Tinha os pés descalços entrelaçavam nossos suaves planos da areia que rendiam a minha figura. Observava o areal de loin, as ondas debatiam-rose e os seus murmúrios pareciam ser relaxados. Os meus olhos estavam contidos naquela enorme massa azul, onde o céu estava limpo e este refletia naquelas águas. Ninguém estava na praia, estava sozinha. Sozinha até que ouvi um sopro no ouvido, o vento chamava-me, era um sinal.
Levantei-me repentinamente, saí da praia aos saltos como se fosse acompanhada por alguém que me pegasse pela mão. Era pequena ... Passei por ruas estreitas e por mais que me tentasse lembrar não consigo recriar em mente. Ouvia a voz da minha mãe a chamar-me, ela estava a minha espera na entrada da casa sentada na sua cadeira favorita. O meu pai estava no trabalho muito provavelmente e só iria chegar mas a noite quando o verão está dormindo.
"Ângela, eu disse para não chegares assim tão tarde. Já estava a ficar muito escuro e eu estou aqui à espera do teu pai, temos muitas coisas para decidir - suspirou - dezenas um pequeno bolinho numa travessa na mesa central da salinha, vai lá te sentar. Quando voltar com o pai vamos te lavar. "
A minha vista bateu no chão sem pronunciar qualquer som, sabia que protestar não iria resolver a situação. Entrei em casa devagar passando os dedos pela mobília de madeira. De longe pude ouvir a minha mãe a me lembrar que devia lavar as mãos antes de me atirar ao bolo. Fiz o pedido passando a mão por sabonete e a água corrente do cano. Sequei as mãos num pano rodeado por inúmeros biquinhos de crochê. Eles eram vermelhos, eu adorava-os, queria saber fazê-los, a mãe havia me prometido me ensinar este fim-de-semana depois do almoço. Horário quando ela descansava. Antes de deixar a casa-de-banho observe-me ao espelho, tinha os cabelos escuros encaracolados e curtinhos. Queria que eles crescessem mais, havia visto belas mulheres da cidade com os seus cabelos longos, uns presos e outros soltos. Mas tem coisa que mais me atraiu nelas eram as suas saias escuras e elegantes. Vivia na mesma cidade que elas mas mais perto da periferia, era muito quieta e não me atrevia a falar com elas.
... Uma vez estava na rua à frente de uma mercearia modesta da cidade, la estava um grupo de jovens juntas a conversarem ... a terem o seu tempo. Olhei para um rosto de uma em particular não desviar-me dos cabelos escorridos nos ombros, um rosto liso e delicada, uns olhos escuros com um brilho vivo como se fosse uma maçã. Ela reparou na minha existência do outro lado da rua e sorriu acenando para depois voltar a sua atenção ao seu grupinho. Parecia uma conexão com outro mundo, só me limitei desta vez a observá-la pelo canto do meu olho, a intenção era não lhe fazer estranhar a minha persistência ao admirá-la.
Voltando para a realidade, suspirava na esperança que o meu cabelo crescesse longo cheio de vivacidade, não queria ser uma cópia mas queria me ver assim.
Corri por um pequeno corredor ao deixar a casa-de-banho, olhei em volta, desenhos existiam por toda a parte, eram obra da minha prima. No seu sangue corriam vertentes artísticas. Passei o corredor com os cabelos a balouçar e estava na mesa central com o seu bolo. O cheiro de laranja e canela entraram pelas minhas narinas, tinha água na boca a ser formada e uma vaade de comer o prato também. Devorar como uma desalmada aquele aroma encantador.
Sentiu a vir ao encontro dos meus olhos, provavelmente o pai chegaria mas cedo hoje e não queria perder a sua presença. Algo não estava certo, os meus pais fechavam portas à minha frente quando começavam a falar um assunto sobre serio a casa e eu nada percebia limitava-me a abrigar os filhos metálicos provenientes do relógio da cozinha.
Sentia que seria retirada do meu espaço de conforto, mas não estaria sozinha nisso, sempre acompanhada pela minha família que neste tempo encontrava unida e fortalecida por laços de sangue.
Ouvi os passos das botas do meu pai a ressoarem pela entrada da casa, o chão era simplesmente coberto por diversas placas de madeiras cada uma com suas características. Lá vinha ele a suspirar alto depois de horas passadas fora de casa, queria descansar mas sabia que deviam voltar a fechar portas para uma nova discussão. Entretanto, naquele dia a fé diferente, o que me deixa perplexa. Os meus pensamentos foram interrompidos pela voz rouca do meu pai:
"A mãe disse que ficaste mas tempo na praia, Ângela já te avisei para teres cuidado. Já estava a ficar escuro e escuridão é desconhecida, podes ser levada por qualquer um sem saberes a sua identidade. Teve aa tua mãe andámos para discutir o que havemos de fazer com esta casa ... "
A mãe estava atrás dele serena em espera de poder falar:
"Teremos que sair esta casa e morar para outro país ao longo daqui, não estamos nas melhores condições neste país. Espero que percebas querida - disse aproximando-se de mim."
Estava decidido deixar o país no próximo ms e com isso separar-nos das raízes que eu criaram nesta terra. Não estava triste, não tinha coisas a prenderem-me assim tanto neste território. Talvez faça outro lado encontrasse algo ...
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Desalmadamente , Ângela
RomansaA história de simples humanos procurando o seu rumo desfrutando da companhia dos dois . Será uma longa história marcada pelas suas decisões . "o mar fez de nós meros mortais que andam pelos seus perigos fatais se alguém soubesse a tremenda dor ...