Capítulo (02) - Estrela Perdida

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As coisas andavam nas suas conformidades, entre a vontade própria, em seu ritmo lento, sem dias de grandes conquistas ou novidades que me roubassem um sorriso levado por euforia.

Eu nunca estava bem, pelo menos não de verdade.

Esse era o problema da depressão.

Em um momento você sente que está feliz, por consequência algo o atinge e você volta a ser dominado por uma vastidão, afogando-se em todas as suas maiores fraquezas.

Você tem recaídas e não sabe explicar o porquê. Os motivos parecem tão óbvios, mas entre eles a algo que o impede de conseguir descrever. Você inspira todo o ar que pode, mas seus pulmões aparentam sempre continuar vazios. Como procurar cegamente por algo que não existe.

Procurar por uma felicidade que nunca vai ser alcançada.

Terminava de arrumar os cabelos, assim pondo uma blusa preta e comprida pelo corpo, o hospital sempre costumava ser frio, ainda mais na época de outono que estava por vir.

Bem dizer, todas as minhas roupas eram em tons escuros, já que o colorido não era o meu forte e nunca sequer sucedeu está posição. Era impossível ver o meu eu diante ao espelho quando vestia algo chamativo, pois o arco-íris nunca me pertenceu e acho que não se daria o prazer de escolher-me um dia.

Minha mãe costumava implicar muitas vezes para por uma cor no meu estilo, obviamente fugindo de um sentido desagradável. Todavia, o colorido nunca me pertenceu e diria com tranquilidade que não combino nenhum pouco em ser uma pessoa de trajes alegres e vivos, visto que nem minha pessoa realmente conseguia passar uma energia relativa a esta, o que fazia tudo ter menos sentido.

Minha franja estava rebelde e com vários fios se levantando por conta própria, tomando suas decisões por rotas dissemelhantes, o suficiente para me irritar e decidir separar um pouco dos cabelos ao meio, mesmo que o penteado presente pela franja fosse o meu charme total.

Posso dizer que estava muito bonito para quem iria somente ficar dentro de um hospital, se entupindo de mais remédios e fazendo exames para acompanhar o estado da minha saúde, se é que poderia ter notícias boas chegando em breve.

Esperança era a única coisa que faltava e consequentemente o que mais precisava ter. Contudo, era um motivo para poder se arrumar, em razão de que não haviam pretextos tão grandes que pudessem fazer-me dar um tapa deveras legal em minha aparência.

Pelas escolhas infelizes do destino, minha vida se baseava em estudar, ficar em em hospitais - residir na própria casa quando possível - doses de cansaço, tratamentos; resumindo, um tremendo tédio sem fim. Ainda mais por minha mãe ser insegura quanto ao meu estado fisíco, costumava ser totalmente liberal, ainda sim, minha doença a impedia de possuir segurança para deixar-me merecedor de um livre arbítrio por completo.

Talvez tivesse medo do que seria capaz de fazer, mas eu certamente era muito confiável e não colocaria minha vida em risco, pelo menos não que ainda tivesse meus certos motivos ao entorno.

Não negaria, queria sentir o gostinho da vida de um adolescente e quase me submeti a enfrentar esta situação, que curte sem se preocupar com o amanhã somente por um dia que fosse, assim como meus amigos curtiam imensas vezes no mês, com noites inquietas e totalmente divertidas ao meu ver. Bebidas, festas, agitação e mães totalmente legais e sem guerra com a vida. Mas provavelmente eu morreria nos primeiros minutos, para ser realista.

Sequer sabia qual era o gosto do álcool, e obviamente meus remédios nunca me deixariam chegar a tal experiência.

Cogitava ser um doce misturado ao amargo, indo de acordo com o cheiro, algo voltado nesse estilo, claramente dependendo da bebida.

O Que Os Astros Desejam • jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora