela fugiu meu pai falou me olhando furiosamente.

Eu olhei ao redor e todos os rostos tinham a mesma expressão, menos minha mãe, ela me conhecia, ela sabia como eu pensava e agia.

— Claro que eu não sei de nada, como eu poderia saber de alguma coisa? Perguntei olhando no olhos do meu pai.
— Você é a melhor amiga dela, disse meu tio Matteo então com certeza ela te contou os planos dela de fugir e eu quero a verdade Allegra, agora!
— Tio, eu realmente não sei, eu não tenho falado com a Antonella há algum tempo, na verdade, desde antes do noivado dela. Eu disse, tentando manter a calma.
— Porque não? Vocês são quase como irmãs, sempre juntas, meu tio argumentou. — O que aconteceu?
— Nada, apenas tínhamos coisas diferentes para fazer e acabou que não tínhamos tempo para nos falar — eu disse, esperando que eles acreditassem nisso. Na verdade eu tinha me afastado da Toni quando o boato do noivado se confirmou, eu sabia que em algum momento eu ia quebrar e confessar que estava apaixonada por Nicollo e eu não podia fazer isso com ela.

— Isso é besteira Allegra, vocês jamais ficaram um único dia sem se falar, aí de repente passam meses sem ao menos uma conversa? Nada? Meu tio questiona me olhando.
— Tio, eu...
— Não, já chega Allegra, eu quero a verdade! Agora - Disse ele se levantando do sofá.

Minha tia que até aquele momento estava quieta se levanta e coloca a mão no braço dele. — Por favor Matteo tenha calma.

— Como posso ter calma Gianna? Nossa filha fugiu de casa, desapareceu. Não consigo ficar calmo.

Eu também me levantei.

— Tio, eu realmente não sei onde ela está, eu diria se soubesse! Eu disse, com a voz embargada.

A sala ficou quieta, e eu podia sentir os olhos dele em mim, até aquele momento eles não tinham dito nada. Eu não sabia o que Nicollo estava pensando.

— Nós temos que começar a procurar - disse Nicollo ao meu tio.

— Sim, eu sei. — Tio Matteo respondeu.

Eu me levantei e fui em direção ao meu pai.

— Pai, eu vou tomar um banho e trocar de roupa e volto para ajudar, com qualquer coisa que eu possa. Disse baixinho.

— Ok Allegra. Pode ir, meu pai respondeu com um voz cansada.

Me virei sem um outro olhar para os integrantes da sala mas podia sentir o olhar dele me seguindo.

O que diabos aconteceu Antonella, onde você está!? Que confusão meu Deus.