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          Eu já não aguentava mais a gritaria dos meninos, fui me distanciando um pouco, enquanto não deixava de dar atenção ao relato de Ino, sobre o novato do intercâmbio que puxou papo com ela na aula de informática. Seria bom, a faria superar os sentimentos não correspondidos pelo o ruivo cínico à quatro metros de distância de onde estávamos. O mesmo participava do papo depravado dos meninos, que discutiam sobre as garotas que ainda estavam disponíveis para convidar para o baile de formatura.
          Encaro automaticamente a feição de tédio de Sasuke, que também estava metido naquela roda. Mesmo que ele não parecesse de fato entretido no assunto, ele estar ali sentando ouvindo as lorotas desses marmanjos já me irritava. Ele rabiscava algo em seu caderno apoiado na mesa. — Volto minha atenção a Ino, que alisava seu rabo de cavalo.

— Gaara está ali só para me provocar... — ela sussurra, quando percebe que também olhei de relance na mesma direção que ela olhou.

— Porque achou que ele ia mudar?

— Eu não achei isso, só pensei que ele poderia estar desenvolvendo algo agradável naquela pedra que ele tem no lugar do coração! — ela dá de ombros. Ino as vezes parecia ter sido criada em um pedestal de vidro, não precisava de muito para incomodá-la, sempre era assim. Eu mantinha uma grande observação sobre isso, tendo sempre cuidado ao oferecer meus argumentos sobre algumas questões que me trazia de vez em quando, por mais que vivêssemos sempre ocupadas, ela sempre dava um jeito de passar alguns minutos comigo.

          Falar sobre sua vida amorosa fazia me esquecer das minhas próprias frustrações. Minha língua coça para comentar de umas coisas que andavam acontecendo ultimamente, que na verdade eu havia notado a pouco tempo, mas que aconteciam a há muito mais. — E novamente, o observo por cima do ombro.
          A Yamanaka estava conferindo suas coisas na bolsa, pronta para ir, eu ainda tinha chance, mas não era desse jeito que imaginei falar sobre esse assunto. Tenho certeza que ela teria de ir na metade da conversa, e não que tivesse culpa, sua mãe era exigente com pontualidade na loja, e ela não poderia desperdiçar a oportunidade. E não me restava mais ninguém para falar sobre tal, a não ser o próprio protagonista dos meus problemas.

— É isso aí — os garotos se ergueram dos assentos, assim que o sinal estronda pelo os corredores, vibrando meus tímpanos. Ino me dá um beijo na bochecha e segue seu caminho pelo o corredor. Como sempre, apressada.

— Vem — o dedo duro de Sasuke me cutuca na barriga, me fazendo encará-lo sem jeito com a cóssega.

          Ele estava com uma cara amarrada desde ontem, e ele mesmo decidiu que hoje eu o faria companhia depois da escola. E eu confesso estar nervosa com isso, não que a gente nunca tenha feito isso, não se tratava da frequência e sim das condições.

— Porquê Naruto não veio com a gente hoje? — ele me olhou atordoado, como quando estava submerso em seus pensamentos, e como sempre demora a raciocinar e me responder.

— Ele falou algo sobre acompanhar a Hyuga.

— Finalmente — ri tentando melhorar o clima.

— Hum — ele faz, soltando um riso nasalado. — Se ele não estragar tudo.

— Vamos torcer por aquele baka, está precisando de uma namorada, e parar de encher nosso saco quando está carente de atenção! — ele acena negativo, achando graça nas minhas palavras.

— Cada um que lide com suas próprias frustrações. — Lhe encarei automaticamente, e sua expressão era enigmática, e assim eu não conseguiria lê-lo, o que atordoadamente me leva a questionar:

— Como assim? — ele passa a língua nos lábios antes de responder-me. Ele sempre fazia isso antes de soar irônico.

— Obviamente todos tem seus problemas para resolver, Naruto criar coragem de ao menos falar com a garota não é lá grande coisa para se comemorar. — Dá de ombros. De fato, ele não estava num dia bom, mas o que teria lhe acontecido para agir assim tão azedamente? Ele parecia tranquilo no começo da manhã...

Você cresceu | SasuSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora